A polêmica sobre identificação automática de veículos

Em debate sobre o SINIAV, Clube de Engenharia fala sobre avanços tecnológicos na área

O Clube de Engenharia recebeu, dia 2 de agosto, o representante do Instituto Wernher Von Braun, Climério Vieira, para um debate sobre Identificação automática de veículos. As grandes questões tratadas pela palestra estavam relacionadas às tecnologias envolvidas no projeto e às dúvidas levantadas sobre possíveis invasões de privacidade causadas pelo controle de veículos. O Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos (Siniav) é uma proposta de monitoramento com o objetivo de reduzir o número de roubos de veículos. Para sua implantação serão necessários vários estudos e investimentos e, através dele, o trânsito e a segurança dos motoristas seriam melhorados. Mas alguns especialistas apontam para pontos negativos.

Na mesa de abertura estavam presentes o chefe da Divisão Técnica de Ciência e Tecnologia (DCTEC), Miguel Angelo Gaspar Pinto; o chefe da Divisão Técnica de Eletrônica e Tecnologia da Informação (DETI), Alexandre Mendes de Avellar, que agradeceu a presença da plateia e dos que assistiam ao vivo pela WebTV; e Alcebiades Fonseca o chefe Divisão Técnica de Transporte e Logística (DTRL).

Climério explicou que, hoje, em algumas cidades do estado de São Paulo, uma tecnologia bastante parecida é utilizada para pagamento de pedágio. Com ela, os motoristas não precisam mais parar o carro no guichê do pedágio de determinadas rodovias, facilitando a viagem, pois ele passa por uma faixa própria com antenas de captação das informações sobre o carro.

O engenheiro também explicou que o sistema de segurança foi elaborado para alocar dois “chips passivos”, com sistema criptografado e não clonável. “Mas o desenvolvimento do chip passivo demora quase dois anos, e as empresas que o produzem só querem investir se forem obter muito lucro, o que, segundo essas empresas, não seria o caso do Brasil, devido ao baixo número de veículos se comparado com outros países”, afirmou Climério.

A boa notícia que trouxe o representante do Instituto Wernher Von Braun é que há cerca de 6 meses o Brasil passou a desenvolver esse tipo de chip, podendo, assim, aprofundar os testes e estudos com o SINIAV. “Esse é um grande motivo de orgulho para os brasileiros na área de tecnologia. Já avançamos na preparação do projeto do chip, mas ainda não podemos produzir aqui porque a fabricação deve ser feita em foundrys, e não temos nenhuma no Brasil”, frisou.

Ao final da palestra, o engenheiro explicou o sistema, que funcionará através de “tags” adesivadas no carro. Além disso, ele é interligado a um circuito de câmeras. Para ilustrar, exemplificou: se um motorista mal intencionado arrancar o tag do veiculo – por isso os sistemas de câmera são instalados, para fotografar a placa do carro – ele é fotografado, o sistema lê a placa, vê se o carro deveria ter o tag e imediatamente envia um aviso para uma lista cadastrada, seja polícia ou outro tipo de segurança”, finalizou.

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