As curvas da mulher brasileira e das montanhas do Rio de Janeiro estão presentes na obra de nosso Oscar Niemeyer. Darcy Ribeiro já dizia: "é um homem que dentro de mil anos continuará a ser conhecido e respeitado".

Niemeyer sabe, como ninguém, oferecer sua arquitetura aos olhares do cidadão comum, alegrando e enchendo de admiração todos os que têm a ventura de se aproximar de seus trabalhos.

Em cada dia de sua vida, surge algo novo, surpreendente. No passado, a obra em homenagem a Juscelino Kubitschek quando, em plena ditadura, os militares sentiram a presença do martelo e da foice, sutilmente insinuados no adeus que o presidente nos oferecia. No presente, no belíssimo disco voador onde passeamos todos, ao visitar o Museu de Arte Contemporânea de Niterói.

As universidades e escolas espalhadas pelo mundo, da Argélia ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em São José dos Campos, incentivam o estudo e alimentam o questionamento da realidade, ao tempo em que são alvo da admiração até dos que não conseguem chegar aos bancos escolares. Nos quinhentos CIEP's espalhados pelo Estado do Rio de Janeiro estão presentes as curvas e os espaços de nosso gênio maior.

A Igreja da Pampulha, a Catedral de Brasília, a Praça dos Três Poderes, o Memorial da América Latina são exemplos de uma obra monumental. Qualquer deles, isolado, já deixaria a marca do gênio.

E não nos referimos ainda a Brasília, marco de um momento de orgulho de nossa história, quando a arquitetura de Oscar desafiava nossa engenharia, pelas dificuldades das formas que trazia e era respondida pela competência de nossos engenheiros calculistas, onde os vãos e os arcos exigiam uma matriz de rigidez antes impensável.

E mais, ele não se limita a ser o grande técnico que é, mas o homem do mundo que todos admiram.

Jamais fez um palácio para os ditadores: seu compromisso sempre foi com homens públicos comprometidos com a democracia.

Em cada Congresso Mundial pela Paz, lá estava a presença de Oscar, lutando pela construção de um mundo mais justo, fraterno, humano.

Quando a ditadura militar atacou a liberdade, Niemeyer se sentou no banco dos réus, acusado de estar do lado da democracia.

Chega aos cem anos lutando pela justiça social, não cedendo um só milímetro em seu compromisso de lutar contra a desigualdade social.

O Clube de Engenharia está lançando, apoiado por outras entidades, o nome de Oscar Niemeyer para Prêmio Nobel da Paz de 2008, como reconhecimento de uma vida integralmente voltada para aproximar as pessoas, enfrentando os perigos da guerra e da violência, oferecendo sua técnica para a construção de um mundo melhor para todos.

Longa vida a nosso arquiteto maior, longa vida ao ser humano integral que junta a técnica e a arte como armas na luta pela paz e pela justiça, que ele imortaliza em seus traços.

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