O Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), representado pelo Laboratório Tecgraf/PUC-Rio, sediou o I Fórum Brasileiro sobre a Norma ISO15926. O evento, que aconteceu nos dias 3 e 4 de novembro, foi voltado para a comunidade de Engenharia ligada a projetos de plantas industriais e vai reunir especialistas dos Estados Unidos e Europa para palestrar e difundir a norma, que tem como objetivo final padronizar a terminologia e a organização da informação de engenharia visando à troca de dados (interoperabilidade) entre os diversos sistemas de plantas industriais existentes hoje em dia (plataformas de petróleo, refinarias ou uma indústria farmacêutica, por exemplo). No mercado americano, a falta de padronização para troca de dados entre sistemas leva a perdas em torno de US$ 15,8 bilhões.

O Laboratório Tecgraf/PUC-Rio é o único representante acadêmico brasileiro a pesquisar sobre a norma e a participar dos dois consórcios que a regulam: o europeu PCA (PoscCaesarAssociation), e o consórcio industrial americano FIATECH. A importância desta norma internacional está no fato de que ela vai determinar padrões para que diferentes softwares falem a mesma “língua” e possam se conectar. Isso será de grande utilidade já que, de acordo com estudos do NIST (National Institute of Standards and Technology, EUA), de 2004, o total de perdas no mercado americano de engenharia devido à essa falta de interoperabilidade entre os sistemas chega a US$ 15,8 bilhões.

Normas priorizam a informação de engenharia
“Muitas vezes, várias empresas trabalham em um mesmo projeto utilizando diferentes softwares em diferentes formatos. A integração da informação gerada fica dificultada ou atrelada à definição de um único fornecedor. Com a norma, cada empresa poderá usar a ferramenta que quiser, desde que todas estejam adequadas à ISO15926. Assim, em vez de privilegiar as ferramentas A, B ou C, você privilegia a informação de engenharia, que é o que importa”, afirma Eduardo Thadeu, coordenador do Fórum e Gerente da área de Automação de Projetos de Engenharia do Tecgraf/PUC-Rio.

Parte da norma se apoia no amadurecimento de um dicionário internacional de termos de Engenharia, onde todo o conhecimento do tema deverá estar retratado. “Apesar de já existir, ele ainda não está suficientemente maduro e a ISO 15926 chega para mudar esse cenário. Com a contribuição dos diversos países associados, ele se assemelha ao projeto do genoma humano, no qual as informações se complementam e consolidam o conhecimento de forma universal”, explica o consultor Ricardo Yogui

A regra, que já tem sua parte técnica concluída com tecnologias de domínio público, está sendo publicada em partes pela PCA com apoio da FIATECH. Ambas têm o interesse em acelerar a aplicação da norma na indústria. “É um movimento de mercado, um grande desafio, onde concorrentes se unem em busca de um bem comum. Todos enxergam a questão de integração e confiabilidade dos dados como um fator estratégico nesta área”, declara Eduardo Thadeu, do Tecgraf/PUC-Rio

O evento contou com a participação de profissionais de organizações nacionais e multinacionais do porte de Petrobras, Promon, Bechtel, Technip, Fluor e Olf. O I Fórum sobre a ISO15926 é uma iniciativa da PUC-Rio e da Petrobras, com colaboração da PCA (Posc Caesar Association), da FIATECH e da Rede Nacional de Automação de Engenharia (Autec), apoio da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) e do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Combustíveis (IBP) e patrocínio das empresas Innotec, Bentley Systems, Aveva e Sisgraph.

 

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