A construção civil apresenta-se hoje como importante motor econômico do Brasil. O setor gera riquezas importantes, empregos é uma das atividades mais importantes para a economia do país. O número de novos empregos formais gerados na construção civil cresceu 43,5% em 2010 em relação ao ano anterior, segundo estudo divulgado em maio de 2011 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Setor lidera geração de empregos em estados como Mato Grosso do Sul e Bahia e, mesmo sem funcionar a pleno vapor é responsável por cerca de 6% das vagas de emprego atuais no Brasil.

Esses dados foram apresentados pelo Superintendente Nacional de Assistência Técnica e Desenvolvimento Sustentável da Caixa Econômica Federal e Engenheiro Civil, José Carlos Medaglia Filho, durante a palestra Construção civil - Um novo ciclo de desenvolvimento para o Brasil, organizada pela Divisão Técnica de Construção do Clube de Engenharia.

Segundo José Carlos, a falta mão de obra qualificada em vários setores ainda é um ponto que emperra o crescimento. O engenheiro apresentou dados sobre o avanço da produtividade, mas não deixou de falar sobre o gargalo de mão de obra, um dos responsáveis, por exemplo, pelo baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “A melhoria do produto final para o aumento da competitividade, investimentos sérios em mão de obra especializada, redução de custos fixos para que o ciclo de produção seja mais curto são fatores que melhoram muito o nível de segurança do processo produtivo, fazendo com que o empresariado invista no Brasil”, explicou.

A relação entre produtividade e necessidade de melhoria na elaboração de projetos é outro ponto importante. “Hoje é preciso produzir habitação popular, e de média e alta renda e obras de infraestrutura em geral, mas no ritmo ao qual estamos acostumados, não chegaremos onde precisamos”, argumentou José Carlos. Ainda segundo o superintendente da Caixa, projeto e planejamento representam o maior setor ao qual devem se direcionar os investimentos do país. “O tempo médio entre a contratação de operações e o início das obras sobre controle da Caixa, como por exemplo nos PACs 1 e 2 era de 446 dias, um verdadeiro absurdo,  durante esse tempo o recurso ficou parado e população sem o benefício. O tempo entre iniciar a obra e receber os recursos era de 180 dias, por pura burocracia. Estamos melhorando isso, conseguimos reduzir esse tempo pela metade em ambas as etapas”, expôs José Carlos.

Ele também fez questão de frisar que os problemas de hoje não estão relacionados mais à carência de recursos, pois eles existem. “Nossa dificuldade está em elaborar e coordenar bons projetos, mas a estrutura do país hoje é deficiente na área, e isso tem a ver com as atividades de engenharia também”, disse o especialista.

José encerrou exemplificando importantes parcerias entre a Caixa e instituições de ensino como COPPE-UFRJ, por exemplo. O objetivo é qualificar profissionais e investir em formação de equipes especializadas, como os profissionais de parque eólico, que também receberam recursos.  “A contribuição que podemos dar é nos esforçarmos para ser uma empresa que atue diretamente com o ciclo de desenvolvimento do país”, arrematou José Carlos.

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