Moradores da Colônia Juliano Moreira reivindicam traçado mais democrático para a região

O Brasil conta com um importante calendário pela frente. Em particular no caso do Rio de Janeiro, que sediará a Olimpíada de 2016, as obras de infraestrutura, especialmente as de transportes, têm sido tema de debates no Clube de Engenharia. Em discussão, dessa vez, está a passagem da Transolímpica pela Colônia Juliano Moreira, área localizada na região de Jacarepaguá. Promovido pela Divisão Técnica de Transporte e Logística (DTRL), o debate aconteceu no último dia 13 de dezembro.

Aline Santos de Oliveira, moradora da Colônia Juliano Moreira, iniciou o debate falando sobre a ausência de cumprimento de etapas e diálogo por parte do poder público. Segundo Aline, o projeto executivo da passagem da Transolímpica pelo bairro não foi apresentado aos moradores. Ela exibiu uma reportagem produzida pelo Canal Futura, em que o caso da Colônia é relatado. Segundo Aline, a apresentação resume o sentimento da população e as questões relacionadas à Transolímpica não só na Colônia, mas em vários bairros por onde ela passará.

O problema em torno da Transolímpica na Colônia refere-se ao seu traçado. Ainda segundo a moradora, o projeto atual, diferente do que havia sido planejado anteriormente, atravessa uma área de difícil acesso. “As informações de que a Transolímpica passaria por dentro da Colônia e de como isso seria feito foram negadas pela prefeitura desde o início, então nos reunimos para buscar respostas”, contou Aline. O Grupo de Apoio Técnico do Ministério Público (GAT/MP) realizou um estudo e constatou que o traçado estaria defasado no momento de sua aplicação, já que as linhas desembocam na Avenida Brasil, que está completamente congestionada, segundo afirmam os moradores da Colônia.

Para o engenheiro e deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), o traçado da Transolímpica naquela região é problemático. “A região estava em processo de reflorestamento, o traçado está passando por cima disso. A Secretaria de Transportes disse que não era responsável, a Secretaria de Obras não o conhecia, mas sabia que estava sendo desenvolvido por uma empresa de consultoria. Quando falamos com o prefeito, ele disse que decidiria em conjunto com o secretário de obras. Em seguida, uma audiência pública foi marcada, mas não foi suficiente”, explicou Luiz Paulo.

O deputado disse, ainda, que o traçado original removeria várias famílias do local, já o novo passa por um local em reflorestamento. “Segundo a prefeitura é compatível com o Plano Diretor desenvolvido para a Colônia, o que não pode ser porque se assim fosse a prefeitura não estaria reflorestando para depois passar uma via por ali”, argumentou. Luiz Paulo, então, pediu junto ao INEA para buscar uma terceira opção. “É preciso encontrar um traçado que afete o mínimo possível a Colônia. O atual pode ser até com menor custo, mas não é o com menor impacto social e ambiental”, arrematou.

Segundo Eduardo Fagundes Carvalho, gerente da Secretaria de Obras da Prefeitura do Rio, a prefeitura optou por um traçado com menos desapropriações. “Se fosse possível fazer isso sem passar pela mata, teria sido feito, mas é preciso levar em conta a curva, o declínio e questões que limitam o ideal. Assumo o compromisso de levar algumas das questões aqui colocadas para a prefeitura. Conversarei com as pessoas e levarei a solicitação ao secretário para solucionarmos o problema do projeto”, concluiu.

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