Os compromissos do Serviço Geológico do Brasil com a sociedade

Serra dos Carajás é um dos focos na busca de mais recursos. Foto: Wikigeo

O Clube de Engenharia transmitiu, em 15 de dezembro, a palestra "Serviço Geológico do Brasil: seu compromisso com a sociedade brasileira", do engenheiro agrônomo Esteves Pedro Colnago, presidente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A apresentação, ocorrida por videoconferência e transmitida pelo Youtube, fechou o ciclo de palestras sobre o futuro da  mineração no Brasil, iniciado em outubro. Em sua fala, Colnago apresentou os principais projetos que o Serviço Geológico do Brasil programa executar nos próximos anos, com ênfase nas necessidades da sociedade brasileira e a busca por soberania em recursos minerais específicos.

 

Mapeamento: primeiro passo da pesquisa mineral

Um dos principais focos da palestra de Esteves Colnago foi o ainda escasso conhecimento dos recursos minerais do país. Apenas 20% do território brasileiro está mapeado, na escala de 1:100.000 (um centímetro no mapa corresponde a 100.000 centímetros no terreno, ou seja, um quilômetro). Trata-se de uma escala detalhada o suficiente para conhecer os recursos. O ideal é que, independente de exploração dos mesmos, a companhia tenha o maior conhecimento possível dos recursos. Neste projeto de expansão do mapeamento, um dos focos está nas bacias sedimentares, em busca, principalmente, de óleo, gás e minerais não metálicos como potássio e fosfato. Esses dois elementos são considerados fundamentais para o agronegócio brasileiro. Como exemplo, o Brasil praticamente importa 100% do potássio utilizado na agroindústria, porém já há conhecimento de reservas do elemento na região Norte, em quantidade suficiente para atender a demanda nacional. Trata-se de um projeto de soberania para o país: substituir a importação pela produção própria. “Hoje a mineração contribui com cerca de 3% do PIB do país, número que pode dobrar nos próximos 10 anos”, afirma.

 

Atuação local e parcerias

A identificação de recursos minerais interessantes, assim como demais questões que se desenvolvem em âmbitos municipal e estadual - a exemplo de captação de águas de lençol freático e urbanização em áreas de risco - devem ser aprimoradas com uma aproximação mais objetiva da Companhia com gestores e representantes comunitários. O presidente da CPRM deu ênfase ao contato da empresa com cerca de 300 mil pessoas, já identificadas, desde governadores e representantes parlamentares até chefes de gabinetes de prefeituras, para que esse contato mais próximo seja possível. Trata-se de alcançar comunidades interioranas, vilas e sedes municipais, e ter contato com líderes comunitários, de modo a conhecer as realidades locais.

Outra solução para esse contato mais próximo é o desenvolvimento de um programa de extensão mineral, com a participação de pequenas e médias empresas. Atuando localmente, o extensionismo poderá realizar transformações rigorosas no âmbito de mineração e riscos geológicos. "Entendo que merece ser desenvolvido, para introduzir nas comunidades, a figura do extensionista geocientífico com o objetivo de realizar a atuação direta de mobilização e participação de sociedades locais no processo de desenvolvimento da mesma", defendeu. Além de riscos geológicos, um foco desta ação, segundo Colnago, poderia ser na identificação de pedras preciosas, rochas ornamentais, argilas, areias, pedras calcárias e outros, sendo um dos benefícios o emprego de mão de obra local.

O engenheiro agrônomo ainda apresentou uma proposta de parceria com universidades, a exemplo de como já acontece com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP): pesquisadores desenvolvem estudos de interesse do Serviço Geológico do Brasil. Desse modo, são produzidas pesquisas e produtos de demanda direta da sociedade brasileira. Esta é uma solução, para além das pesquisas e produtos, também para a escassez de quadro profissional do Serviço Geológico, mediante o volume de trabalho. Colnago finalizou o encontro com uma mensagem otimista: "Nós temos condições de fazer com que a mineração, sustentavelmente, contribua de uma forma efetiva para a economia brasileira gerando emprego, renda, e oportunidades para a população".

"Serviço Geológico do Brasil: seu compromisso com a sociedade brasileira" foi a última da série de seis palestras sobre o Impacto da Mineração na Economia Nacional. O presidente Pedro Celestino encerrou registrando a importância dos temas abordados, com grande participação de interessados, citando particularmente a apresentação de Esteves Pedro Colnago: "A palestra coroa um ciclo de extrema importância para que se possa aquilatar a importância das atividades desenvolvidas pela CPRM".

Todas as palestras do ciclo estão disponíveis no Youtube do Clube.

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