Rio de Janeiro se prepara para o 27º Congresso Mundial de Arquitetos

Da esquerda para a direita: Bernardo Griner, Diretor de Atividades Sociais, e Pedro Celestino entregando a placa de homenagem a Sérgio Magalhães. Foto: Fernando Alvim

O Rio de Janeiro vai sediar, entre 09 e 23 de julho, o XXVII Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2020RIO), reunindo, em diversas partes da cidade, milhares de arquitetos de todo o mundo. Realizado pela União Internacional de Arquitetos (UIA) e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o evento conta com um Comitê Executivo, que foi homenageado no primeiro Almoço de Confraternização do ano no Clube, em 30 de janeiro, na pessoa de seu presidente executivo, Sérgio Ferraz Magalhães. O arquiteto e urbanista, que foi o primeiro Secretário de Habitação do município, entre 1993 e 2000, falou sobre a importância do evento e de seu papel no sentido de tornar o Rio de Janeiro uma cidade mais democrática. Atualmente o congresso já conta com mais de 4.500 inscritos e a expectativa é chegar a 10.000.

O Congresso e o legado para o Rio
O evento terá três sub sedes, dentre elas duas que se destacam na arquitetura, no meio dos milhares de edifícios da cidade que transpassam diferentes épocas: o Palácio Gustavo Capanema, marco da arquitetura moderna dos anos 1940 e "uma obra-prima do mundo", segundo Magalhães, e o Museu de Arte Moderna, assinado por Affonso Eduardo Reidy e herança dos anos 1950. A terceira sub sede será o Cais do Porto, com a ocupação de seis pavilhões. Apesar de toda a representatividade dos edifícios que concentrarão parte das atividades, Magalhães destacou que muitas outras acontecerão nos demais equipamentos culturais da cidade, afinal é no espaço público da cidade que a arquitetura acontece: "A arquitetura hoje é a construção do espaço onde vivemos. O espaço de convívio, que é o espaço público, é onde se dá a interação social sem prévia determinação. É o lugar do encontro onde as diferenças podem se desenvolver plenamente, cada uma com seu modo de pensar, onde o confronto resulta no desenvolvimento social, político e econômico do país. É esse espaço que nós precisamos garantir no mundo que cada vez mais se segmenta". Alguns dos outros pontos com programação prevista para o Congresso são a Marina da Glória, Aterro do Flamengo, Praça XV, Paço Imperial, Museu Histórico Nacional e outros.

Desse modo, o objetivo do evento, para seu presidente executivo, é causar mudanças no Rio de Janeiro, a Capital Mundial da Arquitetura - título concedido pela Unesco em 2018 - que ainda passa por graves problemas citados por Magalhães, como o acesso a saneamento básico e mobilidade urbana. "Nós não queremos que o Congresso seja um cabedal de conhecimento que se esgota ao se concluir em registro dos anais. Nós queremos que seja propositivo, que diga coisas para 2025, que diga coisas para 2030 para a cidade, a região metropolitana o Estado do Rio de Janeiro e para outras cidades brasileiras que passam pelas mesmas dificuldades", afirmou.

Perspectivas para uma cidade mais democrática
O presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, resgatou a trajetória de urbanismo de Sérgio Magalhães, que concebeu o Favela Bairro, "o primeiro programa de integração dos despossuídos, voltado a acabar com a segregação odienta" que vigora na cidade. O Congresso Mundial de Arquitetos, para ele, vem em bom momento para o Rio de Janeiro, que passa por uma fase de crise em diversos aspectos, e levanta a necessidade de pensar uma cidade mais democrática: "Que este evento seja um marco deste trabalho de construção de uma sociedade mais digna, mais humana, mais igualitária, que é o grande papel da arquitetura e do urbanismo no mundo", destacou.

Homenageados
Além de Pedro Celestino e Sérgio Magalhães, compuseram a mesa de homenagem do almoço os ex-presidentes Raymundo de Oliveira e Helói Moreira; o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil departamento Rio de Janeiro (IAB-RJ), Igor de Vetyemy; a vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), Isabel Tostes; e a diretora executiva do Comitê Organizador Rio 2020, Valéria Hazan. Foram celebrados os aniversários dos associados Alcides Lyra, Antonio Eulalio Pedrosa Araújo, Antonio Pereira Monteiro, Carlos de Carvalho Vital, Gastão Vitor Casper, João Carlos de Oliveira Durão, José Luiz da Silva, além da supervisora de Eventos do Clube, Denise Dumar.

O evento também contou com a ilustre presença do ex vice-presidente do Clube Paulo Brandão, que foi recebido com muito afeto por colegas de Casa e de profissão. Engenheiro mecânico e Conselheiro Vitalício do Clube, Brandão foi diretor da instituição nos triênios de 1985 a 1988 e entre 2003 e 2006, quando também foi primeiro vice-presidente da instituição.

Congresso Mundial de Arquitetos
O evento marcado para a segunda semana de julho terá como tema central "Todos os Mundos, Um Só Mundo, Arquitetura 21". O Rio de Janeiro foi selecionado para sediar a 27ª edição no ano de 2014, durante o congresso na África do Sul. Na programação estão previstos quatro eixos temáticos que vão guiar os debates e palestras: Diversidade e Mistura; Mudanças e Emergência; Fragilidades e Desigualdades e Transitoriedades e Fluxos. Além do comitê executivo, conta com um comitê científico de seis arquitetos e um Comitê de Honra, com personalidades engajadas nos temas do congresso, tais como Paulo Mendes da Rocha (presidente do Comitê de Honra), o músico Gilberto Gil, a editora Marisa Moreira Salles e representantes de outros países, como Álvaro Siza (Portugal), Solano Benítez (Paraguai) e Diébédo Francis Kéré (Burkina Faso).
As inscrições estão abertas no site oficial.

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