CONJUNTURA
Fim do monopólio e leilões de óleo já afetam soberania
14/06/2013 - Monitor Mercantil
Engenheiro lamenta que mesmo tendo reservas de 74 bilhões de barris, parte pode ser exportada
Segundo o engenheiro Paulo Metri, conselheiro do Clube de Engenharia, os efeitos maléficos da quebra do monopólio estatal e dos leilões de poços a estrangeiros para a soberania nacional já se fazem sentir agora, na hora de calcular as reservas do país e a capacidade do estado para geri-las.
“De fato, a Petrobras já encontrou 60 bilhões de barris de pré-sal. Somados aos 14 bilhões existentes antes do pré-sal, temos 74 bilhões, o que, teoricamente, nos garante uma auto-suficiência para mais de 50 anos. No entanto, apesar de a Petrobras ter feito tais descobertas, nem todo esse petróleo pode ser usado para abastecer o mercado interno”, critica.
O campo de Tupi (hoje, campo de Lula), por exemplo, é da Petrobras e de duas empresas estrangeiras, segundo Metri. “A Petrobras só tem 65% do campo, ou seja, só tem direito a cerca de 6 bilhões de barris. As duas empresas estrangeiras, como qualquer outra estrangeira, só querem exportar o petróleo in natura e não abastecer o país”.
Outro exemplo citado por Metri: a Petrobras só tem 45% do campo de Carioca. “Os restantes 55% estão na mão de empresas estrangeiras. Assim, do petróleo de Carioca, só podemos contar para abastecer o Brasil com 4,5 bilhões de barris”, contabiliza.
O conselheiro do Clube de Engenharia avalia que se a população estiver melhor informada sobre estes e outros dados perceberá melhor o quanto a privatização é prejudicial ao país e à Petrobras. “Não sei porque não falam sobre estas perdas. Serviria, inclusive, para o povo entender como estamos perdendo petróleo com o modelo das concessões”, pondera.
Notícia publicada em 13/06, no site do jornal Monitor Mercantil:
http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&Noticia=134935&Categoria=CONJUNTURA