Informe do Clube de Engenharia - 26 de fevereiro de 2015

Clube de Engenharia e entidades da sociedade civil mobilizadas em defesa da soberania nacional


Em mobilização organizada pelo Clube de Engenharia, reuniu-se pela primeira vez, na noite de 25 de fevereiro, a Aliança Pelo Brasil em Defesa da Soberania Nacional. Representantes das entidades de classe, academia e organizações que compõem a Aliança definiram, juntamente com um plenário de cerca de 150 pessoas, os percursos que deverão ser trilhados por aqueles que têm a clareza do perigo iminente que o Brasil vive com o enfraquecimento da Petrobras e das empresas de engenharia nacionais, deixando o caminho aberto para a desnacionalização. 

A mesa foi composta por Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia; Wadih Damous, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ); Reynaldo Barros, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ); Felipe Campos Coutinho, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET); Olímpio Alves dos Santos, do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ); Clovis Nascimento, presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge); Emanuel Cancella, Coordenador Geral do sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ); Luiz Pinguelli Rosa, diretor da COPPE/UFRJ; Roberto Saturnino Braga, diretor-presidente do Centro Celso Furtado e Thiago José Aguiar, diretor de Comunicação da União Nacional dos Estudantes (UNE), Jadir da Costa de Araújo, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. A moderação e coordenação do ato ficaram a cargo do economista José Carlos de Assis.

Ao longo dos discursos da noite, o diagnóstico de um golpe em andamento, que coloca em risco conquistas históricas do povo brasileiro foi apresentado. “A engenharia brasileira atravessa um momento de imensa gravidade em face dos desdobramento dos últimos episódios amplamente divulgados pela imprensa”, alertou o presidente Francis Bogossian, no que declarou ser a instalação de um movimento multiprofissional em defesa das empresas brasileiras e da Petrobras. “Julgados e condenados, os dirigentes envolvidos em malfeitorias terão que cumprir as penas previstas na lei, mas os funcionários da Petrobras e empresas fornecedoras não podem sofrer por isso. Não podemos aceitar o oportunismo de segmentos que buscam fazer ingressar no país empresas estrangeiras substitutivas de empresas nacionais”, declarou Francis.

As forças contra as quais a Aliança se opõe são poderosas e vêm usando como ferramenta a grande imprensa e o poder judiciário. Wadih Damous alertou para a ameaça que paira sobre o próprio estado democrático de direito. “O que vemos hoje no país é o recrudescimento de ações verdadeiramente fascistas que acabam sendo, de forma irresponsável, incentivadas e exacerbadas por manchetes de jornais. O objetivo anunciado é limpar o país e combater a corrupção, mas a forma com que o processo está sendo conduzido nos faz supor que há um objetivo não anunciado, um ajuste de contas político-partidário, um golpe para desestabilizar o governo, para paralisar o país e quebrar a Petrobras”, alertou Wadih.
 
O ex-ministro Roberto Amaral lembrou que, para que os golpes sejam levados a cabo não são necessários tanques de guerra nas ruas. "Estamos aqui para fazer a defesa ampla da sociedade brasileira. O que está em jogo aqui não é apenas a Petrobras, mas o estado democrático de direito. Os golpes já não precisam de tanques de guerra. Eles se dão nos legislativos, no judiciário, na sociedade, no encontro da direita com a imprensa desonesta, antinacional e antipovo.", denunciou, alertando para a necessidade de ações imediatas. "Temos que nos desdobrar permanentemente e sair do silêncio. Ou o sistema escuta as nossas vozes nas ruas, ou ficaremos silenciados por muitos anos", finalizou Amaral.

Para Saturnino Braga, o golpe é resposta direta da ousadia que levou ao sistema de partilha, que tirou o controle do Pré-sal das empresas do grande capital e a formação dos BRICs. “Claro que essa ousadia, essa afronta ao grande capital e à estrutura mundial,  encontraria como represália o chamamento ao golpe. É difícil mobilizar pessoas e lutar contra a totalidade da mídia, mas vamos conseguir com base na multiplicação de iniciativas como essa”, discursou Saturnino. 

Entre as propostas surgidas na noite estão a garantia por parte do Tesouro Nacional, repassados através do BNDES, dos recursos necessários para as necessidades de caixa de curto prazo da Petrobras e para sustentar os programas e investimentos em curso, evitando perdas e preservando a estrutura do emprego em torno da cadeia de petróleo. O comprometimento explícito do governo com o modelo de operadora única no regime de partilha do pré-sal e com a política de conteúdo nacional de equipamentos, sempre buscando preservar e gerar empregos no Brasil também foi consenso. Por fim, foi proposto que a Petrobras faça uma projeção de produção que atenda unicamente às necessidades do mercado interno, sem exportar, dando fôlego ao caixa da empresa.
 
Uma comissão foi formada por confederações de profissionais de âmbito nacional para que ações integradas em todo o país possam se articular.

 

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