Novo edifício na região portuária representa desafio da engenharia


Um centro comercial localizado no “coração” da região portuária, próximo a algumas das principais vias da cidade, de arquitetura inovadora e com vista de 360 graus para o Rio de Janeiro. Esta é a proposta do edifício Aqwa Corporate, apresentado na palestra “Um legado para a engenharia”, de Renato Reyes, Gerente de Projetos Sênior na Tishman Speyer, no Clube de Engenharia. O evento contou com promoção da Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e da Divisão Técnica de Estruturas (DES).

Aqwa Corporate é um projeto das empresas Tishman Speyer e Foster & Partners, que prevê um grande centro comercial, com pretensão de abrigar empresas com serviços de qualidade internacional, lojas e áreas de conveniência no térreo. Sua localização, entre a Avenida Rodrigues Alves e a Cidade do Samba, é uma aposta na região portuária, que tem passado pelo processo de revitalização do chamado Porto Maravilha, intensificado em 2016 com o Boulevard Olímpico.

Arquitetura inovadora
O empreendimento é composto de duas torres que se tocam, e chama a atenção pela arquitetura: em vez de blocos retangulares, ele atinge a forma com diagonais ao longo dos pavimentos mais altos. Assemelha-se a um diamante, mas foi inspirado em dois cascos de navios, referenciando a área de atracação que se localiza em frente. Trata-se de um aproveitamento do terreno estreito e comprido de 23.810 m². A fachada de vidro, inclinada, ajuda a proteger o prédio da intensa luz do sol, chegando a reduzir a incidência solar em até 60%. Esse fator também garante mais sustentabilidade, por exigir menos da refrigeração das máquinas. O modelo de fachada com o vidro térmico e acústico permite vista de 360 graus do Rio de Janeiro.


Detalhes construtivos e desafios
O projeto foi, inicialmente, concebido em concreto. No entanto, considerando fatores como mão de obra disponível, prazo e equipamento, optou-se pela estrutura mista para os pilares, compostos de metal preenchido de concreto. A escolha garantiu precisão milimétrica e agilizou a obra em cinco meses. Renato Reyes destacou o bom desenvolvimento do projeto, anterior à construção, com mais de 50 projetistas consultores envolvidos. A construção contou com mais de cinco mil profissionais, com ligação direta ou indireta à execução do empreendimento.

Alguns imprevistos entraram no caminho da obra, que se iniciou em 2013. A escavação encontrou um trilho de trem, o que exigiu o diálogo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e atrasou o edifício em três meses. Outra descoberta da escavação foi uma rocha extremamente firme, que fez com que a equipe optasse pela estrutura dos subsolos em lajes, para que estes fossem finos e penetrassem o mínimo possível na rocha.

Um dos maiores desafios do Aqwa Corporate foi a execução dos pilares de estrutura mista, com inclinação de quase 20 graus. Segundo Suely Bacchereti Bueno, engenheira responsável pelas estruturas, com essa arquitetura o prédio tem uma forma a cada andar: de retangular, nos primeiros pavimentos, assume um polígono. Para os pilares mistos, a equipe fabricou um concreto especial, líquido, de altíssima resistência, uma vez que, dentro do aço, seria mais difícil identificar e corrigir qualquer problema. O concreto de 80 Mpa (megapascal) se tornou real após muitas tentativas de fabricação, com técnicas de refrigeração e escolha dos dias de teste de acordo com as condições meteorológicas. A previsão é de que o Aqwa Corporate esteja completamente pronto e comissionado já em 2017.

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