Clube de Engenharia e Fórum de Mobilidade Urbana recebem Fernando MacDowell

Como o sistema do aeromóvel pode revolucionar o transporte de massas no Brasil e no mundo foi tema de destaque no evento realizado, dia 03/08, pelo Fórum de Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro, que promove reuniões no Clube de Engenharia reunindo semanalmente dezenas de entidades da sociedade civil e associações de moradores.  O professor e engenheiro Fernando MacDowell, renomado pesquisador da área de transporte de massas, apresentou o sistema informando que o aeromóvel é um veículo que não possui motor e, por isso, é cerca de quatro vezes mais leve que o metrô. “O metrô pesa 36 toneladas, o aeromóvel pesa oito, o que faz bastante diferença no dia a dia dos usuários e no tempo de construção”, afirmou.

Além do Fórum, promoveram o encontro a Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e a Divisão Técnica de Transportes e Logística (DTRL), sob a coordenação do conselheiro do Clube de Engenharia Luiz Antonio Cosenza, membro da DTRL e também do Fórum de Mobilidade Urbana. Fernando MacDowell trouxe ao público uma série de exemplos, como o aeromóvel que opera na Indonésia há cerca de 23 anos, com tecnologia inteiramente criada no Brasil, por pesquisadores brasileiros, e que só agora está sendo adotado em nosso país, em Porto Alegre, com a perspectiva de ser implantado brevemente em Nova Iguaçu, como medida para evoluir o transporte de massas. “Somos pioneiros. O aeromóvel na Indonésia já transportou mais de 90 milhões de pessoas sem nenhum custo social – acidentes, descarrilamentos etc. - a obra foi feita em oito meses, ou seja, em pouco tempo, e conta com seis estações. Ainda atende a uma área pequena, mas já é sucesso absoluto porque o custo é baixo e a população está satisfeita”, explicou o professor. Todas as pesquisas de desenvolvimento do aeromóvel foram conduzidas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Sobre o atual sistema de transportes no qual o governo brasileiro vem investindo, principalmente no Rio de Janeiro, o pesquisador declarou ser ineficaz. Londres e África do Sul, dois países que sediaram grandes eventos, implantaram o BRT e, segundo MacDowell, os projetos não deram certo. Ele afirmou com firmeza que o BRT não pode ser considerado seguro, já que as pessoas atravessam de uma plataforma para outra entre os ônibus, sem qualquer planejamento, correndo risco de sofrerem acidentes. “No Rio de Janeiro já morreram cinco pessoas devido à falta de planejamento operacional, o poder público tratou essas mortes como algo convencional. A parte de operação não foi levada em consideração, se tivesse, ninguém teria sofrido qualquer acidente“, protestou.

MacDowel informou sobre o processo de diálogo com o governo brasileiro para que houvessem investimentos no aeromóvel. Os pesquisadores montaram um sistema capaz de convencer o governo federal a utilizar este tipo de transporte, que em Porto Alegre liga o aeroporto a outros transportes. “A Rockwell (empresa que monitora foguetes nos Estados Unidos) considerou o sistema do aeromóvel ultra moderno e elogiou muito”, frisou.

Para ele, em comparação com outros tipos de transporte, o aeromóvel é notavelmente o mais viável. “Entre cinco opções, contando com o metrô, o BRT é o menos viável em todos os sentidos. O aeromóvel tem o melhor projeto, inclusive economicamente”, esclareceu. O pesquisador lembrou, ainda, o alto volume de desapropriações de casas e imóveis que, em geral, acontecem nas cidades para que o BRT seja construído.

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