Em exposição no Conselho Diretor do Clube de Engenharia do dia 16 de fevereiro, o secretário Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio de Janeiro comunicou a criação do cargo de arquiteto social por decreto nº. 30.399, de 9 de janeiro de 2009, do Prefeito Eduardo Paes.

A criação da figura do arquiteto social, bem como do engenheiro social, está diretamente relacionada às atividades do “Posto de Orientação Urbanística e Social (Pouso)”, criado em 2004 e incentivado pela atual administração.

No Pouso, o arquiteto tem uma função mais urbanística, de orientação da formalização, enquanto o engenheiro deve ter atribuições mais técnicas.

No entanto, para as 968 favelas existentes hoje na cidade do Rio de Janeiro, há somente 33 Pousos conseguindo atender apenas 60 favelas.

Para um total de 1,8 milhões de domicílios formais, existem 300 mil informais, que exigem um ordenamento do espaço urbano ocupado, que permita maior segurança das habitações e qualidade das moradias. Essa a grande missão da Arquitetura e da Engenharia Social.Para tanto, é necessário que se iniciem, nas Faculdades de Arquitetura e Engenharia de nossa cidade, novas especializações profissionais, quais sejam: a Arquitetura Social e a Engenharia Social, com matérias específicas, incluindo: urbanismo, controle de encostas, estruturas, legislação urbana, saneamento, energia renovável, controle de lixo, transporte, etc.

O Clube de Engenharia apóia integralmente essa iniciativa, lembrando que a existência de mais de um milhão de brasileiros, moradores nas comunidades mais carentes da cidade do Rio de Janeiro, vivendo em condições indignas de moradia e saúde, na nossa cidade, envergonha a todos nós cidadãos, em especial os engenheiros e arquitetos, profissionais preparados pela sociedade para, fazendo bom uso dos conhecimentos científicos e tecnológicos, criarmos o bem estar da humanidade, conforme preceitua a definição de engenharia.

Procurar melhorar a urbanidade desses núcleos habitacionais já existentes, não elimina a necessidade de um grande esforço de criação de novas moradias populares, para que o déficit habitacional da cidade do Rio de Janeiro, hoje estimado em 600 mil habitações, possa ir sendo reduzido até que seja eliminado.

A atual administração municipal pretende construir novas 100 mil moradias nos próximos quatro anos, o que poderá ser um início promissor da eliminação do déficit habitacional.

O Clube de Engenharia convoca todas as entidades da sociedade civil organizada para apoiar essa iniciativa, bem como todas as empresas do Rio de Janeiro, que tem um grande número de seus empregados vivendo hoje nessas comunidade, sem a menor condição de dignidade e de salubridade.
Exemplo disso é a favela da Rocinha, onde há a maior concentração de casos de tuberculose no Rio de Janeiro.

O desafio é grande, mas que a nossa atual geração de engenheiros e arquitetos possa ter o orgulho de saber que, pelo menos, encaminhou a solução para esse angustiante problema social, econômico e de saúde.

O Clube de Engenharia, cuja história relata o apoio e a participação nos grandes momentos da vida nacional, não estará afastado dessa nova convocação para a melhoria das condições de vida do povo brasileiro.

A Diretoria

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