A Nação brasileira tem o direito, o dever e a urgente necessidade de conhecer sua própria História, construída pelas gerações que nos antecederam. De saber do extremo esforço feito por nossas lideranças, a partir da década de 1930,  para que o país se transformasse, de um simples exportador de produtos primários, em uma nação industrializada. Um salto que teve à frente brasileiros convictos de que tínhamos de olhar para dentro ao construir o nosso futuro.

Em 1945 o povo brasileiro foi testemunha, no governo de Getúlio Vargas,do embate entre o industrial paulista Roberto Simonsen, fundador da FIESP – a principal entidade de classe dos industriais – e o economista Eugênio Gudin, arauto dos conservadores, historicamente vinculados a interesses externos. Em discussão, o papel do Estado e a necessidade, ou não, de industrializar o Brasil. Simonsen defendia um Estado forte e um Projeto Nacional para impulsionar o nosso desenvolvimento. Gudin era contra. Para o economista, a vocação do Brasil era a de ser exportador de produtos primários. Esse debate, desde então, condiciona o rumo da nossa economia, determinado pelo grupo que esteja no poder. À exceção de Castello Branco, Collor, Fernando Henrique e Dilma (2º mandato) os demais governos desse período, cada um a seu modo, tiveram compromissos com o desenvolvimento. Hoje o governo Temer caracteriza-se pelo absoluto desprezo ao interesse nacional. Nunca tivemos governo tão determinado em destruir o que é nosso.

Foi a partir da construção de um Projeto Nacional indutor do desenvolvimento que nasceram a Companhia Siderúrgica Nacional, o então BNDE, a Petrobrás, a Eletrobrás, a Embratel, a Embraer e a Embrapa. Foi delas que nasceu o Brasil moderno.

Todo esse extraordinário esforço nos levou a ser hoje uma das dez maiores economias do mundo. Por isso, é necessário reagir ao desastre em curso: o desmonte sistemático do Estado soberano e das conquistas econômicas e sociais das últimas oito décadas, do qual são exemplos marcantes o congelamento, por 20 anos, dos gastos governamentais pela Emenda Constitucional nº 95; o esvaziamento da Petrobrás, que daqui a pouco será apenas exportadora de petróleo bruto; o amesquinhamento do papel do BNDES, como se fora um banco privado qualquer; a privatização da Eletrobrás, tentativa de destruir o sistema interligado nacional para que a energia elétrica seja vendida a preços de “mercado”; e as reformas trabalhista, que precariza o mercado de trabalho, e a da previdência, que reduz a pó a expectativa de aposentadoria digna. Os resultados, à vista de todos, são índices de desemprego inéditos, aumento da mortalidade infantil e explosão da violência, nos colocando à beira da convulsão social.

Todos, nas mais distintas áreas, precisamos assumir a responsabilidade de pensar o nosso futuro para além dos personalismos, das paixões e dos partidos. Urge entender que o que une e move o Brasil hoje, e sua população de mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras, é a necessidade vital de um desenvolvimento soberano e socialmente inclusivo, nos marcos da democracia, único caminho capaz de garantir e assegurar a paz social. Sem isso, não há polícia, não há exército, que dê conta de controlar a violência.

É essa a argamassa capaz de nos unir e fortalecer os alicerces do projeto político de um país orgulhoso de sua história, que resiste e diz NÃO aos que acenam com o atraso e a possibilidade de ver o Brasil capturado pelo “mercado”.

A Diretoria

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