Professora Maria Georgina Muniz Washington
Vice-Reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

 

Muito se tem falado sobre a UERJ nos últimos tempos. Temos tido muitos apoios, mas sofremos com críticas que se limitam a ver a universidade como custo, apontando para o crescimento orçamentário, sem uma análise mais profunda. A UERJ cresceu, cresceu sim nos últimos 10 anos, com o cuidado devido e consciente do seu papel na sociedade do estado do Rio de Janeiro.

Pioneira em ações sociais foi a primeira Universidade Pública a ter: ensino noturno, dando assim oportunidade aos trabalhadores, a implantar o sistema de Reserva de Vagas - RV, com bolsa Permanência durante o curso para os alunos, que, como já é do conhecimento geral, deu oportunidade a jovens que não tinham expectativas de cursas o ensino superior. Este programa já mostrou que veio para dar certo, hoje temos alunos que são os primeiros a serem graduados em suas famílias levando assim não só a elevação da autoestima como a certeza para muitos jovens que é possível. Só isto já vale o investimento na UERJ. Mas a UERJ também cresceu na Educação Básica, na Graduação, Pós-graduação, Extensão e na área da Saúde, neste período.

COLÉGIO DE APLICAÇÃO – CAP

O Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAP/UERJ, uma das unidades acadêmicas da UERJ, tem por finalidade a formação docente inicial e continuada, em parceria com outras unidades acadêmicas da Universidade e a promoção de educação básica de qualidade, de atividades de pesquisa em ensino e educação, da extensão universitária e da cultura na cidade e no estado do Rio de Janeiro. Apesar de ter uma estrutura predial de condições não adequadas, o CAP oferece desde o Ensino Básico (Fundamental e Médio), passando pela Graduação, até a Pós-Graduação de alta qualidade, além de oferecer um acompanhamento aos portadores de necessidades especiais, classificada como excelente pelo Ministério Público, após ter ouvido relatos de pais. O corpo docente conta com 196 professores, desses 41% possuem doutorado.

O Programa de Pós-Graduação de Ensino de Educação Básica – PPGEB oferece o curso de Mestrado Profissional no CAP. A Extensão do CAP conta com 36 projetos, a maioria deles, voltados para as comunidades e municípios.

A excelência do CAP é notória, mas sempre temos algo mais para nos orgulhar, em 2016 três estudantes egressos do CAP embarcaram para o Japão, em abril, após entrevistas que os habilitou a estudarem na graduação em Relações Internacionais da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio (TUFS). Este ano mais três alunos irão participar de estudos na TUFS.

GRADUAÇÃO

A UERJ implantou, neste período, 13 novos cursos. Destaca-se que os cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia Química, em Resende, foram montados com a anuência do governo do Rio de Janeiro, em face da expansão do parque automotivo da região, e Arquitetura e Urbanismo, em Petrópolis, por solicitação do governo.

O ingresso dos estudantes na Universidade acontece através de Vestibular Estadual da UERJ, realizado anualmente, com Edital próprio e com grande quantidade de candidatos disputando as vagas ofertadas. Nos últimos 5 anos, o número de inscritos no “Exame Discursivo”, última etapa do Vestibular da UERJ foi de 45.448 para o ano de 2013, 46.712 em 2014, 49.127 inscritos no ano de 2015, 41.897 em 2016 e, agora para 2017, um número, significativamente, menor 29.537. Em 2016.1 a UERJ apresentava 26.767 alunos no Curso de Graduação presencial e 7.266 alunos de Educação a Distância, totalizando, assim, 34.033 alunos ativos.

Com relação ao Sistema de Reserva de Vagas (Políticas Afirmativas), em 2007 o número de cotistas era de 3.598 alunos de reserva de cotas, que correspondia a 17% do número de alunos de graduação; hoje temos 9.900, que corresponde a 37% dos alunos.

Outra demonstração de nossa qualidade de ensino (graduação e pós-graduação) é que, apesar da crise por que a UERJ passa, temos uma demanda de intercâmbio de alunos estrangeiros que estamos recebendo através da Diretoria de Cooperação InternacionaI nos últimos dois meses. São 16 países, entre Alemanha, França, Portugal, Itália, Peru, Bélgica, Reino Unido e Japão, para diversos cursos de Graduação.

PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Pós-graduação Stricto Sensu 
Ao longo do mesmo tempo, destacamos o aumento total do número de programas em 50%, passando de 41 para 61. Um dado dos mais relevantes é o número de cursos de doutorados que praticamente dobrou, com um aumento de 23 para 43 cursos, o que demonstra a maturidade da Pós-graduação e da Pesquisa na Universidade. Note-se que apenas de 2011 a 2015, o incremento foi de 30 para 43 cursos, na medida em que a apresentação de propostas de doutorado é um desdobramento de um esforço de qualificação dos cursos de mestrados. Destaca-se também o aumento do número de redes nacionais de pós-graduação em que a UERJ participa, sendo a maioria para o oferecimento de mestrados profissionais. A distribuição dos programas por Centros Setoriais mostra que o aumento da pós-graduação tem ocorrido em todas as macro-áreas de conhecimento, sendo especialmente relevante o crescimento da pósgraduação nas Unidades fora do campus Maracanã.

Além da ampliação do número de programas, o movimento de qualificação dos cursos deu resultado na avaliação trienal finalizada em 2013, conforme explicitam os dados abaixo. A curva é ascendente em todos os conceitos, destacando-se que o número de cursos de excelência 6 e 7 mais do que dobrou (de 3 para 7), sendo que passamos de nenhum curso com conceito 7 em 2007, a ter 3 cursos na última avaliação. O incremento de cursos com conceito 5 foi de 50%, o que coloca a UERJ entre as grandes Universidades do país. Destaca-se que os cursos com conceito 3 são em sua maioria novos, recém-criados e, por isso, ainda não avaliados em seu funcionamento.

EXTENSÃO E CULTURA DA UERJ  

No que se refere às atividades extensionistas, a condição de instituição estadual confere à UERJ um forte compromisso com o desenvolvimento regional, que se materializa em uma intensa gama de atividades. Ao mesmo tempo, a extensão proporciona a troca de saberes e de experiências entre a comunidade acadêmica e o público externo, viabilizada, por exemplo, nas oficinas de criação artística oferecidas pela Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (COART), com uma média de 600 alunos, em especial de baixa renda, das comunidades do entorno do campus Maracanã. Atualmente estão em execução: 714 projetos, 253 cursos, 34 programas de extensão, envolvendo no seu total de atividades 3.000.000 pessoas, entre professores, funcionários técnico-administrativo, alunos e comunidade atendida. Destacamos que ao longo do tempo mais de 2000 projetos cadastrados foram desenvolvidos.

No que tange às áreas geográficas de atuação extensionista dentro do Estado, a UERJ está presente, em especial, nos municípios de: Angra dos Reis, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Cantagalo, Duque de Caxias, Itaperuna, Itatiaia, Japeri, Magé, Maricá, Nilópolis, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Queimados, Resende, Rio das Ostras, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Teresópolis, Varre Sai, Mesquita e São Pedro da Aldeia. Os principais locais de atuação dos Cursos de Extensão são: Casemiro de Abreu, Duque de Caxias, Niterói, Nova Friburgo, Parati, Resende, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Teresópolis e Volta Redonda, ou seja, atividades extensionistas da UERJ, atingem 29 municípios do Estado do Rio de Janeiro.

A Universidade oferece também uma ampla e variada programação artística e cultural. Para isso, a UERJ conta com espaços privilegiados, como os teatros Odylo Costa, filho e Noel Rosa; as Galerias Candido Portinari e Gustavo Schnoor; o Centro Cultural; a Concha Acústica; e o Ecomuseu Ilha Grande. A média de público presente nos eventos promovidos nesses espaços é de 130 mil pessoas por ano. Os eventos e atividades culturais permanentes proporcionam acesso à cultura à comunidade acadêmica e à população do Rio de Janeiro, nos mais diversos segmentos.

