Energia solar fotovoltaica: geração distribuída traz oportunidades para engenheiros


Em tempo de crise econômica e altas taxas de desemprego na engenharia, mercados novos e em crescimento podem representar oportunidades. No entanto, é importante ter diferencial para se destacar onde muitos já atuam. Na palestra "Energia solar: novos desafios e oportunidades para engenheiros", o engenheiro eletricista e consultor Vinícius Ayrão apresentou as vantagens dos profissionais da área elétrica para o ascendente mercado da energia solar. O evento, realizado em 19 de dezembro, foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e pelas divisões técnicas de Engenharia de Segurança (DSG) e Engenharia do Ambiente (DEA).

O setor de energia solar hoje também se faz muito propício para os profissionais do município e do estado do Rio de Janeiro: é o quarto estado brasileiro com mais ligações fotovoltaicas, e grande parte está na capital. Na prática, é um retrato positivo do movimento nacional. Dados apresentados por Ayrão confirmam o crescimento vertiginoso do mercado de energia solar: de 2016 para 2017, cresceu 73%. O ano de 2017 registrou 10.468 novas conexões de geração distribuída fotovoltaica no estado. No entanto, como campo de trabalho, apresentam-se obstáculos: há muitas pessoas criando empresas integradoras, oferecendo consultoria e vendendo cursos para formar profissionais habilitados para a instalação.

O que impulsiona o setor
Toda a área da energia solar fotovoltaica vem se desenvolvendo com mais velocidade desde 2012, em virtude da resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) 482/2012, alterada posteriormente na resolução 687/2015, prevendo a geração distribuída. Nessa modalidade, a geração de energia do consumidor pode ser conectada à rede de distribuição da concessionária e a quantidade de energia injetada tem retorno em créditos abatidos da conta. Uma vez que muitas pessoas moram em edifícios e não podem ter o sistema fotovoltaico, ainda é possível fazer a geração remota: instalar o sistema em outra localidade, do mesmo proprietário, e abater da conta da residência. No caso da união de numerosas empresas, é possível criar uma pequena usina em geração remota e abater das diversas contas, da mesma forma. É como funcionam os condomínios solares. Para Vinícius Ayrão, este é o momento em que o diferencial de um engenheiro eletricista com conhecimento em energia solar fotovoltaica se faz necessário.

A formação que faz a diferença
Segundo o palestrante, as empresas de integração, que oferecem aos consumidores a instalação completa do sistema fotovoltaico, desenvolveram-se rapidamente por volta de 2012, mas apresentaram falhas. Ayrão as caracterizou como empresas com baixa maturidade empresarial, pouco conhecimento de instalações elétricas e seus profissionais não têm experiência suficiente em fazer as ligações necessárias.

O engenheiro avalia que o mercado, até agora, desenvolveu-se principalmente na microgeração, para pequenas demandas, como de residências. Com a possibilidade de conexão à rede e obtenção de créditos nas contas, começa a haver um crescimento da minigeração distribuída, de maior capacidade. Locais que possuam uma subestação de energia elétrica, como condomínios, precisarão passar por adaptação para instalação da fotovoltaica, e essa é uma demanda para engenheiros eletricistas. Serão necessários profissionais com conhecimento tanto da geração fotovoltaica quanto de ligações de média e baixa tensão da concessionária local.

Mercados em ascensão
Outra oportunidade apontada por Ayrão é para o comércio: o acesso a equipamentos para ligação elétrica de corrente contínua ainda é difícil e muitas pessoas compram de outros pela internet. Além do quesito confiança, esta é uma solução que pode levar mais tempo do que o desejado. Disjuntor, cabo solar e outros equipamentos de fotovoltaica estão em falta no mercado físico, e um fornecedor pode vender em grande escala.

Também se prevê crescimento no mercado das construtoras, que começam a investir em energia solar em novos prédios. No mínimo, o projeto da obra vai necessitar de um profissional da área elétrica especializado. As construtoras se configuram como uma oportunidade tanto para consultores quanto para empresas integradoras.

Finalmente, os engenheiros eletricistas também serão necessários para serviços em sistemas fotovoltaicos já instalados: áreas como autovistoria predial; conferência das instalações do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA); aplicação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientas (PPRA) em edifícios e da Norma Regulamentadora 10 (NR-10) para instalações e serviços em eletricidade; e validação econômica da instalação, com o objetivo de medir e qualificar a eficiência do sistema instalado.

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