A sintonia presidencial com o estado e a prefeitura do RJ

A sintonia presidencial com o estado e a prefeitura do RJ

Por Francis Bogossian (*)

Os 18 meses de mandato já cumpridos pela presidente Dilma Rousseff indicam que não houve mudança de comportamento do Governo Federal para com o Rio de Janeiro desde o início da primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Grande aliada do Rio de Janeiro, tanto como ministra das Minas e Energia quanto depois, na Casa Civil, Dilma manteve sempre uma forte sintonia com o governador Sérgio Cabral, o vice-governador Pezão, e, mais adiante, com o prefeito Eduardo Paes.

O governo do Estado e a Prefeitura do Rio conseguiram levar adiante, com apoio do governo federal, projetos que estavam engavetados há muitos anos. Esta parceria foi, sem dúvida, um passo importante para a quebra e reversão do processo de decadência do Rio que se arrastava nas esferas estadual e municipal.

Os entraves políticos que os sucessivos governadores e prefeitos do Rio enfrentavam com o governo federal, somados aos anos de inflação e recessão pelos quais o país passou da década de 1980 até o início deste século, levaram o Rio a uma carência de recursos nunca vista. A transferência dos órgãos federais para Brasília e a migração das instituições financeiras para São Paulo esvaziavam o Rio. Ao mesmo tempo, concentrados nas disputas políticas com o poder federal, os governantes do Estado não conseguiram alterar a curva declinante da economia do Rio.

Este quadro mudou a partir do governo Sérgio Cabral. Os primeiros investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram assinados em 2007 com o Rio de Janeiro e tiveram como objetivo a melhoria das condições de vida da população. Destacam-se as obras de saneamento e de infraestrutura urbana nos Complexos do Alemão, Rocinha, Manguinhos, Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, bem como a ampliação da Refinaria de Duque de Caxias, a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e inúmeros outros projetos, como o Arco Metropolitano.

Ao mesmo tempo, a Petrobras fez renascer a engenharia naval nos estaleiros fluminenses com encomendas de vulto. Na primeira fase do PAC foram investidos no estado do Rio de Janeiro R$ 125 bilhões e até 2014 estão previstos mais R$ 187 bilhões.

Os apoios da então ministra Dilma e do presidente Lula também foram essenciais para que o Rio se tornasse a cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A implantação dos projetos de mobilidade urbana como os BRTs, corredores exclusivos de ônibus, e da Linha 4 do Metrô , já pendentes há mais de duas décadas, estão sendo construídos com respaldo do governo federal.

Acompanhando esta onda de apoio federal, cresceram os investimentos privados no Estado, entre eles a Companhia Siderúrgica do Atlântico, o Complexo do Açu, a parceria público privada na revitalização da Zona Portuária da cidade do Rio de Janeiro, a ampliação do pólo metal mecânico na Região Sul do Estado, para citar apenas os mais importantes. Todos os investimentos privados caminham a reboque de investimentos que o governo federal, sozinho ou através das concessões, tem feito nas rodovias e nos portos do Rio.

Uma pendência que ainda precisa ser solucionada é em relação ao Aeroporto Tom Jobim que, mesmo com os investimentos planejados, já não atende às necessidades atuais e enfrentará demandas importantes nos eventos esportivos.

*Francis Bogossian é presidente do Clube de Engenharia e da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ)

Artigo publicado na revista O EMPREITEIRO

Julho 2012 - Nº 510

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