A área cultural, através de uma programação regular de exposições individuais e coletivas, mostras de filmes, shows, recitais, concertos, peças teatrais, ensaios abertos, rodas de conversa, oficinas, visitas mediadas e espetáculos diversos, oferece à população de todo o Estado do Rio de Janeiro uma programação de qualidade disponibilizada gratuitamente ou a preços populares, além de caracterizarem-se como atividades de formação continuada, aprofundamento teórico-prático, profissionalização e geração de renda.

Dentro desse universo, merece destaque o Ecomuseu Ilha Grande, que possui os núcleos Museu do Cárcere, Museu do Meio Ambiente, Parque Botânico e Centro Multimídia, em pleno funcionamento, com seis galerias com exposições permanentes e temporárias abertas ao público na Vila Dois Rios. O Ecomuseu desenvolve diferentes tipos de atividades e oficinas em toda a ilha, buscando a preservação da memória, da cultura e da biodiversidade, sendo também responsável pelas bibliotecas comunitárias de Vila Dois Rios e da Enseada de Palmas.

A Universidade da Terceira Idade é o único Centro de ensino, pesquisa, extensão, estudos, debates e assistência voltados para questões inerentes ao envelhecimento da nossa população estruturada em uma Micro Universidade Temática que vem contribuindo para a transformação do pensar da sociedade brasileira sobre os seus idosos.

Atuamos também na execução acadêmica dos seguintes projetos da antiga Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), hoje integrante da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social: Aluguel Social, Rio sem Homofobia, Casa de Direitos, LIBRAS no município de Queimados, Políticas para Mulheres e Rio sem Miséria.

Em outra categoria de projetos, por sua excelência, podemos citar o MAQUA (Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores) que desenvolve, desde 1992, ações e pesquisas que visam ampliar o conhecimento acerca dos mamíferos marinhos (baleias e golfinhos), que ocorrem no Estado do Rio de Janeiro, bem como a sua preservação.

As ações desenvolvidas em extensão e cultura são reflexo direto da capacidade de investimento do Estado nessa área.

ATENDIMENTO À SAÚDE 

O Hospital Universitário Pedro Ernesto- HUPE e Policlínica Piquet Carneiro-PPC
NO HUPE são 44 mil m² de área construída, com capacidade para 512 leitos em mais de 60 especialidades e subespecialidades. Tecnologia sofisticada está presente em todo o hospital, com Transplantes Renais e Cardíacos, Serviço de Hemodinâmica e Equipamentos radiológicos, além dos atendimentos ambulatoriais de referência em diversas áreas da saúde. Além desses serviços, o HUPE inovou ao criar a Enfermaria dos Adolescentes – hoje o Núcleo de Estudo da Saúde do Adolescente – NESA, a Clínica de Dor, a Clínica de Hipertensão do Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental (CLINEX) que atende hipertensos, obesos, diabéticos e dislipidêmicos, com enfoque interdisciplinar, pois cabe a essa clínica o diagnóstico precoce dessas doenças e suas consequências cardiovasculares.

O Hospital Universitário Pedro Ernesto – por ser um centro de excelência na área de saúde, dispondo de um corpo clínico formado por profissionais com reconhecimento nacional e internacional – mantém programas permanentes de atualização e modernização através de recursos captados com projetos desenvolvidos por seus profissionais. É composto de pelos departamentos: Direção Geral, Sistema de Informação e Telessaúde e Infraestrutura e Hotelaria; a Divisão de Nutrição e vários setores de Assistência, como farmácia, fisioterapia e laboratórios. Fazem parte, também, do HUPE, o Hemocentro “Betinho“, o Centro de Imagem e a PPC – Policlínica Piquet Carneiro –, única do gênero no RJ.

