Lund e o Homem da Lagoa Santa (MG) – Memória de Geologia do Brasil

O Clube de Engenharia apresentou, dia 29 de outubro, a palestra “Lund e o Homem da Lagoa Santa”. Uma homenagem ao naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, que veio ainda jovem para o Brasil (1825), se encantou principalmente por Minas Gerais e ali ficou, em Lagoa Santa, até o seu falecimento em 1880.

“O que me mantém é o fruto principal da filosofia, resignação, a vista do céu tropical, de palmeiras e bananeiras, o ar, o clima do Brasil, e a relação livre com a natureza”, disse Lund sobre seu encantamento com o país.

Lund foi o primeiro arqueólogo, paleontólogo e espeleólogo da América. É considerado o pai da paleontologia brasileira devido a seu pioneirismo em pesquisas nesta área. Foi o primeiro a encontrar vestígios fósseis do que posteriormente seria chamado de Homem da Lagoa Santa.

O palestrante Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, chefe da Divisão Técnica de Recursos Minerais do Clube, reproduziu o rico documentário “O Legado de Lund” e em seguida discorreu sobre as inúmeras pesquisas de Lund. Expôs também algumas contradições sobre a linha catastrofista seguida inicialmente pelo arqueólogo, que, baseado em teorias luteranas acreditava que a última grande extinção do homem ocorreu com o dilúvio bíblico. Porém, com o decorrer dos seus próprios estudos e descobertas, passou a considerar o evolucionismo darwiniano. Alguns pesquisadores alegam que o abandono das suas pesquisas logo após a descoberta dos fósseis humanos não ocorreu por questões financeiras como ele mesmo dizia, mas pelo desconforto que estas descobertas causaram na sua crença sobre a não existência do homem pré-diluviano.

Benedicto Francisco falou sobre a geologia e aspectos arqueológicos da região de Lagoa Santa, rica em grutas calcárias. Destacou as mais de 200 cavernas exploradas por Lund, mais de 12 mil peças fósseis encontradas e 115 espécies animais descritas, entre elas a dos extintos tigre dentes de sabre e ossos da menor preguiça-gigante da América. Destacou, ainda, a descoberta da primeira observação de pintura rupestre na América e do fóssil humano mais antigo do Brasil e possivelmente das Américas. Com mais de 11 mil anos, este fóssil ganhou o nome de Luzia e foi descoberto pela arqueóloga francesa Annete Laming Emperaire, que percorreu, na década de 1970, a mesma trilha deixada por Peter Lund na região de Lagoa Santa.

 

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