Por Cesar Drucker, Diretor de Atividades Culturais do Clube de Engenharia. 

Os festejos que estão ocorrendo pelo cinquentenário do Parque do Flamengo são um bom motivo não só para relembrar a construção deste símbolo do Rio, mas também para falar sobre a base deste parque, uma obra construída ao longo de um século.

De fato, o início do aterramento foi concomitante com o desmonte do Morro do Castelo, contemporâneo da construção da Av. Rio Branco, no começo do século passado, seguido pelo Morro de Santo Antônio. E na sua execução ocorreram destacadas obras públicas: marítimas, rodoviária, sanitária e monumental. Coisa rara hoje em dia, este conjunto teve continuidade ao longo de governos da Prefeitura do Distrito Federal, quando ainda éramos capital da República, e depois pelos governadores do sucessor Estado da Guanabara.

Na área aterrada inicialmente, que avançava do aeroporto Santos Dumont na direção do Flamengo, foram construídos o Museu de Arte Moderna, projetado pelo arquiteto da Prefeitura Affonso Eduardo Reidy, e o Monumento dos Pracinhas, projetado pelos também arquitetos da Prefeitura Marcos Konder e Helio Ribas.

O grande espaço aterrado em frente à Av. Rio Branco foi palco de um evento que teve grande repercussão na época: o 13º Congresso Eucarístico Internacional com a presença do Papa.

Nos anos 50, a implantação da indústria automobilística no país produziu uma entusiasmada mentalidade rodoviária, da qual resultou a proposta de uma via expressa desde o túnel do Pasmado até o aeroporto Santos Dumont. Prevista originalmente com 4 pistas , foi finalmente construída com duas .

Ao mesmo tempo, foi proposta a criação de um grande parque de lazer, que foi concebido por Affonso Eduardo Reidy. A SURSAN, Superintendência de Urbanização e Saneamento, implantou a via expressa e o parque. Seu Grupo de Trabalho, composto por técnicos de várias especialidades coordenou e fiscalizou as obras e serviços. A Coordenadora do Grupo foi Maria Carlota (Lota) Macedo Soares.

São destaques do Parque o projeto paisagístico e de ajardinamento de Roberto Burle Marx, e a então inovadora iluminação. Além de reinstalar a praia do Flamengo, a SURSAN criou uma nova praia em Botafogo.

Embora invisível, uma importante obra de saneamento foi construída no Parque. É o Interceptor Oceânico que conduz os esgotos sanitários desde o Centro até o lançamento submarino em Ipanema.

No filme Flores Raras, que conta o relacionamento entre Lota Macedo Soares e a poetiza norte-americana Elizabeth Bishop, também é mostrada a determinação do então governador Carlos Lacerda e de Lota na criação e implantação do Parque do Flamengo.

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