Pedro Celestino: Por falta de tratamento, o que chega ao Guandu é esgoto a céu aberto

Foto: Rede Globo

Em entrevista ao telejornal Bom Dia Rio, da Rede Globo, o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, comentou a vistoria que autoridades de órgãos ambientais do Estado do Rio começaram a fazer no Distrito Industrial de Queimados, na Baixada Fluminense, esta manhã, 6 de fevereiro.

Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), da Secretaria do Estado do Ambiente e da Polícia Ambiental visitaram indústrias para coletar amostras de água nas saídas das estações de tratamento de resíduos, que são obrigatórias para se evitar a contaminação de rios pelos efluentes das empresas.

Pedro Celestino sobrevoou a região ao lado da reportagem do telejornal e explicou a importância da ação. "O que o INEA faz é fiscalizar as indústrias para evitar que se aumente a carga de efluentes industriais nos cursos d'água. Por falta de estações de tratamento de esgotos em Queimados e parte de Nova Iguaçu, esses cursos d'água que vão dar no Guandu funcionam como esgoto a céu aberto. Com a chuva, a situação se agrava", esclareceu, lembrando que a chuva intensa colabora para que mais rejeitos cheguem aos rios. As indústrias fiscalizadas despejam seus efluentes no Rio Queimados, que desemboca na Lagoa do Guandu. É de lá que a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu torna a água potável, para abastecer milhões de moradores do Rio de Janeiro.

A fiscalização foi motivada pela crise no tratamento e no abastecimento de água: há mais de um mês a água chega às torneiras turva e com gosto de terra. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) informou que a alteração é causada pela geosmina, substância atóxica produzida por algas que proliferam na Lagoa do Guandu graças ao despejo diário de 50 milhões de litros de esgoto não tratado.

As medidas anunciadas para conter o problema, como o uso de carvão no processo de tratamento, não surgiram os efeitos anunciados. Na semana passada a crise se intensificou quando a Estação parou devido à enorme quantidade de espuma de detergente presente na água captada. O Clube de Engenharia tem solução emergencial para o problema: desviar o esgoto que chega à ETA Guandu para ponto a jusante dela, reduzindo significativamente o volume de produtos químicos necessários ao tratamento da água. Solução definitiva, é claro, só com a construção de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em Queimados e Nova Iguaçu.

Veja aqui a íntegra da reportagem.

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