A importância das olimpíadas e de outros grandes eventos da humanidade

Aimone Camardella

 

    Desde a antiguidade, eram postos à prova os valores guerreiros, em grandes disputas, onde a vitória era conquistada a custa da própria vida do adversário.

    E, nos grandes palcos destas cenas dantescas, como o Coliseu de Roma, sempre lotado, o povo vibrava e incentivava o vitorioso a matar o derrotado. Em geral, os adversários eram prisioneiros, retirados de seus cubículos prisionais, para enfrentar os emproados guerreiros, armados com suas couraças, lanças e até utilizando cavalos.

    Por volta de 2500 a.C., os gregos já usavam essas competições em homenagem aos deuses, principalmente Zeus.

    Aos 2000 anos passados, em plena era de Pilatos, verificou-se a crucificação de Jesus Cristo, como resultado de um “jogo” da época, que “matar” era sinônimo de “vencer com glória”.

    Como justificar tal atitude da humanidade? Talvez porque não havia ainda o conceito de “sentimento”, desenvolvido através de um amor, capaz de revelar a beleza de um mundo espiritual, diferente deste nosso mundo material, onde tudo somente reinaria a Paz, a Alegria, a Concórdia, num ambiente de extrema pureza da eternidade.

     Apesar ainda de, na época antiga, ainda persistirem o resíduo das citadas atrocidades, foi somente em 776 a.C. que os gregos criaram os Jogos Olímpicos, de forma organizada e com a participação de atletas de várias cidades-estado. Além da religiosidade, os gregos buscavam, através dos Jogos Olímpicos, a Paz e a Harmonia entre as cidades que compunham  a civilização grega, como também a importância que davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável.

     No ano de 392 a.C. os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Todósio I, após converter-se ao cristianismo.

     Não se pode negar, entretanto, que, da época antiga para a medieval e para a atual época moderna, a humanidade progrediu muito, não só cientifica e tecnologicamente, como socialmente, ou seja, eliminando muitos dos horrores daquela  época.  

    Embora ainda persistam muitas incongruências sociais, como as guerras, há de se levar em conta que atualmente se procura substituir os estados gravemente beligerantes, de antigamente, por competições esportivas, onde “vencer” continua a ser o objetivo, porém sem o estigma maligno da “morte” dos derrotados.

    Nesse particular, salienta-se a importância das Olimpíadas, realizadas nos diversos países a cada quatro anos, as quais carreiam grande número de representantes governamentais, incluindo Dirigentes, que comparecem para prestigiar seus compatriotas  ao disputarem as diversas modalidades esportivas. Tudo dentro de um espírito de união de povos e raças, representado pela própria bandeira olímpica, formada por cinco anéis entrelaçados, caracterizando os cinco continentes e suas cores.

    Depois de proibidos pelo imperador romano, TodósioI, os Jogos Olímpicos somente foram retomados, em Atenas, em 1896, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido como Barão de Coubertin.  Foi um evento em escala reduzida, com apenas 13 países participantes, com 285 atletas, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis.

    A partir de 1896, com exceção dos anos de 1916 – 1940 e 1944, as Olimpíadas se realizaram a cada 4 anos, nos seguintes países: Grécia (1896), França (1900), USA (1904),  Inglaterra  (1908),  Suécia (1912), (1916),  Bélgica (1920), França (1924), Holanda (1928), USA (1932), Alemanha (1936), (1940 ), (1944), Inglaterra (1948), Finlândia (1952), Austrália (1956), Itália (1960), Japão (1964), México (1968), Alemanha (1972), Canadá (1976), Rússia (1980), USA (1984), Coréia do Sul (1988),  Espanha (1992), USA (1996), Austrália (2000), Grécia (2004),  China (2008), 2012 (Inglaterra).

     De acordo com o COI (Comitê Olímpico Internacional), a próxima Olimpíada será no Brasil, em 2016.

     Os esportes, sem dúvida, representam a forma de o ser humano desafogar o seu ego na conquista de uma medalha, e, portanto da vitória , e, ao mesmo tempo, para o melhoramento da saúde do corpo, ou seja, juntar o útil ao agradável. Lamentavelmente, poder-se-ia considerar o Jogo como uma “guerra”, em que os atletas representam os soldados de frente, pois o “vencer” é inerente à raça humana , com sua euforia de se impor ao semelhante.                                                                                                        

   Nas Olimpíadas de Paris, em 1924, foi oficialmente introduzido  o Lema Olímpico : “ Citius, altius, fortius” (mais rápido, mais alto e mais forte), o que demonstra a prepotência do homem, pois, como se diz filosoficamente, “ O homem é o lobo do homem”.

  Como se observa, os esportes sempre foram, e certamente continuarão a ser, a grande atração dos seres humanos, atualmente muito engrandecidos pela participação da mulher, porque não dizer em igualdade de condições com o homem.  Foi somente nos Jogos Olímpicos de Paris (1900) que as mulheres puderam participar do evento. Nesta ocasião, a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro foi a britânica Charlotte Cooper.

   Apesar do espírito olímpico, que se procura manter como objetivo fundamental dos citados Jogos, vários incidentes reprováveis têm acontecido durante a realização dos mesmos. Cita-se, por exemplo, o caso das Olimpíadas de Berlim (1936), quando o chanceler Adolf Hitler retirou-se para não premiar o atleta  negro, norte-americano, Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Na Olimpíada de Munique ( 1972) , houve um atentado do grupo terrorista Setembro Negro que matou 11 atletas da delegação de Israel. 

   Sem dúvida, como foi visto, os esportes têm  uma certa prioridade na preferência dos homens, talvez contaminados por esta vontade de “sempre vencer”, gerada pelo seu egoísmo e pela sua ambição, embora se propale de que para “jogar é preciso saber perder”. O futebol de hoje é disputado no mundo inteiro e o nosso País é um dos de maior projeção, a ponto de incentivar o profissionalismo a um nível muito elevado, valorizando os jogadores de forma um pouco exagerada, em detrimento de outras profissões, que exigem cultura, e representam as bases do desenvolvimento.

    Outro grande evento, que engrandece o nosso povo, é o Carnaval, principalmente o Carnaval carioca, que sempre carreia um sem número de turistas para o Brasil para assistirem o “molejo das baianas”

    Este evento chegou a um tal ponto de técnica , arte e literatura, que pode ser considerado como um grande exemplo de Cultura Popular, onde participam mentores intelectualizados que projetam suas Obras como verdadeiros artistas e técnicos especializados.

   Além das Festas Juninas, no mês de junho, que empolgam o povo com roupas e danças típicas, chegamos ao fim do ano, sempre ansiosos para festejar as Grandes Datas da Cristandade, e a passagem para o Novo Ano que se inicia.

   Outros eventos particulares também fazem parte deste elenco de atividades do ser humano, que procura saciar a sua vida com esportes e divertimento.

   Não se pode dizer, portanto, que é só de pão que vive o homem, pois ele necessita de outros complementos para saciar o seu evoluído cérebro, pois as suas redes neurais estão em permanente agitação, fazendo vibrar toda a sua massa cinzenta, donde germinam as grandes idéias e obras, consubstanciadas na materialização da vida como prêmio da sua vaidade, do seu egoísmo e do querer e querer cada vez mais.  

   Quando esta vontade indômita de sempre “vencer”, como vimos nos esportes, se cobre de um manto, consubstanciado de amor, de amizade e de respeito ao próximo, de acordo com as leis divinas, aí então a vitória será conseguida.  

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