Em momento em que a democracia brasileira está ameaçada, muitos foram os pontos de consenso em defesa do Estado de Direito no debate que aconteceu no dia 8 de abril, no Teatro Casa Grande, no evento que marcou o lançamento do livro Território Livre da Democracia – Volume 2.
Organizado por Marcelo Barbosa da Silva, o livro traz transcrições de oito encontros realizados, no ano de 2014, pelo Instituto Casa Grande (ICG) – que é presidido pelo ex-senador e Conselheiro do Clube de Engenharia, Saturnino Braga. Os painéis transcritos compuseram o ciclo de debates “Território Livre da Democracia – Debates no Teatro Casa Grande (2014)”, que abriu as portas do histórico palco artístico, político e social do Casa Grande a diálogos sobre pautas como o Marco civil da Internet, Reforma Política, as manifestações de junho de 2013, poder e governos locais, desenvolvimento, cultura e educação, entre outros temas que propunham a reflexão sobre os destinos do país.
Nas páginas de Território Livre da Democracia – Volume 2 são encontradas reflexões dos participantes dos debates de 2014: Franklin Martins, jornalista e ex-ministro; Ricardo Gebrim, coordenador da Consulta Popular; Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade do RJ; Lindemberg Farias, senador; Sérgio Magalhães, urbanista; Alessandro Molon, deputado federal; Ivana Bentes, professora da Eco/UFRJ; Igor Fellipe, assessor de Comunicação do MST; Tadeu Lemos, coordenador do DCE-UFRJ; Thiago “Pará” Ferreira, do Levanta Popular da Juventude; Sérgio Amadeu, professor da UFABC; Luiz Werneck Vianna, professor da PUC-RJ; João Pedro Stpedile, coordenador do MST; Theotonio dos Santos, professor da UFF; Bresser Pereira, ex-ministro de Estado; Vera Cepêda, professora da UFSCar; Joel Rufino, professor da UFRJ; Reimont, professor e vereador; Gaudêncio Frigoto, professor da UERJ e UFF, além do próprio Saturnino Braga.
História de lutas, presente de lutas
O título do livro e o nome do ciclo de painéis são uma lembrança de Tancredo Neves. Foi o ex-presidente que deu ao teatro Casa Grande, durante o processo de redemocratização do país, o título de “Território Livre da Democracia”. Os debates e reflexões políticas estão no DNA do Casa Grande. Em 1974 o espaço realizou a primeira reunião política aberta do país após anos de impedimento pela ditadura. Dalí em diante, ciclos de debates sobre cultura e política nunca mais saíram da programação do teatro. No início da década de 1980, Tancredo Neves se reuniu com intelectuais, artistas e políticos, um dos primeiros passos do Movimento Diretas Já. Em 1985, o Casa Grande foi o palco do anúncio do fim da censura pelo ministro da Justiça Fernando Lyra.
Segundo o Instituto Casa Grande, os painéis do ciclo Território Livre da Democracia são um resgate da memória do teatro.