Ecossistema de empreendedorismo: caminho para o desenvolvimento sustentável

Imagem mostra o Parque Tecnológico da UFRJ. Foto: UFRJ

O conceito de "ecossistema" aplicado ao mundo dos negócios tem sido explorado nos últimos anos em alusão à cooperação e independência entre os diferentes stakeholders (partes interessadas) nas cadeias produtivas. Empresas, fornecedores, concorrentes, clientes, instituições de ensino e governo, portanto, têm se integrado de forma dinâmica e sem uma hierarquia forte entre eles.

Para explorar mais este tema, o Clube de Engenharia recebeu virtualmente, no dia 8 de abril, Lucimar Dantas, gerente de Articulações Corporativas do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que trouxe a apresentação “O Ecossistema de Empreendedorismo: contribuições para superar a crise pandêmica e alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS–ONU)”. O evento deu início à série "Encontros com Tecnologia", em que especialistas de diferentes gerações vão conversar sobre temáticas atuais que tangenciam a engenharia e fortalecem redes de contato para projetos futuros.

"Os ecossistemas de inovação mais bem sucedidos são aqueles que possuem uma série de atores integrados", explicou Lucimar Dantas, que é engenheira de produção com mestrado pela UFRJ. São atores não apenas grandes empresas, diferentes esferas governamentais e instituições de pesquisa, mas também investidores, startups, instituições de ensino, mentores, instituições de apoio e fomento, prestadores de serviço e comunidade e habitat receptivos à inovação. Um exemplo é o Parque Tecnológico da UFRJ, que oferece apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias e modelos de negócio ao possibilitar, entre outras iniciativas, a incubação de novos empreendimentos e uma cultura aberta ao empreendedorismo. Outros exemplos incluem os centros de pesquisa da Petrobras e da Eletrobras (CEPEL).

Um dos desafios do empreendedorismo é conectar-se a uma agenda de desenvolvimento pertinente nos países. A principal delas são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS-ONU), pensados de forma ainda mais importante para países em desenvolvimento, como o Brasil. "Os objetivos pensam não apenas o âmbito social e ambiental, mas também econômico", explicou Lucimar Dantas. Ao todo, são 17 metas colocadas para os países, as quais podem ser melhor alcançadas se alinhadas, por exemplo, a um ecossistema de inovação.

A palestra de Lucimar Dantas foi seguida de rodadas de conversa entre os participantes do encontro virtual. A apresentação utilizada por ela pode ser baixada aqui e a palestra completa pode ser assistida abaixo. Para assistir o evento na íntegra, clique aqui.

Os próximos encontros da série acontecerão toda primeira quarta-feira do mês, sempre de 18h às 20h. Venha interagir com especialistas de diversas gerações sobre como superar os desafios atuais e traga suas ideias!

Foco na inovação
Com um formato diferenciado da palestra tradicional a proposta é avançar em oportunidades de networking, na troca de ideias de projetos de interesse profissional, individuais e coletivos. “A expectativa é apresentar o que é o ecossistema de inovação e sua abrangência. E interagir com as muitas demandas que se apresentam em nossos encontros, como trazer referências de ações no âmbito da Covid-19. Trocar ideias de como os atores do ecossistema de inovação podem contribuir para com um problema tão complexo como o que vivemos nos últimos tempos e os ODS podem ser alavancas. Se essas alavancas encontram resistência? Nesses 20 anos que trabalho com inovação, nunca encontrei barreiras para a agenda da inovação e sustentabilidade.”
Lucimar Dantas, palestrante, Gerente de Articulações Corporativas do Parque Tecnológico da UFRJ.

