Ao refletir em artigo publicado no site Debates Culturais sobre a ética para os profissionais das carreiras tecnológicas, como a da engenharia, o conselheiro Wagner Victer, presidente da Faetec-RJ e ex-presidente da Cedae afirma que “o mais basilar princípio é compreender a dimensão de que o saber obtido na profissão, como a de engenharia e suas ações, devem estar voltadas ao bem da humanidade e, portanto, saber harmonizar as ações e interesses pessoais aos interesses coletivos deve ser a preocupação primordial do profissional que espera caminhar na linha ética ao longo da sua carreira”.

A começar pela crítica à falta da disciplina nas faculdades, deixando à margem a discussão sobre Ética, passando por casos pontualmente registrados em sua trajetória profissional, Victer dá um destaque especial às relações do setor  com o meio ambiente. “A responsabilidade que o profissional de engenharia recebe em ter o “poder transformador” é desafiadora e contemporânea em especial quanto ao princípio da ética ambiental, onde a profissão tem que estar orientada dentro do respeito pelo desenvolvimento sustentável e principalmente de não sobrepor o interesse próprio ou do seu contratante”, defende.

O cenário que se desenha em sua opinião é de uma sociedade democrata que exige transparência: “A questão da ética se transformou em uma função chave para governança e será cada vez mais exigida e aperfeiçoada em seus mecanismos de cobrança e em um elemento essencial para o sucesso de cada profissional, em especial aqueles que atuam no ramo da Engenharia e também se tornando um valor de diferenciação de toda organização empresarial”, conclui.

Leia, a seguir, na íntegra o artigo de Wagner Victer.

A ética na Engenharia e nas empresas do Brasil

Durante muito tempo falar em ética nas empresas, em especial nas atividades de engenharia, era algo bastante raro até por ser um tema pouco entendido, como sendo uma função empresarial essencial. Além disso, nas carreiras afetas à Engenharia, como as de técnicos de nível médio, tecnólogos e os próprios engenheiros, este tema era praticamente ausente no currículo acadêmico voltado a formação destes profissionais.

Uma das razões deste cenário, que vinha desde a formação profissional, tinha como origem o fato de que os “Códigos de Ética” das diversas profissões, nas últimas décadas, não terem sido assuntos considerados como sendo merecedores de aprofundamento nos bancos escolares, principalmente não se tornando foco de discussões e debates que levassem até a ser um objeto para “estudos de caso”, como são diversos outros temas que perpassam a dinâmica de uma formação profissional.

Saindo do campo de formação profissional da mesma forma diversas organizações, em especial as empresariais, muitas sequer possuíam, até recentemente em suas políticas internas, seus Códigos de Ética e de Postura, e quando os possuíam, na maioria das vezes, estavam embutidos dentro do regimento disciplinar de pessoal, sem qualquer alinhamento com a gestão da organização. Em especial em poucos casos havia a atenção pela alta administração ao tema como uma forma de criar uma cultura empresarial própria e elementos para obter uma melhor governança corporativa.

Ao longo de minha vida profissional e a partir de uma reflexão mais profunda para o papel do profissional da área tecnológica, quer seja o Técnico de nível médio, Tecnólogo, Engenheiro ou Arquiteto, considero que diversas vertentes, hoje já abordadas no próprio código de ética oficial da profissão, como por exemplo o produzido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), merecem um conhecimento maior por todo profissional.

Neste contexto da ética para os profissionais das carreiras tecnológicas, como a da engenharia, o mais basilar princípio é compreender a dimensão de que o saber obtido na profissão, como a de engenharia e suas ações, devem estar voltadas ao bem da humanidade e, portanto, saber harmonizar as ações e interesses pessoais aos interesses coletivos deve ser a preocupação primordial do profissional que espera caminhar na linha ética ao longo da sua carreira.

Um profissional do ramo da engenharia quer seja Técnico, Tecnólogo ou Engenheiro que eventualmente usa sua carreira para transgredir ou dar lastro a uma ação irregular, não só age de maneira que tangencia a ética, mas também faz o uso indevido do nome da profissão perante a sociedade. Ou seja, ao agir desta maneira está promovendo uma ação que não só a si lhe impacta, mas que reflete negativamente para toda a profissão, em especial no conceito, respeito e confiança que a sociedade deposita nas carreiras de engenharia.

