X CBDMA - Planejando a cidade sustentável: Transporte coletivo e combustível verde

As mais novas tecnologias no tratamento do esgoto e das águas pluviais foram apresentadas por Thierry Jacquet, no último dia do X Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente, 28 de outubro. Plantas da flora do próprio ambiente instaladas como jardins funcionam como estações de tratamento: a natureza usada como ferramenta contra a poluição. O sistema, desenvolvido pela Phytorestore, foi responsável pela limpeza de parte do Rio Sena, em Paris, e em outros empreendimentos ecológicos em todo o mundo. Embora essa solução natural para o controle da poluição, capaz de diminuir em cerca de 50% o esgoto lançado por uma família, já seja algo notável, Jacquet destacou a relevância do sistema para a Europa e outras áreas do mundo onde a água é um bem caro. "Na Europa, a água chega a custar três mil euros por ano. Em algumas áreas, é possível chegar a cinco mil euros. Trata-se de um problema real", explica.

Mobilidade urbana, os desafios do transporte público de qualidade e os combustíveis renováveis também foram temas de destaque do dia 27 de outubro. Rômulo Dante Orrico Filho, professor da COPPE/UFRJ e ex-subsecretário de transportes da cidade do Rio de Janeiro apresentou alguns dos principais pontos que norteiam a área de transportes hoje, tais como a necessidade de se colocar o transporte na agenda política da cidade; reconhecer as mudanças urbanas e a necessidade de se reorganizar os esforços para reestruturar, inclusive financeiramente, a mobilidade em grandes centros urbanos; e o redirecionamento do uso do automóvel pessoal, entre outros.

Segundo Dante, as novas dinâmicas do mundo têm reflexos diretos nas cidades, que hoje se apresentam como policêntricas. "Se antes todos os caminhos levavam ao centro, hoje, já não é bem assim. No Rio, por exemplo, apenas 25% das pessoas utilizam o transporte público em direção ao centro. Há, ainda, uma maior distribuição das pessoas, que passam a ocupar espaços distantes do centro. Nos últimos trinta anos, Copacabana perdeu um terço de seus moradores. A Tijuca perdeu 10%. Por outro lado, Campo Grande cresceu, nesse mesmo período, 140% e Santa Cruz, 230%", destacou.

O esforço dos últimos cinco anos da Petrobras para a geração de um combustível ecológico e a colocação do Brasil no grupo dos países que buscam alternativas para os combustíveis fósseis foi apresentado por João Augusto Araújo, gerente geral de Produção da Petrobras Biocombustível. Segundo Araújo, os quase 60 anos da Petrobras dedicados ao estudo e extração do petróleo não ajudaram muito no segmento do biodiesel. "O avanço da companhia foi relativamente lenta porque queríamos fazer direito, aos poucos, escutando especialistas e planejando com todo o cuidado", explica. Presente em todas as regiões do país, a Petrobras Biocombustível tem como um de seus principais focos a distribuição social do lucro através de um trabalho direto com fornecedores locais e pequenos produtores. "O biodiesel no Brasil, além de ter papel óbvio de combustível nacional no planejamento estratégico do governo, é também vetor de desenvolvimento. A idéia é trazer para a industria os pequenos agricultores, viabilizando a vida dessas pessoas".

A exibição do documentário "O veneno está na mesa", de Silvio Tendler, sobre o uso abusivo de agrotóxicos no Brasil, fechou o terceiro e último dia de congresso.

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