Clube de Engenharia visita Guandu, a maior estação de tratamento de água potável do mundo


O Clube de Engenharia reúne em seu quadro social e Conselho Diretor engenheiros com participação ativa na história da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), dos quais muitos já ocuparam cargos na direção e presidência. Entre eles está Nelson Portugal, conselheiro que teve seu primeiro emprego no Departamento de Saneamento da Superintendência de Urbanização e Saneamento do governo do Estado da Guanabara (Sursan), sucedido pela ESAG que, na fusão dos estados, em 1975, foi incorporada pela Cedae. A experiência profissional de mais de 40 anos, os debates no Clube sobre o futuro da companhia e a criação de um Grupo de Trabalho sobre Saneamento Básico, levaram o engenheiro a organizar uma visita técnica às instalações da Cedae, realizada dia 30 de setembro, com a presença de 26 conselheiros, sócios e convidados. "Não se tem ideia da retaguarda de profissionais e técnicos que operam os sistemas para a água chegar às residências", afirmou Nelson Portugal.

Monitoramento do Sistema de Produção e Adução
A visita se iniciou às 9 horas da manhã, num encontro na sede da Nova Cedae, no Centro do Rio, onde foi possível conhecer o Centro de Controle Operacional Rio (CCO Rio). Trata-se do maior CCO da Cedae, onde se controla o macrossistema de abastecimento de água da Região Metropolitana, com o monitoramento constante de 2.000 pontos de medição fixos e cinco pontos de controle remoto. Conselheiros e sócios foram recebidos por Edes Fernandes, diretor de Produção e Grande Operação, que deu as explicações técnicas da operação na Região Metropolitana, tanto de monitoramento em tempo real quanto sobre medidas emergenciais que solucionam problemas em pontos distantes.

No CCO, o grupo também foi recepcionado pelo diretor-presidente da Cedae, Jorge Briard, que agradeceu a presença de visitantes com conhecimento técnico de engenharia e deu seu parecer, em nome da empresa, a respeito do plano de privatização dos serviços prestados pela companhia, assunto em pauta no Clube de Engenharia: "Defendemos um sistema misto. Tem que haver a participação privada. Nós temos um plano de negócios estudado na empresa, sob o controle da companhia, de forma que o privado possa participar, em diversas áreas, principalmente na implantação de sistemas de esgotamento sanitário eis que não se vai ter capacidade de alavancar recursos". Um exemplo é a implantação do esgotamento sanitário para a Baixada Fluminense, para a qual existe uma proposta de parceria com a iniciativa privada, com metas.

Um dos temas debatidos com Briard, a partir dos questionamentos de membros do Clube, foi exatamente sobre o abastecimento de água em Duque de Caxias, que exclui milhares de pessoas. O diretor-presidente apontou motivos técnicos, ressaltando o fato de que a cidade está na “ponta” do sistema de abastecimento da região, ficando na dependência do regime das chuvas que alimenta o sistema Acari (represas) para abastecer parte de Caxias. O diretor-presidente da Cedae garantiu: "Nos próximos cinco anos vamos estar com o abastecimento de água da Baixada Fluminense resolvido”.

Guandu, a maior ETA do mundo
Após as apresentações no CCO Rio, o grupo seguiu para Nova Iguaçu, onde está instalada a Estação de Tratamento de Água do Guandu (ETA Guandu), a maior estação de tratamento de água potável do mundo em produção contínua. Lá, o diretor de Distribuição e Comercialização do Interior, Heleno Silva, lembrou que a Cedae abastece 64 municípios fluminenses e apresentou diversas questões próprias do interior do estado como a dificuldade de implantação de esgoto sanitário nas cidades. Segundo ele, a maioria das cidades tem população de baixa renda, sem condições de pagar a tarifa pela prestação dos serviços, razão pela qual não são visadas pelas empresas privadas.


Edes Fernandes apresentou dados sobre a Estação do Guandu. Abordou, também, dados sobre as populações abastecidas e instalações do sistema de produção: elevatórias, reservatórios. Teceu ainda considerações sobre o processo de tratamento da água dando aos visitantes a noção de todo o trabalho exercido para manter a água dentro dos padrões de potabilidade exigidos pela legislação. Outro conjunto de informações que surpreendeu os presentes foi a respeito do trabalho realizado pela empresa nas Olimpíadas e seu legado, que inclui a balneabilidade quase constante da Praia do Flamengo, nove estações para monitoramento online da qualidade de água nas instalações olímpicas, com a utilização de dois laboratórios móveis. Na ETA Guandu também foi possível ver, de um ponto privilegiado denominado “mirante”, o conjunto de instalações e equipamentos e o percurso da água bruta para o tratamento.


A obra do século – Elevatória do Lameirão
Em seguida, o grupo seguiu para a visita à Elevatória do Lameirão, no bairro de Santíssimo, na zona oeste, e que representa até os dias de hoje uma grandiosa obra de engenharia. A implantação de sua estrutura, que completou 50 anos, foi fundamental já nos anos 60 para o abastecimento da Cidade do Rio de Janeiro. A elevatória se situa a 64 metros abaixo do nível do solo, recebendo 27,0 m³ de água da ETA do Guandu através de um grande túnel pressurizado com 11,0 quilômetros de extensão, que é bombeada a 117,0m de altura. A partir daí a água escoa em um túnel canal com 32 km de extensão até o Reservatório dos Macacos, na Gávea. Os conselheiros e sócios puderam descer até as galerias de bombas e de válvulas, acessando os grandes motores e turbinas que fazem com que a água chegue às torneiras de mais 9 milhões de pessoas. Ao final da visita, a conselheira Fátima Sobral expressou ao diretor de Produção a satisfação, generalizada, quanto à visita: "Eu acho que a parte técnica e a exposição sobre a Cedae foram excelentes, mas o que mais me encantou foi a dedicação e o amor que vocês têm pela empresa. Só assim é possível fazer o trabalho que vocês estão fazendo", concluiu.

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