No conceito das práticas indevidas, observei ao longo de minha vida, com muita tristeza, profissionais da engenharia que utilizavam o crédito e respeito à profissão assumindo “responsabilidade técnica” por uma série de projetos e obras que só seriam possíveis abarcar com o impossível “dom da onipresença” ou ainda assumindo outras responsabilidades que não possuem competência e perícia para tal.

Em relação ao meio ambiente, a responsabilidade que o profissional de engenharia recebe em ter o “poder transformador” é desafiadora e contemporânea em especial quanto ao princípio da ética ambiental, onde a profissão tem que estar orientada dentro do respeito pelo desenvolvimento sustentável e principalmente, como já dito, de não sobrepor o interesse, próprio ou do seu contratante, ou seja, de privilegiar o pessoal em detrimento ao coletivo em que se insere o meio ambiente.

Tais princípios da chamada “Ética Sustentável” não trafegam somente na linha da observância rígida das normas e da legislação ambiental ou até no cumprimento dos princípios de licenciamento ambiental junto aos órgãos competentes, mas em especial na preocupação de que os novos projetos, produtos e construções não estejam relacionados com ações voltadas ao desperdício de recursos, em especial os naturais como também na otimização dos espaços e principalmente distanciando da degradação do meio ambiente. Da mesma forma aqueles que atuam em órgãos públicos de licenciamento, quer sejam ambiental ou urbanístico, devem amparar as suas decisões em estudos técnicos de impactos, sempre discutindo de maneira clara e aberta com a população envolvida, através de audiências públicas, canal adequado para receber contribuições e adequar suas decisões para a mitigação dos impactos sócios, econômicos e ambientais.

Nesta linha ambiental, e até a título de exemplo, recordo-me que quando estava à frente da presidência da CEDAE e projetamos, a partir de uma discussão coletiva com nossa diretoria, em 2010, a nova sede da empresa tivemos uma preocupação vital para, como sendo uma empresa voltada para a sustentabilidade, e déssemos exemplos concretos de ações voltadas ao combate ao desperdício, fizemos a construção de uma edificação para abrigar a nova sede com menos da metade do número de andares do gabarito permitido para o local, otimizando espaços, indo até o processo operacional voltado ao reaproveitamento da água da chuva e dos lavatórios, para ser utilizada nos sistemas de descarga sanitária, a partir da construção de uma estação de tratamento de águas cinzas, passando também por outros sistemas ambientalmente corretos, como uma iluminação interna de elevada eficiência e aproveitamento de luz externa.

Na relação da ética com o meio ambiente, a engenharia há de considerar também, em sua ética, a dedicação da preservação dos patrimônios sócio e cultural. Neste princípio também me recordo que entre muitas das ações que fizemos à frente da CEDAE, que foi a conjugação das atividades da empresa com a preservação da memória e dos espaços históricos, mesmo aqueles que não eram tombados pelo patrimônio histórico. Bons exemplos foram a construção de lojas de atendimento comercial em elevatórias de esgoto e água que estavam desativadas, onde foram feitas a conjugação da nova utilização com a preservação do espaço histórico, como foram as agências da Tijuca e a do Centro da Cidade. Também no contexto histórico e como exemplo, foi realizado a valorização dos espaços da empresa dando nomes de funcionários, como reconhecimento exemplar para história da organização e também valorização da memória da própria engenharia, como a instalação estátua de Paulo de Frontin, patrono da profissão de Engenheiro, que marca a entrada da nova sede que fica na Cidade Nova, no Centro do Rio de Janeiro.

É importante destacar que na atuação do profissional da engenharia este requer uma série de cuidados fundamentais, sendo o primeiro deles buscar se informar, com dados objetivos ou através do profissional que gerenciou a obra, ou o autor do projeto, antes de emitir uma opinião derradeira quanto a algum fato em que seja requerido sua opinião ou pelo menos tomar os devidos cuidados e considerações para que o seu parecer ou opinião seja realizado a partir de bases que, se forem hipotéticas, estabeleçam pelo menos as condicionantes às variáveis e também citando que não teve acesso as questões técnicas e consequentemente deixando muito claro o procedimento considerado para sua análise em que se baseia sua opinião.

