Máquinas industriais: o objetivo define o método de avaliação

Nada mais natural que máquinas e equipamentos industriais sofram desgastes com o tempo e precisem de manutenção, peças trocadas ou substituídas, com significativos investimentos. Segundo o engenheiro industrial mecânico e perito Elinei Winston Lima e Silva, em palestra no Clube de Engenharia, em 18 de julho, a avaliação de máquinas e equipamentos é um cálculo necessário para os empresários poderem prever, ao longo do tempo, a perda econômica relativa àquele bem. Também pode ser necessária para cumprir decisão da justiça. A palestra, que apresentou os principais conceitos e métodos para avaliação de máquinas e equipamentos, teve promoção da Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e Divisão Técnica de Engenharia Econômica (DEC), além do apoio da Divisão Técnica de Ciência e Tecnologia (DCTEC) e da Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas do Rio de Janeiro (ABEA-RJ).

Valor do bem e vida útil
Para compreender a avaliação de máquinas e equipamentos é imprescindível conhecer alguns conceitos, como o valor de mercado, caracterizado como o valor que comprador e vendedor concordam em atribuir a um bem; valor comercial, que é o valor pago por um bem, incluídos impostos, frete e outras despesas; valor depreciado, o valor do bem após sua depreciação física; e valor de reposição, que seria o valor gasto na substituição daquele bem por outro de igual característica e desempenho.
 
Também é importante compreender que a vida útil do produto é o tempo previsto entre a entrada em operação e sua retirada de serviço, já completamente depreciado. Existe ainda a vida útil econômica: o tempo durante o qual o usuário pode considerar o bem como sendo útil e proveitoso às suas atividades. A avaliação de máquinas e equipamentos leva em consideração alguns desses conceitos e principalmente o de depreciação: a perda de valor ao longo do tempo causada por desgastes ou obsolescência. A norma técnica de orientação é a NBR 8977 (avaliação de máquinas, equipamentos, instalações e  complexos industriais).

A vistoria de um profissional para avaliar máquinas e equipamentos costuma ocorrer em toda a fábrica no que tange à conservação e manutenção, mas também pode tratar de um bem especificamente. O primeiro passo da vistoria, para constar no laudo, é registrar detalhadamente a máquina em questão, incluindo marca, modelo e potência. É necessário identificar, de acordo com suas condições, a idade real da máquina e também a aparente.

Métodos de avaliação
Uma das maneiras possíveis para avaliar o valor de uma máquina na vistoria é o método da taxa de depreciação fixa. Leva-se em consideração, entre outros fatores, o valor do bem quando novo e o período de utilização, com uma taxa fixa de depreciação a ser aplicada a cada ano, com o objetivo de determinar o valor daquele bem no momento da vistoria ou em outra data relevante, como o final da vida útil. É o método considerado por Elinei Winston como o mais adequado sob a ótica empresarial, uma vez que permite comparar a nível financeiro o desempenho das máquinas e equipamentos e possibilita ao empresário avaliar se a aquisição do equipamento pode ser mais vantajosa ou não do que aplicar seu valor no mercado.

Outro método apresentado é o Método da Linha Reta, considerado mais simples e eficiente. Nele, a depreciação total do produto, desde o início até o fim da vida útil, é uma só e se distribui uniformemente ao longo dos anos de uso. Além de ser um método simples, possibilita às empresas uma previsão da depreciação antes da mesma ocorrer e se planejar para manutenção e reposição. Também é uma metodologia aceita por agentes governamentais que fiscalizam e taxam as operações industriais, como a Receita Federal.

Tendo em vista a diferença entre as formas de avaliação, tanto na execução quanto nos resultados, segundo o engenheiro Elinei Winston, o melhor método para cada caso será definido de acordo com o objetivo da avaliação. Conheça melhor os cálculos necessários para a avaliação de máquinas e equipamentos na apresentação do palestrante, aqui.

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