“Há um grande atraso com relação a emissários no Rio de Janeiro”

Essa foi a afirmação de Jorge Rios, que ministrou palestra sobre o assunto no Clube de Engenharia

Na última quinta-feira, 13/09, as DTEs de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS) e Engenharia do Ambiente (DEA) do Clube de Engenharia e a Associação Brasileira de Profissionais Especializados na França (ABPEF) promoveram a palestra "Emissários: modelos físicos e matemáticos para lançamento de efluentes". Na mesa, o chefe da DEA, Ibá dos Santos Silva, apresentou o palestrante Jorge Luiz Paes Rios, membro do Conselho Diretor do Clube e professor.

Jorge Rios abordou problemas e questionamentos sobre o lançamento de efluentes, resíduos produzidos por indústrias ou resultantes de esgotos domésticos urbanos, lançados no meio ambiente (tratados ou não). Mostrando modelos físicos e matemáticos caso a caso, Jorge apontou e justificou a utilização de cada um deles. “Hoje em dia, afirmou, muitos dizem que se resolve tudo através do modelo matemático, descartando a necessidade do modelo físico. Essa afirmação está errada, já que os modelos precisam ser testados antes de funcionarem efetivamente. Além dos modelos meramente conceituais, que facilitam e norteiam a compreensão e a visualização dos fenômenos, os dois métodos de simulação - modelos físicos e matemáticos - podem servir de instrumento para o estudo da qualidade das águas. A aplicação de um método não exclui o outro”.

Jorge Rios esclareceu que “o modelo físico pode servir de referência para a calibração do modelo matemático” e que os modelos matemáticos representam os fenômenos da natureza por meio de equações. “Estas equações matemáticas dos fenômenos físicos são, em alguns casos, de difícil representação e solução. Além disso, necessitam seguidamente do uso de coeficientes desconhecidos que deverão ser medidos na natureza ou em modelos físicos”, ressaltou. O esgoto sanitário, de acordo com o professor, é composto por 99,9% de água. O problema é, então, o restante (0,1%) que precisa ser lavado e depois seco. “Uma das maiores dificuldades das estações de tratamento de esgoto é justamente a secagem e o descarte do lodo”, afirmou.

Destacando o grande atraso no Brasil nesta área, um dos casos relatados por Rios foi o da Lagoa da Barra da Tijuca, que trouxe à tona questões como o crescimento populacional, causando um adensamento local, e a poluição das águas através do esgoto ali jogado. Não havia emissário na Barra da Tijuca e região, fazendo com que os resíduos fossem despejados na lagoa. Por isso, hoje, é preciso estabilizar a emissão de lodo para iniciar o processo de recuperação da lagoa da Barra. “Isso aconteceu porque colocaram na constituição do estado que deveria haver tratamento pra lançar esgoto no mar. Então, a emissão de esgoto sem tratamento ocorreu diretamente na Lagoa da Barra”, narrou. “É preciso ter muito cuidado ao elaborar leis sobre o assunto para evitar esse tipo de problema ambiental e sanitário. Hoje, há um atraso de 30 anos na construção de emissário na região da Barra da Tijuca”, frisou.

Lagoa da Barra

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