Clube discute projetos de saneamento para a Rocinha

Em um rico e acalorado debate promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas do Clube de Engenharia na noite do dia 20 de setembro, o tema central foi a urgência do saneamento básico para a favela da Rocinha e outras áreas da cidade do Rio de Janeiro. As Divisões Técnicas de Recursos Naturais Renováveis, Transporte e Logística e Urbanismo organizaram a mesa “PAC e saneamento – Estudos de Casos da Rocinha”.

A necessidade de ampliar as discussões sobre o tema com a comunidade foi o destaque do deputado federal Alessandro Molon. “É dever do governo do estado fazer uma consulta pública à população sobre os investimentos na favela. É preciso ouvir a voz dos moradores. Sabemos que saneamento é a prioridade, mas o morador não quer só isso. Deixo como sugestão que a população diga ao governo o que quer, e que os investimentos apareçam desde que o saneamento chegue”, afirmou o deputado. Molon esclareceu que as verbas para investimento na Rocinha fazem parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

Ao descrever os objetivos da Rio-Águas para a região da Rocinha Paulo da Fonseca, diretor de Estudos e Projetos da Fundação Rio-Águas deixou claro que a operação e manutenção de esgoto sanitário em áreas de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) é da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE). “A Rio-Águas atua em áreas que ainda não têm UPP. Fazemos parceria com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) para melhorar as condições de limpeza de resíduos”, afirmou. Paulo declarou, ainda, que o ponto central do projeto é acabar com a concentração de resíduos, além da construção de uma via para a parte mais alta da comunidade. Para continuar a conversar sobre os próximos passos, Paulo se propôs a marcar uma reunião com os moradores da Rocinha.

Muitas críticas pontuaram o debate. Uiara Martins, chefe da Divisão Técnica de Transporte e Logística (DTRL), levantou questões como a pavimentação da Rocinha que, segundo ela, está impermeabilizando o solo e não está sendo feita da forma correta. Para o conselheiro do Clube, Alcebíades Fonseca, falta transparência e comprometimento do poder público não só nas questões sobre saneamento, mas em transportes e outras áreas.

Os moradores da Rocinha participaram ativamente do debate, trazendo questões importantes, como a responsabilidade técnica sobre as obras. José Martins, morador da Rocinha há 47 anos, é contra a construção do teleférico, que foi pautado durante o evento. Segundo Martins, o PAC 1 deixou muito a desejar na comunidade. “Estavam previstas diversas obras, construções foram derrubadas e muito deixou de ser feito. Apenas 65% do que estava planejado foi cumprido e o saneamento, que era a grande reivindicação dos moradores, não chegou até hoje”, protestou. Para Martins a questão central é discutir diretamente com a comunidade o que deve ser feito com as verbas. “O PAC 1 foi debatido por quase dois anos e ainda assim tivemos problemas. Agora  já estão pensando no PAC 2 sendo que boa parte do 1 sequer foi concluída”, questionou.

 

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