Cerimônia de lançamento ao mar do submarino "Riachuelo"

O Riachuelo é o primeiro de uma série de submarinos construídos no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil. Foto: TV NBR

Dez anos após o lançamento da Estratégia Nacional de Defesa e da criação do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), a Marinha do Brasil lançou ao mar, em 14 de dezembro, o primeiro de uma série de submarinos construídos no país para atender à missão de proteger nosso território marítimo. A cerimônia aconteceu no Complexo Naval de Itaguaí (RJ), o mais moderno da América Latina, onde a Marinha realiza a construção dos submarinos do Prosub, e teve a presença de autoridades e de comandantes das Forças Armadas.

Entre os presentes, o presidente Michel Temer; o presidente eleito Jair Bolsonaro; André Portalis, diretor presidente da Itaguaí Construções Navais; Joaquim Silva e Luna, Ministro da Defesa; Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Comandante da Marinha; General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, Comandante do Exército; Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas; Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Augusto Amaral Oliveira, Secretário Geral do Ministério da Defesa; Almirante de Esquadra Alfredo Karam, ex-ministro da Marinha; Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, chefe do Estado Maior da Armada; e Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite Albuquerque Júnior, diretor geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e futuro ministro de estado de Minas e Energia. O Clube de Engenharia se fez representar pelo presidente Pedro Celestino.

O extraordinário trabalho desempenhado pela Marinha na última década foi reverenciado por todos os presentes. O submarino Riachuelo será responsável por patrulhar a Amazônia Azul, como é conhecida a faixa de mar que acompanha a costa brasileira e conta, nos seus 3,5 milhões de quilômetros quadrados, com biodiversidade e riquezas naturais ainda de dimensões desconhecidas.

Lançamento ao mar
O elevador de 34 guinchos que lançou o Riachuelo ao mar foi acionado em conjunto pelo presidente da República, Michel Temer, pelo comandante Leal Ferreira e pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro. A primeira-dama Marcela Temer, madrinha do Riachuelo, realizou o batismo quebrando uma garrafa contra o casco, como manda a tradição da Marinha. O submarino, de 72 metros de comprimento e 1.700 toneladas, tem capacidade para 35 tripulantes e atinge a velocidade de 37 quilômetros por hora. Os armamentos embarcados são torpedo, mina e mísseis, com autonomia de 70 dias.

Segundo o Comandante Leal Ferreira, o batismo e o lançamento ao mar do Riachuelo inauguram a fase de dois anos de testes do submarino. "Ao longo dos próximos meses serão feitos testes de funcionamento de seus equipamentos, antecedendo a incorporação à esquadra. Em breve, o submarino será um instrumento de coação em consonância com os preceitos da estratégia de defesa do país”, disse ele.

Autoridades do Governo Federal e das Forças Armadas participaram da cerimônia. Foto: Agência Brasil

Tecnologia nacional
Um dos pilares na construção do Riachuelo foi o acordo de cooperação entre Brasil e França estabelecido em 2008 e que concedeu à Marinha a transferência de tecnologia necessária para se tornar suficiente na construção de submarinos. Além de treinamento em projeto, construção e infraestrutura industrial, o acordo possibilitou a nacionalização de equipamentos e sistemas e a capacitação de mais de 250 engenheiros e técnicos.

O acordo foi lembrado por André Portalis, diretor presidente da Itaguaí Construções Navais, empresa criada para consolidar o acordo entre os dois países. "O Riachuelo é uma combinação da tecnologia francesa com as necessidades da Marinha do Brasil, uma tropicalização para proteger o vasto e precioso patrimônio da Amazônia Azul", disse ele. Portalis destacou a dimensão do Complexo Naval de Itaguaí, construído a partir do Prosub: "Com o empenho e a força de trabalho de mais de 17 mil pessoas, construímos aqui instalações industriais espetaculares e submarinos ultramodernos. São mais de 520 mil metros quadrados de oficinas, cais e meios industriais de altíssima performance", conclamou ele.

O Comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, saudou o Prosub enquanto símbolo do desenvolvimento tecnológico do Brasil. "O programa tinha objetivo de envolver expressiva participação da indústria brasileira e tornar-se referência do patrimônio tecnológico nacional", disse ele, lembrando que, "ao longo de sua trajetória, o Prosub enfrentou inúmeros desafios, os quais ensejaram a adoção de soluções gerenciais e tecnológicas inovadoras". A ampla cadeia logística criada pela Marinha e envolvendo profissionais e empresas também foi celebrada pelo Comandante.

Linha do tempo
Após o Riachuelo (S-40), a Marinha do Brasil ainda lançará ao mar mais três submarinos convencionais, de propulsão diesel elétrica: o Humaitá (S-41), em 2020, o Tonelero (S-42), em 2021, e o Angostura (S-43), em 2022. Por fim, o Brasil terá o primeiro submarino nacional com propulsão nuclear (SN-BR), que será batizado de "Álvaro Alberto" em homenagem ao almirante pioneiro no uso de tecnologia nuclear no país. A propulsão nuclear garantirá mais autonomia e segurança no patrulhamento do mar, e as principais tecnologias envolvidas em sua construção também podem ser aplicadas em outras áreas industriais.

Clique aqui para assistir, na página do Facebook da Marinha do Brasil, a íntegra da cerimônia de lançamento do Riachuelo.

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