"Aproveitamos esta cerimônia para celebrar os 120 anos da Proclamação da República e homenagear o grande líder republicano, empresário notável, figura humana irretocável, que é o presidente da república em exercício, José Alencar, a quem teremos a honra de conferir o troféu Benjamin Constant Botelho de Magalhães, fundador da República, sócio do Clube de Engenharia e professor da Escola Politécnica. Vale lembrar também que Zé Alencar nasceu em Itamori, distrito do município mineiro de Muriaé, mesma cidade que o patrono da Engenharia que deu nome a este prédio, Edison Passos". Assim o presidente do Clube de Engenharia, na cerimônia de sua posse, homenageou o então vice-presidente José de Alencar, que morreu esta terça-feira (29), em São Paulo. Emocionado, o presidente Francis Bogossian não tem qualquer dúvida de que José Alencar será eterno para a memória nacional, na construção da democracia e na consolidação de um projeto de Nação. “O Brasil perde um de seus maiores dirigentes”, afirma o presidente do Clube de Engenharia. 

Assim como o país, o Clube de Engenharia está de luto. Em homenagem a José Alencar resgatamos, neste momento de profunda tristeza, a força e o estímulo que exemplificam o perfil de um líder, transcrevendo a seguir parte do discurso que fez no Clube de Engenharia, na sessão solene comemorativa da posse da Diretoria, do Conselho Fiscal e do terço do Conselho Diretor, dia 11 de dezembro de 2009, dia do engenheiro. 

“Meus amigos, falei com o presidente lula que estava vindo aqui para a posse do Francis e ele me pediu para que trouxesse o abraço dele, que também se estende a todos os membros da diretoria que ora se empossa, dizendo que ele próprio gostaria de participar um dia de uma reunião do Clube de Engenharia. Ele sabe bem da tradição e do valor dessa instituição, que está no Rio, na Avenida Rio Branco, como sempre, mas é do Brasil. O Clube de Engenharia é uma instituição nacional. 

De maneira que a minha primeira palavra é desincumbir-me dessa missão de lhes trazer o abraço do presidente da República, que está hoje fora do país, como acontece raramente, aliás. (...) Eu quero agradecer demais as palavras do Francis, essa medalha, essa placa, essa homenagem Benjamin Constant, comemorando os 120 anos da proclamação da República. Isso é uma grande honra pra mim. (...) Eu tenho repetido a frase histórica do Almirante Barroso, na batalha do Riachuelo: “Sustentar o fogo que a vitória é nossa”. Esse fogo é a oração, tem que sustentar essa oração que está dando certo. As coisas estão indo bem, graças a Deus. 

Os próprios médicos, especialistas, estão admirados e surpresos com os resultados. Porque o tumor não é brincadeira. Recorrente, vira muito agressivo. Mas nós não temos medo dele. E a fé em Deus eu tenho posto muito claramente. Se Deus quiser me levar ele não precisa de câncer para isso. E se Deus não quiser me levar por enquanto, não há câncer que me leve. 

Temos a ver com o Estado do Rio de Janeiro e com o Rio de Janeiro especialmente, pois nós somos nascidos no leste, na Zona da Mata, e desde muito jovens a gente trabalhava muito, ganhava uns trocados e vínhamos gastar aqui no Rio. A gente saía de teatro na Cinelândia – eu ficava hospedado no hotel Vera Cruz, na Rua Pedro I, na Praça Tiradentes, o banheiro ficava no fundo – e voltava por dentro: Mem de Sá, Rua do Senado, Lavradio... aquilo eu conheço como a palma da minha mão. Nunca me aconteceu nada ali. Eu voltava de madrugada, menino, tinha aqueles becos, ruelas, era ermo àquela altura da noite. Nunca me passou pela cabeça que pudesse ser assaltado. São bons tempos do Rio de janeiro que nós nunca nos esquecemos. O Rio tem que recuperar aquele tempo. 

Cada brasileiro, onde quer que esteja, tem que estar presente a ações que acabem com essa preocupação do Rio de Janeiro. É claro que toda cidade grande tem problemas. Nós, por exemplo, não temos nenhuma preocupação de estar aqui, mas a gente sabe que acontecem determinadas coisas. Mas o problema não é do Rio. O problema, ás vezes, começa numa fronteira mal cuidada, por onde passa a droga, armamentos, contrabandos. Isso é uma ação que pode ser desenvolvida, com a ajuda do estado, na esfera nacional e precisa ser desenvolvida. 

