09 de fevereiro de 2011

 Artigo publicado no Jornal O Dia (impresso - Pág. 18)

Francis Bogossian*

Temos de aprender as lições da catástrofe da Região Serrana. Planejar o futuro das construções em encostas e das estradas que cortam os morros, abrem túneis e criam aterros instáveis. Em primeiro lugar deve-se evitar alterações na geometria ofertada pela natureza. Quando for imprescindível ocupar terrenos íngremes, criar aterros ou cortar encostas, é preciso estudá-los.

Se o terreno for estável, que se mantenha essa condição através de ações preventivas. É o que chamamos de tratamento passivo. Restringe-se à proteção superficial (plantio de grama, pintura impermeabilizante), somado à drenagem superficial e profunda, com eventuais suavizações onde necessário e se for viável.

Quando os estudos indicarem instabilidade iminente, o tratamento é o que chamo de ativo e compreende as chamadas obras de estabilização ou arrimos, complementadas por estruturas de drenagem, que devem ser projetadas e construídas por entidades especializadas, sob fiscalização técnica de órgãos públicos.

A definição quanto à estabilidade advém dos mapeamentos geológico e geotécnico que permitem a avaliação dos níveis de risco, como faz a Geo-Rio, na capital. A solução para um país de dimensões continentais e muitas áreas montanhosas seria a criação de entidades estaduais para suprir as tais necessidades técnicas de seus municípios ou uma entidade federal. Caberia às prefeituras submeter a concessão de licenças de construções em encostas à aprovação de um especialista.

O Clube de Engenharia propõe ao governo da presidenta Dilma a criação de um instrumento nacional de proteção contra os escorregamentos de encostas, as enchentes e alagamentos, subordinada a um Ministério para agilizar projetos e soluções. Mas, cabe sempre lembrar, é sempre melhor prevenir do que remediar. Sai muito mais barato para o contribuinte.

*Presidente do Clube de Engenharia e da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro

 

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