Povo nas ruas defende o emprego, a democracia e a soberania nacional

Sexta-feira, 13 de março, milhares de brasileiros foram às ruas em uma sólida aliança pelo Brasil. Unidos, os movimentos sociais defenderam o emprego, a Petrobras e a Democracia. A grande manifestação nacional, em 26 estados e no Distrito Federal, defendeu, ainda, a urgência da Reforma Política, com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais e denunciou - nos ataques sistemáticos à Petrobras -, crescente ameaça à Soberania Nacional.

No Rio de Janeiro, a partir das 14h começaram a chegar, na Cinelândia, grupos de petroleiros, trabalhadores rurais, estudantes, parlamentares e demais segmentos organizados pelas centrais sindicais (foto). Às 17h, com a participação de conselheiros e sócios do Clube de Engenharia e integrantes de entidades de engenharia teve início a caminhada até a Petrobras, colorindo as ruas do centro da cidade com bandeiras e faixas que informavam à população razões e objetivos do ato simbólico de abraçar a Petrobras. “Queremos garantir que a Petrobras continue sendo do povo brasileiro, queremos combater a corrupção, com a aprovação de uma reforma política. E queremos evitar que a crise traga prejuízos aos trabalhadores”, afirmou João Pedro Stédile, liderança do MST, traduzindo o sentimento da marcha até a empresa, que marcou um dos mais emocionantes momentos da noite.

A manifestação foi fruto da soma de forças de movimentos populares e de entidades como o Clube de Engenharia, que dia 25 de fevereiro último lançou o manifesto Aliança pelo Brasil, Em Defesa da Soberania Nacional, com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ); Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ); Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ); Coppe/UFRJ; Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet); Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ); Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ); Centro Celso Furtado; União Nacional dos Estudantes (Une) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).  Outras forças políticas já mobilizavam o país para o “Dia Nacional de Lutas”, entre centrais sindicais, federações, Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), que, juntos, fizeram da data um marco na luta contra o retrocesso.

O Clube de Engenharia definiu com o lançamento do Manifesto e o ato público do dia 25 sua posição intransigente em defesa da Engenharia Nacional. Na ocasião, o movimento Aliança pelo Brasil denunciou que as investigações policiais em torno de ilícitos praticados contra a Petrobras por ex-funcionários corruptos estão servindo de pretexto para os ataques contra a empresa visando fragilizá-la “com o propósito de torná-la presa fácil para a fragmentação e a desnacionalização”.

O documento denuncia, ainda, que neste cenário, também a Engenharia Nacional está ameaçada de fragmentação e de liquidação frente ao risco de uma desigual concorrência externa. “Repelimos com veemência eventuais atos de corrupção ocorridos na relação entre empresas de engenharia fornecedoras da Petrobras, e seremos os primeiros a apoiar punições para os culpados, mas somos contra a imputação de culpa sem provas, e a extensão de culpa pessoal a pessoas jurídicas que constituem, também elas, centro de geração de centenas de milhares de empregos, de criação de tecnologia nacional, de amplas cadeias produtivas, e de exportação de serviços com reflexos positivos na balança comercial”, defende o manifesto.

Para o presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, é  preciso ter a lucidez de diferenciar as imprescindíveis ações a serem tomadas contra os crimes cometidos e a indispensável continuidade da operação das antigas empresas de construção nacionais, que reúnem o acervo técnico histórico de toda a infraestrutura brasileira. “Ignorar tal fato, afirma Francis Bogossian, será desconhecer a competência técnica da engenharia nacional nos melhores momentos da História recente; poderá significar a desmobilização de equipes de experiência e renome desenvolvidas por anos e décadas; será subestimar engenheiros, que assinam obras de envergadura, que são sinônimos do desenvolvimento brasileiro; condenar ao desemprego currículos consagrados, juntamente com uma multidão de técnicos de nível médio, bem como retirar o pão da mesa dos pobres e dedicados trabalhadores da construção pesada, que formam a mão de obra dita não especializada do país”.

 

 

 

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