Por Marcio Patusco

Hoje em dia os grandes conglomerados que dominam os mercados mundiais de comunicações e TI (tecnologia da informação) têm verticalizado cada vez mais suas atuações. Temos visto aquisições da Microsoft, Google e Apple no sentido de fortalecerem e ampliarem suas posições nesses mercados. Facebook, Skype, Instagram, iTunes, Picasa, Orkut, Flickr, Messenger, enfim, todas as redes sociais e iniciativas de computação em nuvem têm participação dessas empresas, que em seu início vieram de inovações em startups (empresas pioneiras em novos modelos de negócio). O Windows 8 vem, por exemplo, com uma loja que pode vender os tradicionais softwares, mas também comida, camisas, passagens aéreas, estadia em hotéis, etc. Google e Apple têm também suas lojas virtuais, evidenciando uma tendência de expansão para fora das fronteiras dos produtos de TI.

Cada uma dessas corporações domina uma parte considerável desse mercado: Microsoft com o Windows tem a maior parcela do mercado de PCs, a Google com o Android lidera no de Smartphones, e a Apple com o IOS (sistema operacional móvel mais avançado do mundo – é a base do iPhone, do iPad e do iPod touch) detem a maior fatia no de Tablets.

Para se ter ideia, seus faturamentos brutos anuais são da ordem de: Microsoft = US$ 60 bilhões, Google = US$ 50 bilhões e Apple = US$ 150 bilhões, com dados de 2012. São portanto empresas com tamanhos na mesma ordem de grandeza, nos mesmos mercados, e obviamente com pretensões de dominá-los. Está claro que nestas condições a melhor estratégia de aquisições e parcerias é que pode determinar a predominância de uma sobre a outra.

Neste ponto é que entra a figura do quarto player desse mercado, que se diferencia dos anteriores por não ser um player de TI e sim um fabricante de equipamentos: a Samsung. Até já quis ter seu sistema operacional, mas não vingou e segue como um grande fabricante de Tablets, Smartphones e PCs. O faturamento bruto anual da empresa nessa área é de US$ 140 bilhões. Seus celulares usam Android, seus PCs, o Windows e, dizem que ainda fabrica as telas para os produtos da Apple. Portanto, tem parceria com os três conglomerados desse mercado.

Os analistas dizem que o caminho para a hegemonia Samsung, numa quarta possível via, seria desenvolverem seu próprio sistema operacional aberto. Mas pode estar nas mãos da própria Samsung, a predominância no mercado de uma destas três empresas de acordo com a parceria e termos acertados por estas com o gigante coreano.

E as empresas de telecomunicações?

Os impérios formados pelos três grandes conglomerados Microsoft, Google e Apple, tão marcantes e decantados em terras de acolá, não parecem tão expressivos assim quando vemos o faturamento bruto das Operadoras de telecomunicações por aqui. Só o faturamento bruto de nossas teles ,em 2012, foi de cerca de US$ 100 bilhões. Ou seja, menor apenas do que o da Apple. Na verdade, conforme divulgado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) em relatório recente, nós já somos o 4º mercado mundial de receitas de operadoras de telecomunicações. Perdemos apenas para EUA, Japão e China.

Mais do que nunca, é importante entendermos o potencial do nosso mercado. Chamamos a atenção do Minicom e da Anatel para a relevância disso nos argumentos e acertos feitos nas mesas de negociação com as operadoras. O fato de termos o  4º mercado mundial de receitas tem que ser revertido a nosso favor e em prol de uma melhora em todos os serviços prestados no país. Incluindo a tão necessária negociação por uma redução tarifária, um maior compromisso social destas operadoras, o fim da terceirização das atividades fins, maior qualificação e participação da sociedade civil nas decisões e rumos do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

 

Publicado em Instituto Telecom, 15 de janeiro de 2013

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