A exploração e produção do petróleo no Brasil é uma história de mais de 60 anos. O desenvolvimento da área representa também o desenvolvimento da geotecnia e suas diversas formas de plataformas, sondas e demais tecnologias necessárias. “A história da geotecnia [italic]offshore no Brasil” foi o tema da palestra do ex-presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, em 02 de agosto. Atual presidente da Academia Nacional de Engenharia (ANE), Bogosssian foi apresentado pelo presidente do Clube, Pedro Celestino, como “um pioneiro do estudo dos problemas geotécnicos da nossa plataforma continental”.

A evolução das plataformas marítimas
O fato de encontrarmos 85% do petróleo do Brasil em bacias sedimentares marítimas exige estudo sofisticado do subsolo marinho. Também são necessárias plataformas offshore  para a exploração, produção, armazenamento e transporte de petróleo e gás em mar aberto. Neste cenário, o engenheiro civil apresentou desde o primeiro modelo de plataforma - equipamento apoiado sobre estrutura flutuante, com profundidade máxima de 40 metros -, até as mais recentes plataformas flutuantes, como a Floating Production, Storage and Offloading (FPSO), capaz de fazer produção, armazenamento e escoamento de óleo e gás. Alguns casos apresentados tratavam de projetos nos quais ele atuou, seja da Petrobras ou de empresas parceiras.

Uma nova fase: exploração do pré-sal
Um ponto de ruptura, segundo Bogossian, foi por volta de 2007 com a confirmação do potencial da camada de pré-sal, que passou a colocar a Petrobras entre as grandes detentoras de reserva petrolífera no mundo. “A camada de pré-sal, que possui 800 quilômetros de extensão e 200 de largura necessita de um rigoroso estudo geológico e geotécnico para a implantação das grandes plataformas de produção. Os estudos que vêm sendo realizados indicam grande complexidade sob o ponto de vista geológico e geotécnico. Não só para as fundações dessas plataformas e definições de rotas de dutos marítimos como também para questões ambientais", afirmou.

Ele também apresentou tecnologias consideradas o estado da arte da investigação geotécnica em águas profundas no Brasil, como estacas de sucção, âncoras e sondas de perfuração. As inovações mais recentes permitem ensaio contínuo, cravação controlada no solo, operação em águas mais profundas, e chegam a dispensar o navio geotécnico, podendo ser mobilizadas a partir de qualquer tipo de embarcação, além de não depender de boas condições do mar.

O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e divisões técnicas de Engenharia Econômica (DEC), Geotecnia (DTG) e Ciência e Tecnologia (DCTEC), com o apoio da Academia Nacional de Engenharia (ANE), Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS-Rio) e Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas do Rio de Janeiro (ABEA-RJ).

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