SÉRGIO S - Reuters
As operadoras de telefonia móvel no Brasil tiveram desempenho pouco abaixo da meta de acesso à rede de dados 3G estabelecida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de acordo com a primeira avaliação trimestral de qualidade realizada pela autarquia e divulgada nesta quarta-feira.

A agência reguladora tem sido mais rigorosa no último ano com as empresas de telefonia móvel sobre a qualidade dos serviços, tendo exigido planos de melhorias e, inclusive, recorrido a duras sanções, como o bloqueio das vendas de novas linhas em julho do ano passado.

O estudo, referente ao terceiro trimestre do ano passado, mostrou que Claro, TIM, Oi e Vivo tiveram resultados levemente inferiores à meta de 98 por cento estipulada para sucesso de acesso à rede de dados 3G por usuários.

O índice consolidado mostrou que as operadoras fecharam outubro em 96 por cento, após praticamente atingirem a previsão em agosto.

A Claro, do grupo mexicano América Móvil, cumpriu a meta em agosto, mas não em setembro e tampouco em outubro.

O indicador da TIM ficou abaixo da previsão de 98 por cento, embora tenha permanecido acima de 95 por cento nos três meses, enquanto a Oi teve um desempenho semelhante.

Já a Vivo, do grupo Telefônica Brasil, teve o pior desempenho das quatro operadoras, com indicador estável abaixo de 95 por cento para acesso à rede de dados, segundo o relatório da Anatel, que considerou para a empresa apenas setembro e outubro --agosto não foi relatado.

Em nota, a Telefônica Brasil rebateu as informações do relatório, informando que cumpre em "99 por cento das vezes" o indicador de qualidade de acesso a dados móveis.

A diferença, segundo a empresa do grupo espanhol Telefónica, deve-se às tentativas de acesso à Internet pela rede de telefonia 2G, que não suporta dados como a 3G e por isso tem pior qualidade de acesso.

"O relatório divulgado pela Anatel considera e superestima as tentativas de acesso à Internet pela rede 2G, rede na qual, como sabemos, a experiência de cliente não é a mais apropriada", segundo nota nesta terça-feira, afirmando que já apresentou esses argumentos para a agência reguladora.

Em relação à TIM, foram observadas oportunidades de melhoria no que se refere à conexão de dados, mas a empresa teve resultados dentro da meta na "maioria dos indicadores".

"A gente está condizente com as melhorias que a gente prometeu e que vão continuar ao longo de 2013", afirmou à Reuters o diretor operacional da TIM, Lorenzo Lindner, na tarde desta quarta-feira.

"A gente está aumentando a cobertura na rede 3G, mas a grande prioridade que a gente tem é aumentar a qualidade da rede", salientou o executivo.

A Claro não respondeu imediatamente a pedidos de comentários, enquanto a Oi disse que se pronunciaria por ora apenas pela entidade que representa o setor, o Sinditelebrasil.

A instituição, por sua vez, disse em comunicado que a avaliação trimestral "mostra que as prestadoras estão cumprindo o plano de ação de melhorias", apesar de reconhecer que "no índice de acesso à rede de dados, o desempenho está quase na meta e apresentando melhora em outubro".

Já em relação ao acesso à rede de voz, a análise da Anatel apontou que todas as empresas cumpriram a meta no trimestre, com índice um pouco acima de 95 por cento.

RECLAMAÇÕES

A TIM foi a líder de reclamações sobre a rede móvel na avaliação do plano de melhorias para o serviço móvel.

A empresa do grupo Telecom Italia gerou um pico de mais de 4 mil reclamações sobre a rede móvel, em agosto, mês em que a Claro ficou com mais de 2 mil queixas, e a Oi, com pouco mais de 1500 reclamações. Apesar disso, as empresa fecharam o trimestre com menos reclamações do que começaram.

A três operadoras foram punidas pela Anatel em meados do ano passado com suspensão das vendas de novas linhas por cerca de 10 dias, por conta de alegados problemas na qualidade dos serviços, e tiveram que apresentar um plano de ação de melhorias.

A Vivo não teve as vendas suspensas, mas também precisou apresentar um plano de ação.

Registro das redes de acesso mostram que, durante todo esse trimestre, a queda nas chamadas no setor ficou abaixo do limite de 2 por cento estabelecido pela agência. No entanto, na média, mais chamadas caíam em outubro do que em agosto.

A Anatel tolera uma queda de conexão da Internet de até 5 por cento, e as operadoras fecharam outubro com um índice pouco abaixo de 2 por cento, representando uma melhor em relação agosto.

Essa avaliação compreende os três primeiros meses dos planos de longo prazo apresentados pelas prestadoras à Anatel para a melhoria dos serviços. 

Fonte: Estadão

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