Conectividade e Interação
Há tempos a Engenheira Fátima Sobral Fernandes, Empresária e Conselheira Vitalícia, idealizadora do projeto, propõe que o Clube de Engenharia “promova sua transformação digital para se integrar mais ainda à sociedade e exercer nossa engenharia como arte de buscar solucionar os problemas da sociedade em todos os seus aspectos”, como descreve a seguir. “A ideia original da série Brasil Amanhã, a insistência em que realizássemos as reuniões do Conselho Diretor virtualmente são exemplos dessas proposições.  Acredito que a passagem para a era digital é imperativa para a instituição continuar viva. Vivemos em tempos que requerem conectividade e interação e precisamos investir na eficácia de nossas ações de compartilhar nosso saber específico com o mundo, de estimular a troca de ideias e criar espaços para que as pessoas conversem entre si, cocriem projetos a serem desenvolvidos no Clube ou fora dele e entreguem geração de prosperidade e bem-estar à sociedade. Na dinâmica do mundo, infelizmente, temos nos acostumado a uma servidão voluntária e autômata e o isolamento social requerido pela pandemia mostrou a importância relativa do trabalho no desenvolvimento econômico e o quanto temos a necessidade de estar com o outro. O Clube possui um perfil de sócios muito qualificados profissionalmente, de especialistas a pós doutores. Detemos conhecimentos que precisamos compartilhar com a sociedade. Oferecer aos sócios a oportunidade de interagirem entre si, para potencializar o acolhimento e a integração da diversidade existente e buscar- juntos - solucionar os desafios da sociedade é o propósito maior da criação deste evento – ENCONTROS – entre amigos, novos e antigos, entre potenciais parceiros de negócio e ou de projetos sociais, encontros de saberes para criar soluções novas para problemas antigos... Troca de conhecimento e afetiva que possa unir as pessoas em torno de corresponsabilização por soluções coletivas e individuais para os males que nos afligem. A expectativa é que possamos oferecer à sociedade soluções para seus desafios, para além de conectar os sócios das diversas gerações, reaproximar ex-sócios e atrair novos sócios que se sintam identificados com nossas ações institucionais e que queiram contribuir ativamente. Juntos seremos mais capazes de buscar soluções para os problemas graves que enfrentamos na atualidade.
Fátima Sobral Fernandes, Conselheira Vitalícia, idealizadora do projeto e coordenadora.

Temas desafiadores
No rol das expectativas a previsão é que haja uma forte interação com especialistas de diversas gerações em busca da superação dos desafios que se apreentam hoje. E é a partir desses desafios que o Diretor de Atividades Técnicas José Eduardo Pessoa de Andrade avalia os resultados deste primeiro encontro. “A idéia é apresentar uma série de eventos com os participantes envolvidos tanto com o aspecto técnico quanto com a interlocução com o outro e com os temas que serão propostos. Conversar sobre o empreendedorismo leva aos desafios do mercado de trabalho e também ao envolvimento com o desafio de poder gerar contribuição para a sociedade. O desafio da inovação pode levar ao desafio de como lidar com a pandemia, esse tema de tão grande complexidade. O que há de diferente na série “Encontros com a Tecnologia” é, ainda, o uso da plataforma Zoom de forma a permitir que grupos de participantes levantem questões entre eles, com os palestrantes e com a coordenação. Seremos muito mais provocadores do que moderadores. Em um clima descontraído queremos que o Clube tenha um diálogo de maior integração com engenheiros e engenheiras, e com a sociedade, a partir da reflexão e visão de cada um dos presentes e dos resultados obtidos em cada encontro.”
José Eduardo Pessoa de Andrade, Diretor de atividades Técnicas, coordenador.

Via de mão dupla
A troca de ideias entre gerações, as experiências profissionais que podem levar a Engenharia a contribuir com o desenvolvimento econômico são fundamentais. Mas para o o Diretor de Atividades Culturais, César Drucker, a experiência vai além, com o foco histórico em uma nova cultura. "Durante o isolamento social a cultura do Clube mudou. A cultura entendida como “conjunto de padrões de costumes” mudou efetivamente do modo presencial para o virtual. Passaram a ser virtuais as Reuniões da Diretoria e do Conselho Diretor; tivemos a primeira eleição por votação remota, muito bem sucedida; e desde o inicio da pandemia, mais de sessenta palestras sobre temas da engenharia e de interesse nacional foram divulgadas no conjunto de vídeos “Brasil Amanhã”. Lançamos o podcast Construção Nacional. E agora o novo formato da série “Encontros com Tecnologia” propõe mão dupla: um instrumento da tecnologia da informação/comunicação para agregar nossos sócios, em interlocução com a sociedade, com a finalidade de conhecermos melhor, por exemplo, as graves questões que nos envolvem em plena pandemia, e delas participar mais ativamente".
César Drucker, Diretor de Atividades Culturais, coordenador.

Disponibilidade para o coletivo.
Finalmente, um dos mais jovens conselheiros da Casa, comemora o fato de, em plena pandemia, o Clube de Engenharia apostar e estimular em uma visão propositiva, em novos formatos de apresentação, com novas tecnologias. "O momento é de transformação. Muda o objetivo central de pessoas que se reúnem para debater um tema específico para um formato que reúne grupos que se articulam com visões diferentes e principalmente com a proposta de trocar ideias. Na prática, não está longe do que o Clube de Engenharia sempre fez em sua longa e histórica trajetória, em permanentes investimentos na valorização da ciência e tecnologia e dos grandes debates nacionais, percebendo as transições do mundo, que não parecem transitórias. Pelo lado do mundo da Engenharia, pensar numa solução do que já se conhece com o olhar da inovação e das tecnologias sociais. Nas reuniões vamos queremos deixar claro que o espaço é muito mais de conversa e que o importante é estar disponível para o coletivo".
Lucas Gitirana, Conselheiro, coordenador.

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