Novas descobertas e perspectivas para o Serviço Geológico do Brasil

Marcio José Remédio, diretor da CPRM. Foto: Arquivo pessoal

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), ligado ao Ministério de Minas e Energia, foi criado ainda nos anos 1970 e, atualmente, é responsável por gerar e difundir o conhecimento geocientífico sobre o território brasileiro. Para compartilhar as principais atuações, o Clube de Engenharia recebeu, por videoconferência, no dia 4 de novembro, o diretor da CPRM, Marcio José Remédio. A palestra intitulada "Avanço da mineração em novas áreas e fronteiras" foi a terceira de uma série de seis encontros que debatem o setor de mineração brasileiro.

Os quadros de pesquisadores da CPRM impressionam: são 598 ao todo, sendo 120 doutores e 325 mestres. Marcio José Remédio explicou que eles atuam em quatro áreas básicas — geologia, recursos minerais, risco geológico e hidrologia —, e têm trabalhado em descobertas exploratórias tanto em regiões novas quanto em regiões já conhecidas, como a Província Mineral de Carajás e o Sul do Cráton Amazônico, na região Norte, e o Quadrilátero Ferrífero, no Sudeste. "O Quadrilátero Ferrífero é, teoricamente, a província mineral mais estudada do país. Temos um acúmulo de ocorrências na região central, enquanto que a região oeste ainda carece de estudos. É uma região que apresenta descobertas recentes", explica o diretor da CPRM.

Na última década a empresa pública realizou mais de uma dezena de novas descobertas de minérios em todo o território nacional, atuando também no processo de ordenamento territorial, direitos mineráreis e áreas de restrição (como territórios indígenas). E as oportunidades de avanço do conhecimento ainda são muitas. "Em mais de 60% da Amazônia o conhecimento geológico ainda está em escala de reconhecimento", exemplifica Marcio Remédio. Vale também destacar que, há quase 20 anos, a CPRM tem feito pesquisas focadas na chamada Amazônia Azul, a faixa de território sob o mar que pertence ao Brasil.

"A geração de riqueza pela mineração por quilômetro quadrado é muito maior que outros setores. Conhecer a Amazônia para promover o desenvolvimento do setor mineral é, acima de tudo, ter preocupação com o meio ambiente. A mineração será indutora da preservação ambiental, como nós já vemos exemplos na própria Floresta Nacional de Carajás, que é preservada pela indústria mineral", aponta o diretor, que também lembra que conhecimento geológico é um fator de soberania nacional.

Entre as perspectivas para o futuro, Marcio José Remédio salienta que o Brasil tem alto potencial para novas descobertas nas principais províncias e distritos minerais, além de oportunidades exploratórias em metais críticos e estratégicos para o desenvolvimento. Há, ainda, planos de avançar na disponibilização gratuita e pública da base de dados gerada pelas pesquisas do Serviço Geológico do Brasil, colaborando diretamente com a indústria mineral nacional.

Para assistir à palestra na íntegra no canal do Clube de Engenharia no Youtube, clique aqui

Calendário do ciclo de palestras sobre mineração
Assista aos episódios anteriores com Alexandre Vidigal Oliveira, Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral – SGM/MME, e com o geólogo Victor Hugo Froner Bicca, Diretor da Agência Nacional de Mineração – ANM.

A seguir, a programação das próximas semanas:

11/11 Centro de Tecnologia & Inovação na CPRM: Engenheiro Agrônomo Paulo Afonso Romano, Diretor de Infraestrutura Geocientífica – CPRM

18/11
Sustentabilidade ambiental e hídrica na Mineração: Engenheira Alice Silva de Castilho, Diretora de Hidrologia e Gestão Territorial - Serviço geológico do Brasil – CPRM

Ampliação do Conhecimento Geológico do Brasil
com o Engenheiro Agrônomo Esteves Pedro Colnago, Diretor-Presidente do Serviço Geológico do Brasil – CPRM, encerrará o ciclo de videoconferências emdata ainda a ser confirmada.

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