Cerca de 150 mil engenheiros estão desempregados no Brasil, de acordo com dados do sistema Confea/CREA. Foto: Agência Brasil

No dia 21, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou projeto para que o Brasil possa aderir ao Acordo de Compras Governamentais da Organização Mundial do Comércio (OMC). O acordo prevê a abertura a empresas estrangeiras do mercado de compras governamentais na área de bens e serviços e em obras de construção civil. Na prática, não seriam mais possíveis políticas de conteúdo local que incentivassem áreas estratégicas da economia nacional a partir dos investimentos governamentais. Para valer, o acordo deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional, mas o anúncio do Ministro da Economia já reverbera negativamente entre entidades da Engenharia — vale lembrar que o setor, principalmente na construção civil, passa por grave crise desde, pelo menos, 2015.

Em entrevista à TV 247, o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, criticou a possível adesão. "Nós não temos medo nenhum da concorrência. Ao contrário, nossa Engenharia esteve, nas últimas décadas, presente em mais de 40 países, inclusive nos EUA e principais países europeus", explicou ele. "O problema é que eles querem atrelar serviços e obras de engenharia a concessão de financiamento. O que vai nos colocar numa posição de dependência absoluta do investidor externo", disse. "O índice de desemprego [na Engenharia] se situa em 150 mil", criticou Celestino, citando dados do sistema Confea/CREA.

"Há uma política deliberada de exterminar a nossa capacidade de competição", criticou Celestino, citando as políticas de desindustrialização, a saída do Brasil da posição de destaque que havia ganhado na América Latina e o alinhamento político automático aos interesses dos EUA. "E há o silêncio complacente da nossa indústria, que está sendo submetida a uma morte lenta", lamentou o presidente do Clube de Engenharia.

Assista à entrevista completa no canal do Youtube da TV 247:

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