Sustentabilidade e minimização de danos ambientais na indústria mineral

Relatório de monitoramento da Bacia do Rio Doce, afetada pelo desastre em Mariana em 2015, é uma das pesquisas com foco em sustentabilidade do SGB/CPRM. Imagem: SGB/CPRM

O impacto da indústria mineral no meio ambiente tem sido tema de diferentes estudos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (também conhecido por CPRM). Continuando a série de palestras sobre mineração brasileira, o Clube de Engenharia recebeu novamente, no dia 18 de novembro, gestores e pesquisadores do SGB para explicar o trabalho da empresa pública em sustentabilidade. Por videoconferência, a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial Alice Castilho esteve acompanhada do coordenador executivo Marlon Hoezel, do assistente de diretoria Leandro Kuhlmann e do pesquisador de bioquímica Eduardo Viglio, que trouxeram suas contribuições sobre o tema.

Alice Castilho, que é engenheira civil, explicou que, na área de hidrologia e hidrogeologia, a CPRM/SGB atua no monitoramento (em parceria com a Agência Nacional de Águas - ANA, a Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas - RIMAS e redes institucionais), sistemas de gestão da informação (como alertas hidrológicos de cheias e estiagens que operam permanentemente e o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas, que cadastra e monitora poços), e estudos, pesquisas e cartografia (como o Atlas Pluviométrico, os Estudos de Caracterização Hidrológica dos Solos, estudos sobre bacias experimentais e representativas e mesmo monitoramento por satélite).

Já na gestão territorial encontram-se trabalhos sobre geodiversidade, geoquímica, patrimônio geológico no Brasil, recuperação de áreas degradadas e Geologia de Engenharia — cartas de suscetibilidade a movimentação de massa de inundação, cartas de período e cartas geotérmicas.

Esses estudos auxiliam gestores na definição de políticas de sustentabilidade. "Estudo do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) de 2011 avaliou o impacto das grandes minas brasileiras observando dez dimensões. Foram comparados vários índices entre o município analisado, o entorno, o Estado e o Brasil buscando avaliar como a mineração impactou o município. Em alguns deles, também foram feitos questionários com a população e com as próprias empresas, além de levantamento hidrográfico sobre a história da mineração naquela cidade", exemplificou.

Os desastres causados pelo rompimento das barragens de rejeitos de minério de ferro em Mariana (2015) e Brumadinho (2019) impulsionam, segundo informou, novos estudos sobre a temática, inclusive para entender quando e como novas captações de minérios poderiam ser feitas e os impactos permanentes ou temporários no meio ambiente, além das chances de recuperação. Outros exemplos de estudos da CPRM/SGB foram relatados por Marlon Hoezel, Leandro Kuhlmann e Eduardo Viglio, que apresentaram pesquisas em Santa Catarina (recuperação de áreas degradadas na Bacia Carbonífera) e Alagoas (avaliação das causas dos abatimentos nos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro em Maceió)

"A sustentabilidade ambiental é meta para as mineradoras. É necessário aprender com os erros para minimizar os impactos", concluiu Alice Castilho, que destacou como áreas de interesse da empresa a busca por novas tecnologias para barragens de rejeitos, a minimização do consumo de água nova e maximização da recirculação, pesquisas sobre uso de minerodutos versus ferrovias, o emprego de energia limpa e minimização da poluição sonora e do ar na indústria mineral, entre outros pontos.

Clique aqui para assistir à palestra na íntegra no canal do Youtube do Clube de Engenharia.

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