
RIO — Em 1914, Jacob Bogossian, então com 15 anos, deixou a Armênia junto com oito irmãos. Eles fugiram para a França, onde embarcaram num navio para o Brasil. Um ano depois, seus pais teriam sido queimados vivos após a invasão da Armênia pelas forças do Império Otomano (atual território da Turquia). Hoje, o filho de Jacob, o engenheiro Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia, quer prestar uma homenagem aos seus antepassados. A pedido dele, a Alerj porá em votação um projeto de lei que institui, no calendário oficial do estado, um dia para lembrar o massacre de 1,5 milhão de armênios.
Se aprovada a proposta de autoria do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), 24 de abril passará a ser o Dia de Reconhecimento e Lembrança do Genocídio Armênio. O termo “genocídio” para o episódio é reconhecido em 24 países, além dos estados do Paraná, do Ceará e de São Paulo. No entanto, o governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
No mês passado, o Papa Francisco se referiu ao fato como um genocídio.
— Espero que a aprovação desse projeto sirva de exemplo para que o governo brasileiro reconheça logo o genocídio — afirma o engenheiro, com a voz embargada.
Embaixador da Armênia no Brasil, Ashot Galoyan lembra que iniciativa semelhante ao texto da Alerj tramita desde 1999 no Congresso Nacional, mas nunca foi à votação:
— Essa iniciativa da Alerj é bem-vinda. O governo brasileiro mantém até hoje uma posição dúbia quanto ao genocídio. É preciso motivar o debate público sobre o reconhecimento.
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