Clube de Engenharia defende obras para solucionar crise hídrica no Rio de Janeiro

Engenheiro Flávio Coutinho       Foto: Reprodução/ALERJ

A crise hídrica que afeta a região metropolitana do Rio de Janeiro há mais de um mês foi o tema de uma Audiência Pública, nesta terça-feira (11), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). Parlamentares ouviram representantes de organizações da sociedade civil ligadas ao tema, além de técnicos da Vigilância Sanitária e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).

Flávio Coutinho, engenheiro aposentado da CEDAE, esteve na Audiência representando o Clube de Engenharia. Em sua fala, defendeu a proposta da entidade acerca da transposição do Guandu. "A transposição do Guandu é uma obra fundamental. Vai acabar com toda essa nossa agonia. O Clube de Engenharia é contra a proposta oficial da CEDAE, porque é uma tubulação que vai passar enterrada no leito do Guandu. Para vocês terem uma ideia, a lâmina d'água é de precisamente 7,4 metros, então será uma tubulação com mais de 10 metros de profundidade. Para fazer essa obra, vai ser preciso fazer em dique seco. Um dique seco na entrada da captação será uma complicação, a cidade vai ficar sem água. O que essa obra vai ter de aditivos? Se inundar o dique tudo para. E a CEDAE vai pagar uma obra orçada em 100 milhões de reais. Isso é um sifão invertido, vai afundar numa margem do rio, afundar e depois subir. E quando entupir, como vai ser? É problemático", criticou ele.

Coutinho explicou que a proposta defendida pelo Clube de Engenharia é um sifão por cima da água. "Existem três alternativas: em arco, pela margem do Guandu ou flutuando. Chega na comporta e passa por cima. Existe um desnível na comporta, antes e depois, de 2,5 metros. Então, por exemplo, na terceira alternativa, com tubo de polietileno, mergulha-se uma extremidade na lagoa menor, e 250 metros depois, passando pela comporta, mergulha a jusante. O desnível é de 2,5 metros, e esse sifão, com três tubulações de diâmetro de 900 milímetros, dá para ter uma vazão de 5 mil litros por segundo. A vazão de poluição, que vem pelos rios da Baixada, é de 3850 [mil litros por segundo]. Ou seja, vai pegar a poluição da Baixada e a água do rio Guandu. É uma obra simples de se fazer", explicou. "Por incrível que pareça, nós estamos tentando mostrar isso para a CEDAE há cinco anos e não temos tido sucesso. Só agora esperamos ser ouvidos", disse.

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