O citado no parágrafo anterior, talvez seja um dos comportamentos éticos indevidos que testemunhei com mais frequência em minha vida profissional, que são os “especialistas” que com o objetivo de ter algum destaque, avocam-se a dar pareceres definitivos e conclusivos, em especial para a mídia, condenando ou diagnosticando, sem a preocupação do aprofundamento ao tema ou ter acesso aos elementos que lhe deem suporte técnico a afirmação. Quem nunca viu a condenação de construções e até de profissionais, após grandes tragédias, ou diagnósticos apressados de causas de acidentes por outros profissionais que, no afã de “aparecer” ou até demonstrar seus conhecimentos, mas que sem o devido cuidado, levam à situações difamatórias outros profissionais da engenharia.

Vivenciei muito tais questões e alguns casos, e até empresas em que trabalhei foram vítimas de diagnósticos precipitados e irresponsáveis, alguns inclusive com grandes impactos na imprensa, como no ano de 2013, quando aconteceu um rompimento de uma adutora da CEDAE que vitimou uma criança na zona oeste do Rio de Janeiro e quando um profissional de engenharia, dirigente de uma entidade respeitável e centenária do setor de Engenharia, na busca dos holofotes, apressou-se em um diagnóstico leviano a um jornal e foi calado posteriormente, quando a perícia técnica realizada por outros engenheiros e pelo próprio órgão de perícia policial, Instituto Carlos Eboli, constatou que o acidente teria sido fruto da interferência de terceiros. A irresponsabilidade e postura do profissional não foram acompanhadas de um posterior reconhecimento da sua postura equivocada e um pedido de desculpas à empresa.

Outro exemplo que vivenciei na CEDAE, foi a de um profissional que, pedindo para não ter seu nome revelado, levou ao Ministério Público Estadual, o tosco primário diagnóstico de que bueiros que explodiam com elevada frequência no Rio de Janeiro teriam como causa pela presença de gás metano oriundo de infiltrações de redes de esgoto nas galerias subterrâneas de energia elétrica, tese que depois foi claramente desmentida pelo real diagnóstico das razões, que eram muito distantes da lunática hipótese que não levava em consideração a baixa concentração de uma eventual infiltração de esgoto para causar uma atmosfera explosiva. Na ocasião frontalmente repudiei com a determinação de levar tal “especialista” ao Comitê de Ética da profissão, mas que infelizmente seu nome nunca nos foi revelado pelo representante do Ministério Público que precipitadamente prosperou tal tese à mídia, embasada por aquele “anônimo engenheiro especialista” que, como um ninja, “sumiu na fumaça”.

Na linha deste comportamento ético indevido na Engenharia, existem aqueles que para fugir da sua eventual responsabilidade ou até omissão, buscam lançar cortina de fumaça ou usar das chamadas “manobras diversionistas técnicas”. Este caso pude observar ainda quando estava na presidência da CEDAE quando, ao final do ano de 2013, alguns profissionais diante de uma possível crise de abastecimento na região metropolitana para os anos de 2014 e 2015, que não aconteceu, foram a público buscando distorcer fatos técnicos e esconder a sua real responsabilidade como gestores na área ambiental, em não estabelecer um critério adequado de controle de outorgas de captação de água para fins industriais e estabelecendo limites e condicionantes técnicos para sua execução e sem qualquer esforço adequado para o combate à captações irregulares ou esforço para recomposição das matas ciliares dos cursos hídricos. Tive na ocasião que escrever um artigo em um jornal de grande circulação, demonstrando a postura leviana do desvio de ética dos profissionais, sem citar seus nomes, e que certamente leram, vestiram a carapuça, e acabaram com a postura irresponsável.

O exercício das práticas éticas é extremamente importante também no convívio nas empresas, e desde cedo, os jovens profissionais devem aprender que o trabalho em equipe acaba sendo um exercício das melhores práticas éticas. A retirada do individualismo na execução e nas conquistas é uma prática a se colocar aos jovens, em especial para alguns bastante alienados por influências dos “cases” apresentados em filmes de Hollywood e em algumas revistas de negócio, que vangloriam a ação individual, a qualquer custo, sem compromisso de buscar o crédito no coletivo ou até se apropriando do crédito de terceiros, como sendo a melhor forma de galgar cargos e subir na profissão. Ou seja, crescer a qualquer custo e sem a devida postura ética seria algo que a permissividade empresarial sustentaria e até reconheceria positivamente.