Na relação direta com a Universidade, temos a Coordenadoria de Desenvolvimento Acadêmico – CDA, a quem compete orientar e implementar as atividades educacionais do hospital, harmonizando-as com as ações assistenciais, através do Núcleo de Apoio Psicopedagógico ao Residente – NAPPRE, que visa criar uma cultura de cuidado aos profissionais em formação, deflagrar a reflexão sobre a prática, identificar as necessidades para a melhoria dos processos de formação/de trabalho, valorizar a convivência com os diferentes atores da instituição e desenvolver ações de educação permanente. Para tal, o NAPPRE desenvolve atividades individuais e coletivas, como a Ambientação dos Residentes, que tem como objetivo receber os residentes que chegam à instituição de modo a inseri-los em uma estratégia de transformação das práticas de cuidado. Além do NAPRE, o HUPE tem outros núcleos, como o NÚCLEO DE PESQUISA EM PROCESSOS EDUCATIVOS NA SAÚDE – NUPPES – que visa ao desenvolvimento da pesquisa com foco na divulgação, orientação e sistematização de dados no âmbito da educação de profissionais de saúde e oferta de acervo bibliográfico nesta temática; o NÚCLEO DE AVALIAÇÃO E ENSINO – NAVE – que tem como objetivo reconhecer, discutir, analisar e refletir sobre o processo avaliativo dos programas de Residência do/no HUPE mediante orientação pedagógica; e o NÚCLEO DE EXTENSÃO – NEXT –, com o programa ‘You HUPE: Educação em Saúde, Imagem e Sensibilidade’.

Dos 512 leitos disponíveis para internação, 47 são leitos de terapia intensiva adulta, 6 de terapia intensiva infantil e 25 de terapia intensiva neonatal, o que possibilita a realização de mais de 1.000 internações por mês. São 21 salas para procedimentos cirúrgicos no HUPE e seis na PPC, com capacidade para realizar anualmente 12.000 cirurgias. A capacidade instalada nas duas unidades de saúde permite a realização de 1,2 milhão de exames, 42.000 tratamentos ambulatoriais em oncologia e 8.000 quimioterapias. Tudo isso permite ao Hospital oferecer consultas, exames, procedimentos e procedimentos de ponta, como transplantes, diálise, oncologia, cardiovascular, neurocirurgia, reumatologia e hematologia, dentre outras – com destaque para realização de radioterapia, quimioterapia, cirurgias oncológicas, transplantes e cateterismo cardíaco, tratamentos que não podem ser interrompidos.

EVOLUÇÃO DO Nº DE PROFESSORES 

Comparado ao ano de 2007, a Universidade teve um salto de qualificação extraordinário no quadro docente, em relação à titulação  de 1.231 Doutores ao quadro efetivo em 2007 para 2.314 em 2016, com diminuição substancial dos docentes Substitutos (temporários) e ampliação significativa do quadro docente Efetivo. Cabe aqui destacar, que grande parte dessa ampliação do quadro docente efetivo, teve origem na sentença do processo judicial nº 015364596.2007.8.19.0001 (2007.001.149833-2), que obrigava a UERJ a recompor seu quadro docente, diminuindo progressivamente o número de docentes Substitutos (contratos temporários), que chegou a representar mais de 30% do quadro docente da Universidade. Para tanto, 611 vagas 6  foram autorizadas em 2014 para a realização de concursos públicos docentes. A fim de regular os termos da sentença judicial, foi celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a UERJ e o Ministério Público Estadual, passando a serem contratados docentes Substitutos somente para as situações de vacâncias e licenças.

Isto fez com que, em 2016, o número de substitutos não passasse de 4% do quadro efetivo permanente. De todo modo, mesmo com todo o crescimento qualitativo que a Universidade alcançou no período observado (2007 a 2016), o número total atual de docentes (Substitutos + Efetivos) é praticamente o mesmo, conforme pode ser observado na tabela e no gráfico acima.

O dinamismo da Universidade faz com que ela esteja em constante renovação e atualização para atender as demandas da sociedade. E assim é a UERJ, suas ações estão sempre voltadas para a ampliação e socialização do conhecimento em prol do desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. Desta forma, uma política de Estado que verdadeiramente objetiva a inovação e o desenvolvimento tecnológico e social da sociedade fluminense, obrigatoriamente tem que investir em sua Universidade Pública.

Bibliografia 

Os textos e dados foram obtidos das Sub-reitorias de Graduação, Pós-graduação e Extensão, Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp, Hospital Universitário Pedro Ernesto – HUPE e Vice-Reitoria.


Clique aqui para acessar o documento em PDF com os gráficos
que trazem dados sobre a evolução ao longo dos anos no número de alunos de graduação, número de cursos e programas, notas Capes, projetos de extensão, programas de extensão e quantitativo de professores.

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