Frente Estadual em Defesa da Petrobrás, da Soberania Nacional e do Desenvolvimento

Da esq. para a dir. o presidente da AEPET, Felipe Coutinho; presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino; presidente de honra da Frente Nacional em Defesa da Soberania, senador Roberto Requião; presidente da ABI, Paulo Jerônimo; vice-presidente da ABI, Cid Benjamin; Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobrás; Deyvid Bacelar, Diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Natalia Russo, da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Foto: Reprodução.

 

Reunidas na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na noite de quinta-feira (12/12), entidades da sociedade civil, incluindo parlamentares, sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais, lançaram manifesto que cria a Frente Estadual em Defesa da Petrobrás, da Soberania Nacional e do Desenvolvimento. Em um plenário lotado, no maior auditório da Casa, o encontro foi marcado por denúncias e forte indignação pelo desmonte criminoso da Petrobrás e de empresas estatais estratégicas para a construção de políticas que garantam a retomada do desenvolvimento.   Em praticamente todas as intervenções a defesa incondicional de ampla mobilização nacional em prol da igualdade social foi destaque.

O Manifesto, que circula pelo país para reunir novas adesões, relembra a histórica campanha "O Petróleo é Nosso!", que mobilizou a sociedade a partir de 1947 em prol do monopólio estatal do petróleo e do direcionamento dos recursos para o povo brasileiro. "Por décadas, enfrentando desde o ceticismo de geólogos estrangeiros que, através da grande imprensa, viviam a apregoar que no Brasil não havia petróleo, até a oposição sistemática de forças políticas que sempre se pronunciaram e se pronunciam abertamente a favor da entrega do negócio do petróleo ao capital estrangeiro sob a alegação de que, aqui, não há capacidade técnica nem capital para desenvolvê-lo, a Petrobrás venceu todos os obstáculos e firmou-se como uma das maiores empresas petrolíferas do mundo", diz o documento. "Ao entregarmos assim nosso petróleo, não é só à nossa soberania que estamos renunciando. Estamos desistindo da retomada de nosso desenvolvimento, estamos aceitando essas taxas humilhantes de desemprego, estamos condenando à miséria milhões de brasileiros que começavam a sair dela, estamos oferecendo à juventude um futuro sem esperança e sem horizontes. Estamos, de fato, devolvendo o Brasil à condição de colônia", finaliza. Leia aqui o documento na íntegra.

Espírito de unidade
"Um espírito de frente e de unidade é necessário para resistirmos e vencermos", defendeu Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia. "O que fizeram foi desmoralizar a empresa para possibilitar que ela fosse privatizada do jeito que está sendo: aos poucos, sob o silêncio complacente dessa indústria que dela se beneficiou ao longo das últimas décadas. Que gerou empregos em mais de cinco mil empresas, nacionais e estrangeiras. Estão desfolhando a Petrobrás e a destruindo para que sobre para os brasileiros apenas as atividades que não podem vir de fora: segurança, transporte e alimentação. Isso significa nos remeter de volta ao período colonial. Isso significa destruir a coesão social", expôs Celestino. "Este país, com 200 milhões de habitantes, só se manterá coeso se houver uma proposta de desenvolvimento que implique em geração de empregos e renda, esperança para a juventude, redução das absurdas desigualdades sociais que temos. Com o país em recessão há mais de cinco anos temos lucros recordes no sistema financeiro", continuou. "Esta Frente terá como atividade primordial defender o patrimônio que está sendo destruído e que possibilitará a retomada do desenvolvimento", Concluiu o presidente do Clube de Engenharia.

Defender o Brasil
Geólogo e líder da equipe na Petrobrás responsável por descobrir as primeiras reservas do Pré-Sal, Guilherme Estrella lamentou que a sociedade brasileira esteja se manifestando politicamente contra as políticas neoliberais mas que tais políticas continuem em curso. "Não tem sido o bastante. Este governo é de uma clareza exuberante e agressiva nas suas intenções. Os movimentos contra esse projeto de país que está nos afundando, que está nos submergindo no desemprego, na desigualdade social, na desindustrialização e na desnacionalização da nossa economia, na entrega de nossas riquezas, enfim, tudo isso que já sabemos, não podem lutar só pela Petrobrás. O que vai modificar, interromper e até reverter esse projeto de governo é o povo brasileiro nas ruas em favor da Petrobrás, da Eletrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Embrapa, da Embratel. Temos de tentar mobilizar esses 65% dos brasileiros [que são contra a privatização da Petrobrás, de acordo com pesquisas de opinião] em defesa do Brasil", conclamou Estrella.

Revogar medidas neoliberais
Finalizando o ato, Roberto Requião, ex-senador e presidente de honra da Frente Nacional em Defesa da Petrobrás, do Desenvolvimento e da Soberania Nacional, do alto de sua extensa bagagem como liderança política deu uma verdadeira aula sobre o lugar das políticas públicas no desenvolvimento dos países e a importância histórica de se pensar o desenvolvimento de forma estratégica e voltado para o bem-estar da população. Requião vê como ação fundamental “um referendo revogatório para acabar com as leis que consagraram todo este projeto entreguista do Brasil".

A primeira reunião da Frente está marcada para 8 de janeiro, às 16h, na sede da ABI. O evento e a Frente são iniciativas da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Clube de Engenharia, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), entre outras.

Além de representantes dessas organizações, estiveram no evento lideranças dos trabalhadores da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Instituto da Brasilidade, da Casa da América Latina, do Movimento em Defesa da Economia Nacional (Modecon), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical, da CSP-Conlutas, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), do Levante Popular da Juventude, da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (Abed), do Sindicato dos Trabalhadores no Comercio de Minérios e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (Sitramico-RJ), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Frente Brasil Popular, da Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ), da Associação Nacional dos Empregados da Dataprev (ANED), e do Sindicato Nacional dos Servidores da Fiocruz (Asfoc).

Clique aqui para assistir ao evento na íntegra na página do Facebook do Clube de Engenharia.

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