Xadrez no Clube de Engenharia reúne mestres, sócios e visitantes

Na última terça-feira (17), o Clube de Engenharia fez um lance duplo bem sucedido na área do xadrez. Reiniciou a atividade no Clube com uma partida simultânea (20 jogadores contra um mestre) que atraiu enxadristas de vários clubes da cidade, e comemorou os 51 anos da realização, neste mesmo prédio, do campeonato brasileiro de xadrez, cujo título foi conquistado por Mequinho, que participou da simultânea . O evento atraiu cerca de 50 pessoas, entre participantes e assistentes. Motivos de grande atração foram as participações de Mequinho, campeão mundial, e do mestre Ricardo Teixeira, hexacampeão carioca individual, com título pela Federação Internacional de Xadrez.

Mequinho abriu a simultânea com os três lances iniciais de todos os concorrentes. Em seguida, o mestre Ricardo Teixeira desenvolveu a simultânea. Estavam presentes jogadores da Federação Estadual de Xadrez e dos clubes Tijuca, Hebraica e Leopoldinense. A partida foi intensamente disputada por quatro horas, só acabando quando o Clube teve que fechar as portas, à meia-noite. O simultanista  Ricardo Teixeira venceu 18 das 20 partidas. A “prata da casa” brilhou. Uma das  vitórias foi do sócio Plinio di Giorgi, e  o conselheiro Luiz Carneiro de Oliveira foi o jogador que encerrou a simultânea.

Grandes jogadores presentes

Na abertura, o diretor de atividades culturais e cívicas, Cesar Drucker, saudou a presença dos sócios, convidados, de Mequinho e Ricardo Teixeira, e afirmou que o Clube quer trazer de volta a tradição de xadrez, de décadas anteriores. Cesar entregou um diploma de reconhecimento a Mequinho, agradecendo sua presença. Ricardo Teixeira também comemorou o evento: “É a importante retomada de uma enorme tradição”, e lembrou que Mequinho, amigo de longa data, com quem já disputou simultâneas, sempre foi um dos seus preferidos: “um talento sem igual no mundo”, afirmou.

Mequinho lembrou sua trajetória no xadrez, que começou muito cedo. Ainda criança jogava damas e ganhava dos adultos. Com cerca de cinco anos de idade já jogava xadrez, aos sete foi  vice-campeão da cidade onde morava, São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul, sempre jogando com adultos. Cinco anos depois, foi campeão gaúcho. Aos 13 anos, campeão brasileiro. Aos 15, campeão sul-americano e mestre internacional. Na juventude, aos 20 anos, ganhou o título de grande mestre internacional, o mais alto título vitalício concedido pela Federação Internacional de Xadrez. Ele lembra de quando conquistou o título de campeão mundial, em um torneio no Clube de Engenharia: "Eu tinha 13 anos de idade, morava no Rio Grande do Sul. Não era nem de longe o favorito e ganhei o torneio,  inclusive com boa diferença. Foi a primeira vez em que vim ao Rio de Janeiro. Eu até não sabia direito a localização do centro da cidade, mas sabia que seria num andar alto".

Em sua apresentação, agradeceu às autoridades do Clube de Engenharia pelo evento e expôs os benefícios do jogo de xadrez: "Estou feliz que o Clube de Engenharia  volte a apoiar o xadrez. Isso é muito importante. Xadrez é esporte, arte e ciência. É extremamente benéfico, é a ginástica da mente, e a mais importante, porque nele não tem sorte. Se um jogador for muito superior a outro ganhará todas as partidas".

Resgate da memória

Outro campeão presente, o sócio Estellito Rangel, venceu o torneio de xadrez do Clube de Engenharia em 1983. Exibindo o troféu da vitória, contou da tradição do jogo na instituição nos anos 80 e como isso resultou no torneio que venceu. “No 19º andar, perto da sala de xadrez, havia um café. Depois do expediente, o ponto de encontro era ali, jogando amadoristicamente. O passo seguinte foi organizar um campeonato, chamando os sócios. Éramos 14 jogadores”. Ele conta, ainda, que após o campeonato o Clube se inscreveu no torneio interclubes realizado pela Federação de Xadrez do Estado do Rio de Janeiro (FEXERJ), que reúne os clubes estaduais. Os jogos ocorriam dentro das regras, como conta Estellito: “Tínhamos planilhas personalizadas com os dados do Clube, e também os relógios de xadrez, um para cada jogador, que tinha que cumprir os 40 lances em duas horas. Se não, perdia pelo tempo”. Segundo ele, foi um ano de muitas atividades do esporte, mas depois os sócios começaram a dispersar.

Não foi o primeiro título de Estellito: em 1976, em um campeonato em Petrópolis ganhou prêmio por ser o  jogador sem classificação pela federação que venceu, por mais pontos, um oponente classificado. O prêmio foi um jogo de peças do campeonato interzonal de 1972 que teve  a participação de competidores em nível mundial. Acredita Estellito que ter praticado com esse jogo de peças contribuiu para que conquistasse o título no Clube em 83, e o segundo lugar no interclubes pela Associação Leopoldinense de Xadrez (Alex) no mesmo ano.

Desenvolvendo o  xadrez no Clube

Os próximos passos para o prosseguimento das atividades de xadrez  serão aulas para principiantes,  torneio para adiantados, e palestra sobre as vantagens do xadrez para  o desempenho profissional. O Clube convida os associados a informar quais os seus interesses, comunicando-se com a secretaria da Diretoria: [email protected]

 

 

 

 

 

 

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