Você sabe, governador, o apreço, a estima, a admiração e o respeito que o presidente Lula tem por você e pelo seu governo. Vamos aproveitar isso, ainda temos um ano. Não sei se tem um ano, não, porque falam que eu tenho que ser candidato lá em Minas a senador ou a deputado ou a coisa que o valha. Eu não posso ser candidato a prefeito ou a vereador porque ano que vem não tem eleição. Mas o resto eu posso, sim. Se ficar curado, porque se Deus não me curar eu não posso ser candidato a coisa nenhuma. Pois eu jamais levaria meu nome a uma candidatura se não estiver em condição de exercer o mandato. Não seria honesto. Mas se estiver curado, é até uma ordem. Aí eu vou ter que fazer alguma coisa (...). 

Excelentíssimo amigo, companheiro, Luiz Fernando Pezão, ilustre vice-governador do Estado do Rio. Excelentíssimo senhor Marcelo Crivella – esse eu sou até suspeito para falar porque nós somos do mesmo partido, que é o Partido Republicano Brasileiro, que é the Best party in the world. Marcelo Crivella, muito obrigado pelas suas palavras generosas. 

Quero cumprimentar meu grande amigo Francis Bogossian pelo seu belo discurso, pela sua carreira como engenheiro e pela forma como você chega à presidência dessa instituição tão respeitada no Brasil inteiro. A gente sente essa força do Clube de Engenharia. 

E hoje nós estaremos mais presentes, pois conhecemos muito o Francis Bogossian, acreditamos no trabalho dele e vamos acompanhá-lo, com a sua ilustre diretoria, de perto. Quero colocar, desde já, o meu gabinete em Brasília à sua disposição, à disposição do Clube de Engenharia, para as boas causa, as nobres causas que esse Clube sempre defendeu. E tenho que avisar: vice não manda nada, exceto o Pezão. Mas quando a causa é boa, o vice-presidente pede, e quando a causa é nobre, o vice-presidente pede com empenho. 

É com grande satisfação que eu participo dessa solenidade em que toma posse a diretoria do tradicional e prestigioso Clube de Engenharia, a mais antiga entidade representativa de engenheiros da América Latina. À frente dos destinos do Clube estará o eminente engenheiro Francis Bogossian, liderando experiente equipe que coloca a engenharia do Rio de Janeiro em posição de destaque no país. Ao ilustre ami
go Bogossian e aos seus companheiros, meus votos de pleno sucesso na jornada que ora se inicia. O Clube de Engenharia tem uma centenária história de contribuição ao progresso e ao desenvolvimento de nosso país. Desde a sua fundação, nos anos 80 do século XIX, tem marcado admirável e sólida presença em todos os fatos e episódios ligados às grandes causas nacionais. Foi assim desde o início. Na abolição da escravatura, na Primeira Guerra Mundial, na memorável campanha “O Petróleo é Nosso”, nas “Diretas Já”. O Clube de Engenharia esteve, como continua estando, presente aos acontecimentos que dizem respeito ao elevado interesse nacional. Por aqui passaram grande vultos da engenharia nacional, que tanto dignificaram a profissão, atuando com dedicação na entidade e levando a contribuição de sua experiência à administração pública brasileira, como foi o caso de Maurício Jopert e Hélio de Almeida, que exerceram Ministérios. Hoje, Francis Bogossian dá sequência à essa nobre missão, cumprida com elevado espírito público por grandes nomes que por aqui passaram. Vou citar alguns: Conrado Niemeyer, Paulo de Frontin, Antônio rebouças, André Rebouças, Edison passos, Plínio Cantanhede e Saturnino Braga. Muitos e muitos ilustres passaram por aqui.(...) 

Por seu devotamento e sua dedicação, Francis Bogossian, a categoria profissional dos engenheiros e todos que conhecem sua atuação de mais de quarenta anos como empresário, professor e líder classista estão seguros de que sua gestão terá a marca daqueles que fizeram a grandeza do Clube de engenharia, verdadeira instituição nacional de que todo o Brasil se orgulha” (...) 

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