Louis Agassiz nasceu na Suíça, estudou filosofia na universidade de Erlangen, foi doutor em medicina pela Universidade de Munique, ambas na Alemanha, e mudou-se para Paris. Até conhecer Alexander von Humboldt e de Georges Cuvier, Agassiz não demonstrava grande interesse pelo estudo da Ictiologia (ramo da zoologia voltado ao estudo dos peixes), que depois tornou-se sua maior ocupação. Descobriu nos trabalhos paleontológicos, ao analisar fósseis, a necessidade de uma nova base de classificação ictiológica. Ao longo dos anos, empenhou-se em estudos geológicos, atividade na qual se destacou.

Seguindo a série sobre memória da Geologia no Brasil organizada pela Divisão Técnica de Recursos Minerais (DRM) do Clube de Engenharia, a obra de Agassiz foi tema de debate. Na mesa, mediados pelo chefe da DRM, Benedicto Rodrigues, o subchefe da DTE, Tomaz Aquino Arantes, e o presidente da Associação dos Geólogos do Rio de Janeiro, José Ribamar, debateram o tema com a participação do plenário.

Benedicto explicou as diferenças entre descrição e interpretação no campo da geologia. Narrando métodos de compreensão de rochas e trabalhos de campo, o chefe da DRM forneceu dados baseados em sua experiência. Benedicto mostrou as formações geológicas classificadas como as mais curiosas do Parque da Tijuca, as chamadas Furnas de Agassiz,  conjunto de grutas constituídas por grandes lajes de pedra, entremeadas por lagos e quedas d’água, formadas por rochas anteriores ao período paleozóico e falou sobre as morenas, que são depósitos produzidos por geleiras quando se deslocam. Partes de várias dimensões se atritam com rochas maiores, depositando esses fragmentos.

Os resgataram a história de Agassiz e seus estudos na área de geologia, bem como as contribuições de sua esposa para a manutenção de sua obra. O chefe da DRM pontuou, logo no início do evento, o caráter polêmico da obra de Agassiz. Em 1865 Louis Agassiz veio ao Brasil comandando a Expedição Thayer. Passou pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Nordeste do Brasil e Amazônia e fez estudos sobre mestiçagem no país. Sua viagem ao Brasil tornou a Amazônia uma espécie de laboratório de estudos sobre a mestiçagem brasileira. Agassiz se colocava contra a mestiçagem por acreditar que negros eram inferiores aos brancos.

José Ribamar lembrou que o historiador suíço Hans Fassler, que escreveu um livro sobre a escravidão  criou a campanha “Desconstruindo Agassiz”. O objetivo é renomear o pico Agassiz, localizado nos Estados Unidos, com o nome de uma de suas vítimas, um escravo chamado Renty.

Os debates sobre o ensino da geologia e a formação do geólogo também foram colocados pelos palestrantes e pela platéia. Os palestrantes ressaltaram a importância de discutir o passado para aprimorar a formação de novos profissionais capazes de pensar o contexto, além de método e técnica.

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