Eixo Brasil-China: a retomada do desenvolvimento via BRICS

O Clube de Engenharia, representado pelo seu presidente, Francis Bogossian, realizou, dia 18 de dezembro, encontro sobre o tema Eixo Brasil-China: a retomada do desenvolvimento via BRICS, com palestra do economista e doutor em engenharia de produção José Carlos de Assis, autor de mais de 20 livros sobre economia política.

Abordando o Projeto Transul, de sua autoria, que tem como estratégia a articulação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) com o bloco dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Assis iniciou a palestra.  Para a crise e a estagnação econômica brasileira e o risco desta prolongar-se por muitos anos, caso algo não seja feito para criar um ciclo de desenvolvimento realmente sustentável, apontou como uma das vias para a resolução desta estagnação a articulação industrial com a China, tendo em vista interesses recíprocos.

A China tem enfrentado graves problemas com a escassez de água e de fontes de energia limpa, além dos altos índices de poluição, que pode, inclusive, ser revertido com esta parceria, o que torna interessante para ela a não instalação de mais indústrias básicas no país. A saída é o outsourcing; ou seja, a industrialização de recursos minerais fora de seu território. Esta é a contrapartida brasileira no acordo, já que o Brasil representa um campo ideal para a implementação dessas indústrias, rico em reservas minerais, água, potencial energético, mão de obra qualificada e com perdas ambientais mínimas.

“As vantagens para o Brasil são óbvias, deixaríamos de ser meros exportadores de commodities agrícolas e minerais, sujeitos aos humores imprevisíveis do mercado, como é atualmente, e agregaríamos a primeira escala de valor aos produtos primários que normalmente exportamos in natura”, destaca o professor.

Sobre o financiamento do projeto, Assis afirma que a China tem ampla capacidade para o investimento, mediante compra prévia dos metais resultantes. Além da garantia de investimento do próprio Banco BRICS e das nações sul-americanas, que também têm interesse na extensão dessa parceria para toda Unasul e, consequentemente, a um novo ciclo de crescimento produtivo.

 

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