No último dia 26 de março, a Divisão Técnica de Recursos Minerais (DRM) do Clube de Engenharia realizou palestra sobre a Coluna White e sua importância para a memória da geologia brasileira. Dando prosseguimento a uma série de eventos que resgatam a história da geologia, a DRM trouxe para o debate Renato Ramos, do Museu Nacional da UFRJ, e o engenheiro Thomaz de Aquino Arantes. 

No ano de 1908, I.C. White elaborou a primeira coluna estratigráfica da Bacia do Paraná, na Serra do Rio do Rastro, que se tornou conhecida com a denominação de Coluna White. A região fica no trecho da Rodovia SC-438, entre os municípios de Lauro Müller e Bom Jardim da Serra, no estado de Santa Catarina. Sua grande importância vem das unidades estratigráficas desenvolvidas pelo geólogo norte-americano Israel Charles White, que dá nome à Coluna. I.C. White estudou a geologia da Bacia do Paraná entre os anos de 1904 e 1906, como chefe da Comissão de Estudos das Minas de Carvão. Esta comissão foi criada pelo governo brasileiro para estudar o potencial energético do carvão da Bacia do Paraná, minerado de forma incipiente no sul do Brasil. 

Renato Ramos mostrou diversos pontos relevantes  da Bacia do Paraná, chamando atenção para a importância econômica da região, onde encontra-se Xisto Betuminoso e carvão mineral. E ainda lembrou as alternâncias  do clima através do tempo geológico, tendo sido clima árido passando a região úmida, com  presença do mar no Devoniano,  chegando a glaciação no final da Era Paleozóica  e a deserto no final  da Era Mesozóica. Renato falou também sobre o cientista A. Wegener, autor da Hipótese de Migração Continental, de que os continentes estiveram unidos mormente em função da geologia e da paleontologia dessas regiões hoje afastadas.

A história de Israel White foi narrada pelo chefe da DRM, Benedicto Rodrigues que, em seguida, convidou os palestrantes para que falassem sobre estratigrafia e estudos geológicos. Renato explicou detalhes sobre a formação geológica local e falou sobre os trabalhos de campo realizados por ele.

Benedicto lembrou o papel da Comissão de Estudos das Minas de Carvão, criada pelo governo brasileiro em 1904, para identificar a potencialidade dos carvões brasileiros, frente a crescente necessidade de recursos energéticos do país. Israel White foi designado chefe da comissão e trabalhou dois anos, junto com uma equipe de técnicos brasileiros e estrangeiros no mapeamento das jazidas de carvão da Bacia do Paraná. A publicação do seu relatório em 1908, em Inglês e Português, conhecida como "Relatório White", foi um grande marco para o conhecimento da geologia da Bacia do Paraná. “As denominações introduzidas por ele para a designação das unidades geológicas desta Bacia ficaram consagradas, tendo sido pouco modificadas na sua concepção ao longo dos tempos. O trabalho é considerado o "marco zero" na sistematização estratigráfica da mesma”, afirmou Benedicto.

A Coluna White pode ser apreciada numa excursão virtual através do endereço: http://www.cprm.gov.br/coluna/

 

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