Pesquisa e desenvolvimento em geociências: novas perspectivas para o Serviço Geológico do Brasil

Revitalização do Museu de Ciências da Terra é um dos projetos de pesquisa e desenvolvimento do Serviço Geológico do Brasil. Foto: Carlos Luis M. C. da Cruz.

O Serviço Geológico do Brasil (ainda conhecido por sua antiga sigla, CPRM) tem realizado planejamentos audaciosos na área de pesquisa e desenvolvimento em geociências. Da reestruturação do Museu de Ciências da Terra (MCTer), passando pela transformação digital dos processos e mesmo apostas em divulgação científica, a empresa pública tem expandido sua atuação e relevância junto à sociedade. Dando prosseguimento ao ciclo de palestras sobre mineração, o Clube de Engenharia recebeu, no dia 11 de novembro, quatro convidados do SGB, que apresentaram importantes projetos em andamento: Paulo Romano, diretor de Infraestrutura Geocientífica, Célia Corsino, coordenadora museológica do Museu de Ciências da Terra (MCTer), Edgar Shinzato, do Departamento de Informações Institucionais, e Patricia Jacques, chefe do Departamento de Relações Institucionais e Divulgação.

"Há dois anos, o Serviço Geológico do Brasil credenciou-se como Instituição de Ciência, Tecnologia e Inovação. Isso é um avanço muito grande, que reforça a possibilidade de o SGB gerar, produzir cientificamente, mais do que já faz hoje", explicou Paulo Romano. Assim, continua ele, o SGB tem condições de firmar mais parcerias e mesmo utilizar de recursos públicos disponíveis para pesquisa e desenvolvimento. Um exemplo são as parcerias com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Petrobras para avançar na área de petróleo e gás. Entre os planos, está a administração do acervo de amostras geológicas da Petrobras sobre o pré-sal, que poderá ser acolhido na sede da SGB no Rio de Janeiro, e a criação de uma rede de litotecas, para a guarda, manutenção e disposição de amostras para pesquisadores.

Célia Corsino, coordenadora museológica do Museu de Ciências da Terra (MCTer), apresentou o programa de revitalização do prédio da instituição, erguido em 1908 e declarado Patrimônio da Humanidade da UNESCO. O acervo, atualmente fechado, é composto do maior plantel de fósseis do Brasil, com mais de 100 mil espécimes, além de acerco bibliográfico e documental e peças relevantes da paleontologia, mineralogia, petrografia e meteorítica. Segundo Corsino, a revitalização é baseada em quatro pilares: a restauração do prédio, a preservação de acervos, a instalação de laboratórios para dar conta das demandas novas de C&T, e a inauguração de uma nova exposição. "A nova exposição é um grande desafio porque hoje, quando as pessoas vão a museus, elas esperam muito. Nós estamos em uma cidade central, Rio de Janeiro, onde há uma gama de museus modernos, que colocam o visitante diante de fatos, informações, interação, e não podemos ficar atrás. Nosso desafio não é colocar o acervo em exposição, mas colocar o que é a geociência no Brasil, como ensinamos nossa população a importância de estar neste planeta Terra", explica ela, que reforça que o plano é tornar o MCTer um dos quatro melhores museus do Brasil na sua área.

Edgar Shinzato, do Departamento de Informações Institucionais do SGB, explicou os pilares da transformação digital da empresa pública. Trata-se de uma reestruturação dos processos envolvendo o uso de informática e serviços em nuvem para alavancar o trabalho do SGB para a sociedade. Shinzato citou desde a parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o uso de bancos de dados em nuvem para facilitar o acesso ao conhecimento acumulado, e mesmo o uso de softwares específicos para armazenamento e análise de dados na área de geociências.

Projetos de divulgação científica têm se mostrado cada vez mais importantes para que a sociedade como um todo valorize a Ciência e entenda a relação entre as pesquisas e o dia a dia. Patricia Jacques, chefe do Departamento de Relações Institucionais e Divulgação, apresentou dois dos projetos atuais do SGB para o tema. O primeiro, chamado SGB Educa, completa um ano em dezembro e atende a escolas públicas e privadas do ensino básico, além de educadores, para compartilhar conhecimentos sobre a área de geociências, inclusive com jogos e exposições. O segundo é o VIC (Visualização da Informação Científica), que visa contribuir para a ampliação do acesso aos produtos da empresa pensando em linguagens e mídias acessíveis para população.

Para assistir à palestra na íntegra no canal do Youtube do Clube de Engenharia, clique aqui

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