Com informações do site de O Globo

Túneis em construção da Linha 4 do Metrô. Foto: Henrique Freire / GERJ

Em matéria publicada pelo jornal O Globo, em 12 de setembro, o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, se posicionou contrário ao aterramento do canteiro de obras da estação Gávea do Metrô, como sugerido pelo Governador Wilson Witzel no início do mês.

Segundo o Governador, a conclusão das obras da linha 4, paralisadas desde 2015, custaria R$ 1 bilhão e não estaria entre as prioridades. Witzel decidiu aterrar o canteiro com base em um relatório do Tribunal de Contas do Estado, que sinaliza que para estabilizar a estrutura e evitar perigo no entorno, o Estado teria que fazer novos investimentos que chegariam a R$ 300 milhões.

Após reunião com técnicos do Estado e da PUC-Rio, o presidente do Clube de Engenharia destacou que já expirou a vida útil das estruturas metálicas provisórias usadas na construção da estação, que é de dois anos. Além de Pedro Celestino, foram tecnicamente contrários ao aterramento do canteiro os demais especialistas escutados pelo O Globo: Luiz Fernando Santos Reis, presidente da Associação de Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro e Mauricio Ehrlich, professor da COPPE/UFRJ.

Tanto para aterrar o canteiro quanto para terminar a estação, será necessário drenar a água que hoje ocupa todo o local. O processo é lento: seria retirado meio metro por dia ao longo de quatro meses até que o trabalho pudesse ser retomado. É durante esse processo que podem surgir recalques nos prédios vizinhos, sendo necessário um forte monitoramento. Caso a estação seja aterrada, o monitoramento terá que ser feito várias vezes: no momento de esvaziar a estação, durante a colocação da terra e quando tiver que remover tudo para retomar as intervenções.

O governo mantém a posição anunciada, mas o Estado requisitou recursos recuperados da Lava Jato que poderão ser usados na obra. A liberação dos recursos depende de um acordo com a União.