Academia Nacional de Engenharia elege Leonam Guimarães para seu quadro de especialistas

Leonam Guimarães, presidente da Eletronuclear, em palestra no Clube de Engenharia. Foto: Fernando Alvim.

Por Davi de Souza / Petronotícias

A engenharia está presente em todos os momentos do nosso cotidiano – é um saber que faz parte da vida não só de profissionais da área, mas também da sociedade como um todo. Por isso, a defesa e o desenvolvimento deste setor são fundamentais e o Brasil não foge à regra. Com sede no Rio de Janeiro, a Academia Nacional de Engenharia (ANE) é uma das principais entidades nacionais que atuam em prol da atividade. Recentemente, a instituição completou uma nova e importante etapa de sua história, com a eleição de 12 novos acadêmicos, chegando ao quadro de 200 especialistas ao todo. Um dos selecionados foi o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, que falou com o Petronotícias sobre sua indicação: “Eu me sinto extremamente feliz com essa escolha. A academia é um local de debate de alto nível, que pode dar uma grande contribuição ao país. Ajuda a desenvolver não só a engenharia no Brasil, mas também o desenvolvimento econômico e social da nação. É uma enorme honra ter sido escolhido para fazer parte desta instituição. Será uma grande oportunidade para aprofundar o debate sobre o tema nuclear dentro da academia e levar sugestões e propostas de políticas públicas”, afirmou o executivo. Os nomes dos demais 11 eleitos ainda não foram revelados e serão divulgados após o término de procedimentos internos. A solenidade de posse deve acontecer entre março e abril deste ano.

Também conversamos com o presidente da ANE, Francis Bogossian, que revelou que a solenidade de posse deve ocorrer entre março e abril. Ele também falou dos seus objetivos à frente da academia, que é uma instituição sem fins lucrativos. “Minha meta, como presidente, é ter um time de acadêmicos prontos para ajudar as entidades de governo e resolver os grandes problemas da nação brasileira. Sem interesses materiais”, disse.

Francis Bogossian, presidente da ANE. Foto: Petronotícias

O senhor já está há quase dois anos à frente da ANE. Poderia fazer um balanço desse período?

A Academia foi fundada em 1991. Eu ingressei na entidade em 1993. Há seis anos, foi eleito para o cargo de presidente o engenheiro Paulo Augusto Vivacqua, que me convidou para ser seu vice. Ele chegou a ser reeleito para mais três anos. E em 2017, eu fui eleito presidente da instituição. O professor Vivacqua, quando assumiu a presidência, criou uma comissão de seleção de membros da academia. E durante os seus anos de presidência, essa comissão examinou currículos, propostos pelos acadêmicos, de candidatos ao ingresso na academia. Quando eu assumi, dei continuidade a este processo, que foi regimentado pelo presidente que me antecedeu.

Hoje, são quantos acadêmicos que participam da ANE?

Completamos o número de 200 acadêmicos. Recentemente, recebemos várias sugestões de currículos e aprovamos 12 nomes finais. São engenheiros de diferentes especialidades, provenientes e atuantes de diversos estados da federação. Com a aprovação desses 12 profissionais, eleitos em dezembro do ano passado, completamos o número de 200 acadêmicos. A solenidade de posse vai ocorrer entre março e abril, é o que nós planejamos.

Como foi feita a seleção dos novos acadêmicos?

O Leonam Guimarães foi um dos escolhidos. Foram dezenas de currículos selecionados, todos muito bons. Foi muito difícil de escolher. A seleção levou em consideração a capacidade da pessoa e da entidade à qual pertence. A direção não fez as indicações, foram os acadêmicos que ofertaram os nomes. A comissão de seleção ficou semanas com os currículos, analisando os nomes. Depois, o conselho de ética também deu seu parecer e não houve rejeição de nenhuma indicação.

Qual a importância para o País e para o setor de se reunir tantos nomes importantes na academia?

São especialistas em diversas áreas sem o interesse de vender pareceres. A academia não tem fins lucrativos. Apenas a título de comparação, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, fundada pelo presidente Abraham Lincoln, é escutada pelo presidente porque a entidade não tem interesses. Então, essa é a nossa meta: ser escutado pelas autoridades – não só pela Presidência, mas também pelos governos estaduais e municipais. Isso ainda não acontece no Brasil. Minha meta, como presidente, é ter um time de acadêmicos prontos para ajudar as entidades de governo e resolver os grandes problemas da nação brasileira. Sem interesses materiais.

A academia se coloca como uma fonte independente de aconselhamento à disposição do governo e da sociedade. Ela promove, sem remuneração, debate, geração de ideias, políticas e soluções relacionadas às questões nacionais.

Como funciona o financiamento da entidade?

Como a academia não tem fins lucrativos, ela precisa de ajuda para se sustentar. Ela tem despesas. Há um custo para se organizar as solenidades de posse dos novos acadêmicos. Outras academias recebem apoio. Por exemplo, eu tive contato com um dos ministros que passaram pela pasta de Ciência e Tecnologia, que me disse que considerava que a Academia de Engenharia, analogamente a outras, deveria receber um apoio financeiro do governo federal. Esta é uma das metas – conseguir o apoio do governo no sentido de se manter vivo. Vou também trabalhar junto ao sistema Confea/Crea.

Às vezes, temos um programa que precisa ser estudado em outros estados, fora do Rio de Janeiro. Outras vezes, acontecem reuniões internacionais importantes. A falta de recursos atrapalha um pouco. Mas, como lhe disse, temos 200 membros para nos dar essa assessoria.

Como o senhor avalia o momento da engenharia no Brasil e como superar os desafios?

Eu acho que o Brasil precisa retomar o desenvolvimento. No atual estado em que se encontra o país, o desenvolvimento da nação foi estancado. E como não há desenvolvimento sem engenharia, não há engenharia sem desenvolvimento. O crescimento do Brasil precisa retornar e defendendo a engenharia nacional.

De que forma?

A Constituição foi alterada alguns anos atrás, após uma proposta do senador José Serra, para que uma empresa estrangeira com 100% de capital nacional possa formatar uma empresa dita brasileira. Isso sempre foi proibido pela Constituição. Nós, da academia, vamos lutar contra isso, com apoio do sistema Confea/Crea, que é um entidade legal e que acha que é necessário desenvolver a engenharia. Eu acho que as empresas estrangeiras são muito bem recebidas para transferir tecnologia e prestar serviços. Não tenho nada contra os estrangeiros. A academia tem como meta defender a engenharia brasileira.

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