Nos difíceis dias que vivemos hoje, o Clube de Engenharia se coloca a serviço do entendimento político. E é bom que fique bem claro: entendimento indispensável a nossa sobrevivência como Estado-Nação. Por isso, na permanente interlocução que mantemos com entidades representativas de empresários, sociedade civil organizada, movimentos sindicais e políticos de diferentes agremiações partidárias, reafirmamos propostas que possam definir os rumos de um país democrático e soberano. Três são os principais eixos.

Primeiro: a preservação da Constituição de 1988 e o pacto democrático. Significa, em primeiro lugar, respeitar o resultado das urnas. O Clube de Engenharia se coloca contra qualquer atalho que implique destruir esse conceito. A Carta de 1988 define princípios básicos para o funcionamento das instituições democráticas em nosso País e tem que ser preservada.

Segundo: é indispensável relançar a economia e criar estratégias de desenvolvimento. Caminhamos para índices de desemprego, subemprego e desalento que atingem quase metade da população economicamente ativa brasileira. Não é possível manter o País paralisado. Economistas de todos os matizes já se deram conta que a Reforma da Previdência, por si só, não resolve o problema da economia no curto e no médio prazo. O emprego tem que ser criado desde já.

E é a nossa Engenharia que deve ser chamada para a retomada da economia, através de investimentos em infraestrutura, em habitação e em saneamento, pois são os setores que mobilizam muita mão de obra. A nossa proposta é atribuir ao BNDES a responsabilidade de gerir Fundo de Investimento constituído com recursos provenientes das nossas reservas cambiais, que são há anos mantidas em patamar muito além do necessário para assegurar importações em caso de crise no balanço
de pagamentos.

Terceiro: a construção urgente de uma política de contenção de danos. É preciso estancar a sistemática destruição das estruturas estatais em curso, que possibilitaram o Brasil se transformar, a partir dos anos 30 do século passado, em uma das maiores economias do mundo: Petrobrás, Eletrobrás, BNDES, Banco do Brasil, Caixa, EMBRAER, todas oferecidas, na bacia das almas, a grupos estrangeiros. É preciso estancar o desmonte da educação pública, para que não seja abocanhada pelo capital privado. É preciso resistir ao menosprezo à ciência e à tecnologia, tão caras para nós engenheiros, ferramentas que são indispensáveis ao nosso desenvolvimento. É preciso resistir ao desmonte da saúde pública, do SUS, para favorecer seguradoras.

A defesa da nossa soberania exige muito mais que se vestir de verde e amarelo e entoar o hino nacional, que todos cultuamos. Exige zelar pelo nosso patrimônio, construído por sucessivas gerações, em diferentes regimes e governos.

Se nos calarmos voltaremos à condição colonial.

O Clube de Engenharia se mantém mobilizado e atento às necessárias ações para alcançar um entendimento político que una o país em torno de propostas de saída do atoleiro em que nos encontramos, sob pena de caminharmos para uma explosão social.

A Diretoria

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