FINEP, BNDES, IBDI, Petrobras e ministérios assinam acordos para o financiamento de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias nacionais para a cadeia de petróleo, gás e naval

Graça Foster entre os presidente do BNDES e da Finep /
Foto: Agência Petrobras

Graça Foster entre os presidente do BNDES e da Finep /
Foto: Agência Petrobras

“Iremos enfrentar o equivalente a uma corrida espacial nos próximos anos. A Petrobras não deve nada a NASA no que diz respeito aos feitos que terá que alcançar para explorar o Pré-Sal”. Com essa afirmação o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, ilustrou o desafio que o Brasil tem pela frente. Para enfrentar as dificuldades e promover o crescimento sustentado do país, tirando o máximo da oportunidade representada pelo Pré-Sal, diversas instituições do governo federal uniram esforços. No âmbito do Plano Brasil Maior lançaram em solenidade, no dia 13 de agosto, um conjunto de iniciativas que irá, a médio e longo prazo, estimular o desenvolvimento da cadeia nacional de fornecedores de petróleo, gás e naval.

Preocupado com o processo de desindustrialização e desnacionalização da indústria – e a consequente perda de empregos de qualidade de engenheiros – o Clube de Engenharia vem debatendo o desenvolvimento tecnológico e promovendo iniciativas como o Manifesto de Defesa da Engenharia e da Empresa Brasileira de Capital Nacional. Os programas formalizados no dia 13/08 são resultados da conscientização do poder público sobre a necessidade da defesa da inovação desenvolvida em empresas genuinamente nacionais, pauta de discussões entre o Clube e técnicos e dirigentes da Finep, Petrobras e BNDES há dois anos.

Uma das iniciativas anunciadas é o Programa Inova Petro, que irá disponibilizar recursos para o fomento de projetos de inovação que contemplem pesquisa, desenvolvimento, engenharia, absorção tecnológica, produção e comercialização de produtos, processos ou serviços inovadores ligados ao tema. O programa conta com R$ 3 bilhões divididos entre a Finep e o BNDES em recursos reembolsáveis e não reembolsáveis que, graças à parceria com a Petrobras, serão investidos em área fundamental para o país. O programa contempla apenas projetos desenvolvidos em território nacional. Aqueles que preveem internalização de tecnologias já desenvolvidas pelas matrizes ou controladoras das empresas proponentes no Brasil. Glauco Arbix, presidente da Finep, destacou a importância do momento para o país: “O momento é estratégico para colocar em um novo patamar a engenharia nacional. A tecnologia é o calcanhar de Aquiles da nossa indústria e esse é o momento de pintar de verde e amarelo setores hoje dominados pela indústria estrangeira”.

O aumento da competitividade da indústria nacional foi o foco do Memorando de Entendimentos assinados pelo MDIC, Petrobras e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A ideia é aumentar o número de fornecedores da cadeia produtiva de petróleo, gás e naval, a partir de ações e projetos no âmbito do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo & Gás Natural (Prominp). Também estiveram presentes na solenidade o ministro da Ciência, Tecnologia e Informação, Marco Antonio Raupp; secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins de Almeida; a presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster; o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho; e o presidente da ABDI, Mauro Borges.

Para Manoel Lapa, primeiro vice-presidente do Clube de Engenharia, que representou a entidade na cerimônia, os acordos significam um passo definitivo para o desenvolvimento de tecnologias nacionais, uma das principais bandeira do Clube de Engenharia. “Todo o nosso trabalho no último ano foi no sentido de provocar o debate com os diversos atores envolvidos. A ideia era justamente incentivar o poder público a adotar políticas que visam o desenvolvimento tecnológico do país. Estamos vivendo isso hoje graças ao salto representado pelo pré-sal”, destacou. Lapa lembrou, ainda, que há outras áreas que precisam de igual atenção e incentivo: “O setor da mineração também terá forte investimento e a sua ‘corrida espacial’ em breve e o Clube espera que, também nessa área, tenhamos saltos tecnológicos e políticas que agreguem valor e qualidade aos empregos gerados”, declarou.

Sebastião Soares, conselheiro do Clube de Engenharia e um dos idealizadores do manifesto pela empresa genuinamente nacional, concorda com Lapa. Para ele, os compromissos firmados incorporam articuladamente os mais importantes protagonistas do novo desenvolvimento brasileiro do século XXI. “Sem qualquer margem de dúvida foi uma  vitória significativa de todo o povo brasileiro e também de nós - Clube de Engenharia que congrega engenheiros/cidadãos - todos comprometidos numa luta centenária pelo Brasil”. Como Lapa, Sebastião destaca que a batalha continua: “É preciso seguir avançando, sempre com sabedoria, audácia e persistência, pois os desafios a enfrentar são muito grandes. Agora é necessário tratar adequadamente dos outros grandes blocos de investimentos produtivos que precisamos realizar: indústria de defesa, energia elétrica, infraestrutura de transporte e logística e mineração. Sobretudo, é indispensável cuidar da efetiva implementação das decisões e dos compromissos assumidos - como os de ontem - cabendo a nós acompanhar atenta e ativamente seus desdobramentos”.

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