Neste contexto da orientação ao jovem profissional desde os bancos escolares para a importância de questões da ética não só na vida pessoal, mas também na profissional, em especial para observância dos códigos de ética dos conselhos de classe profissionais, é que ao assumir em 2015 a Presidência da FAETEC, que é a fundação de apoio ao ensino técnico do Governo do Estado que controla as escolas técnicas da rede estadual, imediatamente orientei nossas equipes acadêmicas para que nos conteúdos programáticos dos diversos cursos técnicos de ensino médio e superior, o ensino da ética estivesse presente de maneira bastante clara, como ato de “obstinação” pelo corpo docente.

A divulgação dos conhecimentos tecnológicos para proteção da sociedade e em especial a valorização e o culto e o zelo à profissão, é fundamental na Engenharia, já que muitas vezes é dado ao profissional o poder de projetar e, consequentemente, transformar, e, portanto, a função de preservar e difundir o conhecimento se torna fundamental e deve ser uma diretriz por parte do jovem profissional no ato de moldar o seu perfil, além também de ser uma obrigação.

Também no campo empresarial, em especial nas relações com fornecedores e parceiros, é postura ética exigir a reciprocidade ética e esta é a conduta esperada pelos profissionais mais experientes. Nesta mesma linha, a atitude de atuar com imparcialidade e impessoabilidade é uma postura ética obrigatória em especial para os profissionais que atuam em empresas e organizações públicas ou de economia mista, onde as exigências legais já estão consolidadas como em leis para licitações públicas e normalmente são acompanhadas por órgãos de controle como os diversos Tribunais de Conta!

O uso de informações privilegiadas para que um profissional venha a se beneficiar fora ou dentro da organização ou para denegrir a imagem de uma organização é prática condenável. Da mesma forma é importante existir a definição clara e de maneira formal para o corpo funcional da organização que a postura de cada um deve estar de acordo com práticas que façam com que qualquer irregularidade ou ato ilícito, que eventualmente se tenha ciência, mesmo não sendo de sua atribuição formal, deva ser comunicado, mesmo que anonimamente, às autoridades superiores ou ao comitê de ética, caso este exista.

Da mesma maneira, a recusa terminante contra eventuais assédios para recebimento de vantagens indevidas, é uma prática esperada, como também a sua formal denúncia ao canal competente, mesmo que anonimamente, criando um clima organizacional repelente contra tais posturas, o que fortalece a imagem institucional da organização e do profissional da Engenharia.

A concorrência desleal e as práticas de cartelização ou concentração econômica visando controlar mercado para dele se aproveitar, além de ilegais, são também práticas não éticas e merecem ser condenadas até por serem muitas vezes ilegais.

Outro aspecto importante é a adequação da expressão técnica pelo profissional ou empresa do serviço a ser prestado perante a quem lhe contrata, sendo este leigo ou não, informando sobre os riscos e responsabilidades de cada parte e também alertando sobre as devidas consequências. Isto é fundamental, na postura ética esperada por um profissional de engenharia.

Também nas relações pessoais, em especial nas empresas, mais do que a própria legislação fixa e condena como preconceito, a existência de qualquer diferenciação na equidade do relacionamento que seja influenciada por variáveis como raça, religião ou diversidade sexual, que tem de ser combatida de maneira veemente.

No âmbito empresarial, o conceito da ética se transformou não só em uma necessidade para convivência na sociedade impactada pela organização, mas principalmente como sendo uma ação de governança e uma ferramenta de diferenciação e de sobrevivência no mercado em que atua a empresa.

É importante destacar que na sociedade empresarial contemporânea a grande maioria das empresas, muitas vezes por exigência de suas matrizes, de seus consumidores e de seus clientes, cada vez mais começam a formalizar para seus colaboradores, parceiros e fornecedores seus próprios Códigos de Ética, fazendo com que eles sejam conhecidos e, principalmente, absorvidos por todos empregados da administração, de forma que tais preceitos se transformem em “cultura organizacional”, tornando-se um valor essencial na sobrevivência das organizações modernas.

Estas práticas, em especial no Brasil, ganharam mais atenção da própria mídia, da sociedade e dos próprios acionistas em função do conjunto de escândalos que começaram a surgir no Brasil a partir de 2012, quando diversas empresas privadas que foram capitalizadas por ofertas públicas de ações (IPO) acabaram “quebrando”. Além disso a partir de 2014, na conhecida “Operação Lava Jato”, diversas estatais e empresas de Engenharia, que a partir de escândalos de práticas criminosas por alguns de seus gestores, levaram o foco da importância de melhorar sua governança e criar mecanismos para que obras públicas e, portanto empreendimentos de Engenharia, pudessem estar melhor blindados contra práticas criminosas.

Aliás, a operação “Lava Jato” iniciada em 2014 teve importante papel de lançar uma luz importante para o aprofundamento da questão de ética na Engenharia, em especial porque praticamente todos os desvios estavam acobertados por práticas odiosas e criminosas usando a Engenharia para mascarar ações indevidas, como subavaliar empreendimentos visando sua aprovação a partir de um nível de projeto básico inadequado para o seu posterior incremento e aditivos (Change Orders), todos justificados por engenheiros e a partir de “argumentações técnicas”, isto sem falar na execução de projetos com vícios técnicos visando a sua superavaliação no ato da contratação ou posteriormente.

É importante destacar que neste episódio lamentável para a história do país, da sua principal estatal que é a Petrobrás e para a própria engenharia, participavam as principais empresas de Engenharia do país, sendo que a sua grande maioria era presidida por engenheiros, praticando cartéis e justificando suas práticas criminosas a partir de justificativas sempre aliadas a argumentos baseados na “Engenharia”.

Neste cenário de exigências, inclusive para lançamento de ações no mercado internacional, em especial o norte-americano, e para atração de novos investidores a Lei Sarbanes Oxley, utilizada como paradigma do exterior em nosso país, tornou-se comum nas grandes organizações que entraram ou que estão se estruturando para entrar futuramente no mercado para captação de recursos financeiros já que cada vez mais investidores institucionais e acionistas do Brasil e do exterior, exigirem tal postura.

No Brasil, como requisitos para qualquer empresa que queira ter suas ações negociadas na Bolsa de Valores, como no chamado “Novo Mercado”, são exigidos cada vez mais procedimentos formais de comportamento ético empresarial, não sendo portanto uma necessidade perante somente os acionistas, mas principalmente para toda sociedade, e também pelas instituições que comercializam as ações.

As práticas das melhores “governanças corporativas” acabam, portanto, tornando-se posturas éticas obrigatórias em relação aos acionistas e ao próprio mercado, onde a transparência das ações e informações se tornam cada vez mais necessárias inclusive e por isso viraram obrigações legais e normativas junto a órgãos de controle, como temos no Brasil a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Diante deste diagnóstico e atual cenário que se desenha, o que se conclui é que em uma sociedade democrata e cada vez mais exigente de transparência como é a de nosso país, a questão da ética se transformou em uma função chave para governança e que será cada vez mais exigida e aperfeiçoada em seus mecanismos de cobrança e em um elemento essencial para o sucesso de cada profissional, em especial aqueles que atuam no ramo da Engenharia e também se tornando um valor de diferenciação de toda organização empresarial.

Portanto, ética é uma função vital de qualquer profissional e organização que deve se atentar, incentivar e promover, até como forma de sobrevivência, ressaltando que tal demanda será crescente nos próximos anos, tanto por acionistas, como por seus clientes, e em especial pela própria sociedade.

Wagner Victer é morador da Ilha do Governador, Engenheiro de profissão, Conselheiro do Clube de Engenharia e Membro Efetivo da Academia Nacional de Engenharia, ex-presidente da CEDAE – Companhia Estadual de águas e Esgoto do Rio de Janeiro e atualmente exerce a presidência da FAETEC/RJ. Também é Conselheiro do Fluminense Football Club.

Fonte: www.debatesculturais.com.br

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